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Atletas militares serão vacinados como grupo prioritário das Forças Armadas, diz Ministério da Saúde

De acordo com pasta do Governo Federal, atletas paralímpicos terão prioridade, se estiverem dentro do grupo de pessoas com comorbidades estipulado pelo plano nacional de vacinação

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Ágatha, classificada para Tóquio no vôlei de praia, com a tatuagem temporária da Marinha, ao lado da parceira olímpica de 2016 Bárbara Seixas — Foto: Reprodução / Instagram
Rui Barbosa

Atletas brasileiros de alto rendimento que pertencem às Forças Armadas serão vacinados contra a Covid-19 como grupo prioritário, segundo o Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação, definido pelo Ministério da Saúde. A informação foi confirmada ao ge pela pasta do Governo Federal, que define o cronograma de imunização no país. Assim, em meio à pandemia do novo coronavírus, atletas brasileiros que também são militares podem ser vacinados antes dos demais atletas que irão para os Jogos Olímpicos de Tóquio, com início previsto para 23 de julho.

– O Ministério da Saúde informa que não mede esforços e trabalha em todas as frentes para que todos os grupos prioritários recebam a vacina contra a Covid-19 o mais rápido possível. Os membros ativos das Forças Armadas – incluindo seus atletas – estão entre as prioridades do Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19. A ordem dos grupos prioritários foi discutida com vários especialistas e o Ministério da Saúde reconhece a importância do trabalho desses profissionais para manutenção das forças de segurança no Brasil, neste momento de enfrentamento à pandemia – respondeu, em nota, o Ministério da Saúde.

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De acordo com dados do Ministério da Defesa, atualmente 541 atletas militares integram o Programa Atletas de Alto Rendimento (PAAR), criado em 2008 para fortalecer a equipe militar brasileira em eventos esportivos de alto nível. Em troca, os atletas recebem treinamento militar por alguns dias ao ano, soldo e benefícios, como usufruir das instalações esportivas das Forças Armadas. Destes, 42 atletas de 11 modalidades já estão com vaga garantida ou índice assegurado para os Jogos Olímpicos de Tóquio, alguns deles apenas aguardando convocação das respectivas seleções nacionais. Nos Jogos Olímpicos do Rio, 144 dos 465 atletas da delegação brasileira eram militares (cerca de 30% o total). Dentre os que ganharam medalhas para o Brasil, o percentual de atletas das Forças Armadas sobe para 68%.

– O Brasil conta hoje, para os Jogos Olímpicos de Tóquio, com 42 atletas militares classificados em 11 modalidades: atletismo, canoagem, ginástica artística, tiro com arco, triatlo, vôlei de praia, maratona aquática, pentatlo moderno, vela, taekwondo e wrestling. Vale ressaltar que ainda há modalidades em fase classificatória, ou seja, mais atletas podem ser classificados para representar o país – informou, também em nota, o Ministério da Defesa.

Entre estes 42 atletas militares a caminho dos Jogos Olímpicos de Tóquio estão o campeão olímpico Arthur Zanetti, da ginástica artística, a campeã olímpica Kahena Kunze, da vela, os medalhistas olímpicos Erlon de Souza, da canoagem, e Arthur Nory, da ginástica, a base da equipe brasileira de atletismo, com destaques como Darlan Romani, Caio Bomfim, Paulo André Camilo, Almir Júnior, Alison dos Santos e Vitória Rosa, a favorita ao pódio Ana Marcela Cunha, da maratona aquática, Edval Marques, o Netinho, e Milena Titoneli, candidatos à medalha no taekwondo, além de sete dos oito jogadores de vôlei de praia já confirmados para as Olimpíadas japonesas, como Bruno Schmidt, ouro na Rio 2016, e Ágatha, prata no mesmo ano.

Os membros ativos das Forças Armadas – incluindo seus atletas – estão entre as prioridades do Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19 – diz o Ministério da Saúde em nota

Segundo o Ministério da Saúde, estes atletas estão entre os 364.036 membros das Forças Armadas incluídos entre os 29 grupos prioritários a serem vacinados nos próximos meses no Brasil. Não há data específica no cronograma do Governo Federal para vacinação das Forças Armadas. Atualmente, dependendo do estado ou do município, estão sendo vacinadas pessoas entre 75 e 79 anos, que pertencem ao oitavo grupo em ordem de prioridade. Os militares estão no 22º grupo, logo após trabalhadores da educação do Ensino Básico, trabalhadores da edução do Ensino Superior e de forças de segurança e salvamento. E estão logo à frente de trabalhadores dos serviços de transporte.

