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Relatório detalha fichas de 25 dos 27 mortos pela polícia no Jacarezinho

Doze têm passagens por tráfico, e outros 12, por outros crimes; um deles tem anotação por desacato.

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Anotações criminais de mortos no Jacarezinho — Foto: Reprodução/TV Globo
Gramado Presentes

Um relatório da Subsecretaria de Inteligência (SSinte) da Polícia Civil do Rio de Janeiro detalha as fichas criminais de 25 dos 27 suspeitos mortos no Jacarezinho, favela na Zona Norte do Rio. Os outros dois não tinham anotações de crimes.

Na semana passada, ao divulgar informações sobre a operação, a polícia havia dito que todos os mortos na operação mais letal da história do estado tinham antecedentes criminais e que entraram em confronto com os agentes.

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Entretanto, como mostrou o RJ2 nesta segunda-feira (10), no mesmo fim de semana, o relatório com as fichas criminais dos baleados mostrou que, dos 27 mortos, 25 tinham passagens pela polícia.

Detalhamento de crimes

O documento aponta que 12 deles tinham envolvimento com o tráfico de drogas no Jacarezinho.

Outros 12 tinham registros por outros crimes, como posse e uso de drogas, furto, roubo, porte ilegal de armas, ameaça e lesão corporal. Um foi fichado por desacato.

Dos 12 mortos sem denúncia de envolvimento com o tráfico, a polícia afirma que, em três casos, parentes confirmaram em depoimento a ligação deles com facções criminosas.

No caso dos outros nove, a polícia justificou o envolvimento deles com o tráfico a partir de fotos e mensagens publicadas em redes sociais.

Em relação aos dois sem antecedentes criminais, a polícia afirmou que eles tinham envolvimento com o tráfico confirmado em depoimento por parentes. Um deles era menor de idade.

O relatório traz, ainda, fotos dos mortos retiradas de redes sociais. Em muitas, eles aparecem portando armas. Em outras, não.

Três citados em denúncia

Também no documento, dos 27 mortos, só três eram citados na denúncia oferecida pelo Ministério Público, que orientou a Justiça nos mandados de prisão e motivou a polícia a entrar na favela.

O pesquisador do Núcleo de Justiça Racial da Fundação Getúlio Vargas – São Paulo, Felipe da Silva Freitas, afirmou que “a eventual participação das pessoas no crime não autoriza qualquer tipo de ação estatal em face de execução”.

“A operação realizada no Jacarezinho foi, na prática, uma execução. Foi uma operação não justificada sob qualquer aspecto técnico”, disse.

O Instituto Médico Legal terminou a necropsia dos corpos e os enterros continuam nesta segunda-feira (10).

Com informações de G1

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