Compra de celulares cai e procura por consertos aumenta durante a pandemia

A venda de celulares teve uma queda importante em meio à pandemia do novo coronavírus. Conforme um levantamento da IDC Brasil, no segundo trimestre do ano passado foram vendidos 30,7% menos aparelhos no país. Alguns fatores, como a alta nos preços decorrentes de falta de componentes e a perda de poder de compra pela população, ajudam a explicar a situação. Mas isso tudo não significa que o mercado de celulares como um todo esteja desaquecido. Afinal, os meios de comunicação já são praticamente uma extensão do homem. E se tem menos pessoas comprando aparelhos novos, por outro lado tem mais gente consertando o seu usado ou realizando pequenos reparos.

Proprietário de uma loja da Conserta Smart em Curitiba, Sidnei Gualter de Oliveira conta que o setor teve de se adaptar aos novos tempos. Um exemplo é o serviço de busca e entrega dos aparelhos, criado para atender principalmente idosos. A estratégia deu certo.

“Nunca vimos tanto idoso com celular igual agora, foi uma coisa incrível. Também tem a questão do home office, pessoal usando mais seus próprios aparelhos. Por isso aumentou bastante [a demanda pelo serviço], cerca de 60%”, relata.

Na avaliação do empresário, a situação econômica do país, com alta no número de desempregados e perda de renda, acabou fazendo com que mais gente começasse a buscar as assistências técnicas, em vez de comprar um celular novo e atualizar o aparelho tão logo surgisse uma questão mais grave.

“Como o reparo custa 30% do valor [de um celular novo], as vezes compensa muito arrumar. Tirando a Linha S, que costuma ser muito caro o conserto, o restante compensa muito, sem dúvida”, afirma Oliveira, contando ainda que o começo de 2021 está sendo promissor.

“Só se a pessoa não se reinventou, realmente, para fechar as portas, o setor teve um aumento considerável e a demanda foi boa. Claro, temos picos. Essa semana mesmo foi fraca, mas o mês começou bem forte. Mesmo com a pandemia, muita gente foi para a praia no final de ano e aí 2021 já começou para a gente com aparelho molhado, cheio de areia, muita demanda por limpeza de aparelhos”, complementa.

Já Clayton Mangulin, CEO da Campinas Celulares, viu sua rede de assistência técnica tdobrar de tamanho em 2020, com oito novas un idades inauguradas nos últimos 12 meses pelo país e até mesmo no exterior. Segundo o empresário, a procura está em alta desde o início da pandemia. “Tivemos um aumento de 30% no número de serviços realizados em nossas lojas. A troca de tela está entre os mais procurados”, afirma o executivo “As pessoas pessoas estão mais conectadas e o tempo todo com o dispositivos em mãos, o que também diminui o ciclo de vida da bateria”, finaliza.

Troca de tela, problema com bateria e equipamento molhado lideram demanda

Entre as principais demandas que chegam para as assistências técnicas que trabalham com o conserto de celulares estão a troca de telas, substituição de baterias (que se desgastam por conta do uso constante e quando os proprietários não deixam o aparelho carregar por completo antes de retirá-lo da tomada) e os reparos em placas dos aparelhos, por conta de situações como o equipamento molhar.

O tempo de espera pelo serviço varia, mas as lojas prezam pelo prazo mínimo. “Alguns reparos fazemos em questão de segundos. Um que aparece muito, do pessoal deixar o celular na mão e colocar no bolso toda hora, é que a linha da própria calça vai enchendo o conector de carga com sujeira e aí chega uma hora que nem carrega mais. Pegamos uma chave, retiramos a sujeira e colocamos para carregar. Fazer isso leva 10 segundos, nem cobramos”, relata Sidnei Gualter de Oliveira, da Conserta Smart, citando ainda que o prazo máximo para devolução do equipamento ao dono costuma ser de dois dias.

FONTE: Bem Paraná