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Mãe de Moïse chega para depor, e advogado diz que há tentativa de ‘desqualificar’ o congolês

Ivana Lay chegou acompanhada de familiares e do procurador da comissão de direitos Humanos da OAB-RJ, Rodrigo Mondego. ‘É nítido que houve sim uma intenção de matar’, disse o advogado

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| Foto: Henrique Coelho/g1|
Rui Barbosa

A mãe de Moïse Kabagambe chegou por volta das 13h40 desta quarta-feira (2) para prestar depoimento na Delegacia de Homicídios, que investiga a morte do congolês, espancado em um quiosque na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio.

Ivana Lay chegou acompanhada dos irmãos de Moïse – que também vão depor -, e do procurador da comissão de direitos Humanos da OAB-RJ, Rodrigo Mondego.

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“A gente sabe que quem está dando paulada em alguém que está desacordado não está revidando uma injusta agressão nem está tentando garantir uma legítima defesa. É nítido que houve sim uma intenção de matar. É fato que houve um dolo”, disse o advogado.

Mondego comentou ainda que há uma tentativa de “desqualificar Moïse”:

“Existe uma tentativa de transformar ele na pessoa que gerou o resultado da própria morte. Falar que ele estaria alcoolizado, que estaria alterado”, pontuou.

Congolês dormia no trabalho para economizar passagem

Ele contou ainda um pouco das condições de vida de Moïse, que fazia bicos no quiosque Tropicália e para outros bares próximos, e que ele dormia no trabalho para economizar.

“Moïse trabalhava na região, por conta da diária baixíssima que recebia, de não ter direito trabalhista, dormia no trabalho para poder não pagar duas passagens de ônibus e poder chegar em casa com um pouco mais de dinheiro para sustentar a sua família”, disse o representante da OAB-RJ.

“Moïse não era um cara bêbado, aleatório que estava ali e que estão tentando transformar tentando pegar cerveja de forma aleatória”, disse.

Mondego contou ainda que a defesa e a família só tiveram acesso ao vídeo que mostra a morte do congolês pela imprensa, que o vídeo está picotado, e que vão pedir acesso ao conteúdo do inquérito.

Suspeitos da morte já estão presos

Três homens foram presos pelo crime. No início da tarde, eles foram levados para a cadeia José Frederico Marques, em Benfica, na Zona Norte. A cadeia em Benfica é a triagem do sistema prisional.

A Justiça decretou a prisão temporária dos três homens, que devem responder por homicídio duplamente qualificado — por impossibilidade de defesa da vítima e meio cruel. O processo corre em sigilo.

Moïse levou ao menos 30 pauladas

Na terça, a polícia divulgou imagens das câmeras do quiosque onde o congolês foi espancado até a morte.

As imagens mostram que Moïse Kabagambe recebeu ao menos 30 pauladas dos agressores — parte delas enquanto estava imobilizado no chão, sem chance de defesa.

As agressões começam depois de uma discussão entre um homem que segura um pedaço de pau e o congolês, que levanta objetos do quiosque como uma cadeira e um cabo de vassoura.

Em um momento, Moïse mexe em um refrigerador, e aí se aproximam mais dois homens. Um deles o derruba e, na sequência, começa a sessão de agressões. Em vários momentos é possível ver que o congolês não oferece mais resistência enquanto leva mais golpes com um pedaço de madeira.

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