O Ministério da Saúde também informou que “os atletas paralímpicos terão prioridade, se estiverem dentro do grupo de pessoas com comorbidades estipulado pelo plano de vacinação.” Segundo a ordem de grupos prioritários do Plano Nacional de Imunização, as 7.749.058 pessoas com deficiência permanente do país estão na 15ª posição da lista, após os idosos em geral e os adultos com comorbidades.

– Os atletas paralímpicos terão prioridade, se estiverem dentro do grupo de pessoas com comorbidades estipulado pelo plano de vacinação. Até o momento, os demais atletas não estão entre os grupos prioritários, mas, é importante ressaltar, que o objetivo da pasta é oferecer a vacina para toda a população brasileira. Para isso, o Ministério da Saúde depende da real entrega de doses pelos laboratórios fabricantes, que trabalham com um cronograma sujeito a constantes alterações. À medida que a pasta recebe mais doses das vacinas, novos grupos são contemplados – disse o Ministério da Saúde.

A população brasileira hoje é de aproximadamente 211 milhões de pessoas. O grupo prioritário de vacinação contra a Covid-19, segundo o Governo Federal, tem um total de 77.279.644 pessoas. Até a última segunda-feira, receberam ao menos a primeira dose da vacina contra a Covid-19 um total de 9.716.458 de brasileiros, o que corresponde a cerca de 4,5% da população.

Os atletas paralímpicos terão prioridade, se estiverem dentro do grupo de pessoas com comorbidades estipulado pelo plano de vacinação. Até o momento, os demais atletas não estão entre os grupos prioritários, mas, é importante ressaltar, que o objetivo da pasta é oferecer a vacina para toda a população brasileira – afirma a pasta da Saúde.

Questionado pelo ge, o Comitê Olímpico do Brasil (COB) disse apenas que “a entidade seguirá o Plano Nacional de Imunização”. Os principais dirigentes da entidade, oficialmente, sempre dizem que não vão furar a fila da vacina. A imunização dos atletas, porém, não deixa de ser discutida internamente, e o assunto é recorrente em conversas dentro do COB.

Já o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) respondeu que não possui, entre os classificados para Tóquio, nenhum que faça parte das Forças Armadas. Mas espera que outros paralímpicos sejam vacinados seguindo a ordem de grupos prioritários.

– Por ter uma grande parcela de pessoas que integra o grupo de risco, os atletas paralímpicos devem naturalmente fazer parte dos grupos prioritários, conforme estabelece o Plano Nacional de Vacinação. Não é possível, no entanto, estabelecer uma data de quando ocorrerá a vacinação aos atletas – disse o CPB, em nota.

Atualmente, o Brasil tem 181 atletas com vagas asseguradas nos Jogos Olímpicos de Tóquio. E a meta do COB é levar entre 250 e 300 atletas às Olimpíadas em julho e agosto. A previsão do CPB é levar cerca de 230 atletas às Paralimpíadas de Tóquio.

O caso do Brasil não é inédito. Segundo o jornal americano “The New York Times”, a Itália pretende levar cerca de 300 atletas aos Jogos Olímpicos de Tóquio e cerca de 60% destes competidores poderiam ser vacinados em breve porque pertencem a clubes esportivos afiliados às forças armadas do país, o que os coloca automaticamente na lista de prioridades.

O Comitê Olímpico Internacional (COI) já afirmou diversas vezes que incentiva a imunização dos competidores mas não será obrigatória a vacinação dos atletas que forem participar das Olimpíadas. Na semana passada, entretanto, o Comitê Olímpico da China ofereceu vacinas ao COI. Segundo o presidente da entidade, o alemão Thomas Bach, as doses serão disponibilizadas através de colaboração com parceiros internacionais ou direto nos países onde já há acordos com o governo chinês. Não foram divulgados detalhes desta distribuição nem quando tais doses estarão disponíveis.

O COI vai pagar por estas vacinas não só para os atletas olímpicos, mas também para os atletas paralímpicos – o que vai além da alçada da entidade, uma vez que os atletas paralímpicos estão no guarda-chuva do Comitê Paralímpico Internacional (IPC). Para cada dose oferecida a um atleta, o COI ainda vai pagar por duas doses adicionais para a população destes países.

Fonte/Ge

D Marquez
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