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Em seis horas de depoimento, Teich expõe à CPI divergências com Bolsonaro

Ex-ministro da Saúde ficou 28 dias no cargo em 2020 e foi o segundo a depor na comissão. Teich falou sobre medicamentos ineficazes e os motivos pelos quais saiu do governo.

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| Foto: G1 |
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O ex-ministro da Saúde Nelson Teich foi o segundo ex-integrante do governo Jair Bolsonaro a depor à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid.

Em seis horas de depoimento nesta quarta-feira (5), o oncologista explicou os motivos pelos quais pediu demissão, falou sobre a recomendação pelo governo de medicamentos ineficazes contra o coronavírus e a falta de uma política de distanciamento social; e fez avaliações sobre a condução da pandemia pelo Executivo.

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O depoimento se iniciou às 10h23 e terminou às 16h36. Durante a sessão, o ex-ministro respondeu a questionamentos de diversos senadores, aliados do governo e de oposição.

Inicialmente, o comparecimento de Nelson Teich estava previsto para esta terça-feira (4) após a participação do ex-ministro Luiz Henrique Mandetta, primeiro ex-integrante do governo Bolsonaro a depor na CPI.

Nesta quarta, seria a vez do general Eduardo Pazuello, terceiro ministro da Saúde no governo Bolsonaro, nome mais aguardado pela comissão.

O comparecimento do militar à comissão, contudo, foi remarcado para o próximo dia 19. Isso porque Pazuello informou ter tido contato recente com pessoas que contraíram a Covid-19.

Durante depoimento nesta quarta-feira, Nelson Teich disse que:

  • pediu demissão do cargo diante do desejo do governo de “ampliação do uso da cloroquina”;
  • a produção de cloroquina por instituições públicas foi um “assunto que não chegou” até ele;
  • a orientação do governo sobre uso do medicamento ineficaz e a falta de autonomia o levaram a pedir demissão do cargo;
  • foi contrário à distribuição de cloroquina para comunidades indígenas;
  • seria mais adequado o governo ter um ministro com “conhecimento maior” em saúde que o de Pazuello para sucedê-lo;
  • tem posições diferentes das de Bolsonaro em relação a medidas de distanciamento e isolamento social;
  • a falta de informação agravou a crise da Covid no Amazonas;
  • existia “desejo” por parte do presidente de recomendação de cloroquina contra o coronavírus;
  • o uso de cloroquina foi discutido em uma reunião com o Conselho Federal de Medicina no Palácio do Planalto;
  • a tese de “imunidade de rebanho” é um “erro”.

Nesta quinta-feira (6), a CPI da Covid volta a se reunir. Serão ouvidos o atual ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, e o presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres.

De Queiroga, os senadores vão cobrar informações sobre a compra de vacinas e sobre a elaboração de protocolos de enfrentamento à Covid-19.

Do presidente da Anvisa, os senadores querem explicações sobre a análise e a aprovação de mais vacinas contra a Covid-19.

Atualmente, o Brasil tem autorização da agência reguladora para aplicar os imunizantes Coronavac, AstraZeneca/Oxford, e Pfizer.

Há um movimento de parlamentares pela liberação da vacina russa Sputnik V, produzida no Brasil pelo laboratório União Química.

Também nesta quarta-feira, após o depoimento de Teich, os integrantes da CPI aprovaram as convocações do ex-secretário de Comunicação da Presidência da República Fábio Wajngarten; e do ex-ministro das Relações Exteriores Ernesto Araújo.

Representantes de laboratórios, da Fiocruz e do Butantan também deverão comparecer. Os depoimentos ocorrerão na próxima semana.

Com informações de G1

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