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Pandemia do coronavírus agravou a fome nas favelas, indica levantamento

Pesquisa realizada pela Central Única de Favelas identificou que as famílias fazem, em média, menos de duas refeições por dia.

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Um levantamento nacional da Central Única de Favelas (Cufa) identificou que o desemprego causado pela pandemia do coronavírus agravou a fome nas comunidades.

A pesquisa, que foi realizada com 2.087 pessoas de 76 favelas do país, mostrou que cerca de 68% dos moradores não têm dinheiro para comprar comida.

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Esse cenário se repete na Portelinha, comunidade no bairro Santa Quitéria, em Curitiba. Se antes a região sofria com a falta de ligação de água e esgoto, agora os moradores precisam lidar também com o desemprego, a fome e as consequências da pandemia: das 320 famílias que vivem na comunidade, dez estão em isolamento com casos confirmados de Covid-19.

Na casa da diarista Janice Taborda moram oito pessoas, e ela conta que com o agravamento da pandemia a situação piorou e chega a faltar alimentos para a família.

“Esse ano está pior. Até ano passado eu trabalhava e minha menina também, mas ela foi dispensada por causa do Covid”, disse Janice.

Entre os itens que faltam, os moradores da Portelinha destacam o leite, comida, fraldas e produtos de higiene.

O levantamento da Cufa indicou que o número de refeições das famílias que moram nas favelas caiu. Enquanto em agosto de 2020 a média de refeições diárias era de 2,4 agora é de 1,9. Ou seja, em média as famílias fazem menos de duas refeições por dia.

Número de refeições diárias caiu entre agosto de 2020 e fevereiro de 2021. — Foto: Reprodução/RPC

Número de refeições diárias caiu entre agosto de 2020 e fevereiro de 2021. — Foto: Reprodução/RPC

A Associação de Moradores do bairro afirma que a pandemia também fez o número de doações cair. Enquanto no ano passado a comunidade chegou a receber 200 cestas básicas por semana, agora são apenas três.

Apesar disso, a demanda continua alta. O presidente da associação de moradores, conhecido como Dida da Portelinha, conta que aconteceu de famílias pedirem doações e a associação não ter como ajudar.

“Muitas vezes chegam cestas maiores e a gente não dá inteira, mas divide para uma só cesta poder atender duas famílias. Por exemplo, se vem 4kg de arroz separamos em dois”, explicou.

Além de alimentos, moradores relatam que precisam de fraldas e produtos de higiene.  — Foto: Reprodução/RPC

Além de alimentos, moradores relatam que precisam de fraldas e produtos de higiene. — Foto: Reprodução/RPC

Sabendo das emergências que a comunidade está enfrentando, alunos de uma universidade privada de Curitiba fizeram uma campanha de arrecadação e doação de álcool em gel, máscaras e detergente.

Michele Ortiz, uma das voluntárias, afirma que viu a necessidade de ajudar: “Não podemos ficar inertes”.

Impactos na educação

Em Londrina, no norte do Paraná, a recicladora Alessandra do Santos Gomes conta que a renda caiu nos últimos meses. Apesar de conseguir comprar comida, falta dinheiro para pagar o aluguel e comprar os materiais escolares para os filhos.

Vendo a situação se repetir com outras famílias da cidade, Lua Gomes, coordenadora da Cufa em Londrina, teve a ideia de desenvolver a campanha “Adote um estudante”.

O objetivo é arrecadar materiais escolares para estudantes do 6º ano do Ensino Fundamental ao 3º ano do Ensino Médio, moradores das periferias da região. A previsão é ajudar até três mil estudantes.

Podem ser doados:

  • Borracha
  • Apontador
  • Régua
  • Cola branca
  • Caneta
  • Lápis de cor
  • Giz de cera
  • Cadernos
  • Estojo
  • Tesoura sem ponta
  • Mochilas

A doação desses materiais podem ser entregues até o dia 12 de abril, nos seguintes endereços:

  • Sesc Cadeião: Rua Sergipe, 52 – Centro
  • 5° Batalhão de Polícia Militar do Estado do Paraná: Rod. Celso Garcia Cid, 1313 – Inglaterra
  • Escola De Circo: Av. Saul Elkind, 836 – Conj. Vivi Xavier

Em Cascavel, no oeste do Paraná, a pandemia também agravou a situação econômica de famílias que vivem em vulnerabilidade social. 

Por isso, o Programa do Voluntariado Paranaense (Provopar) da cidade pede ajuda da população para a doação de alimentos não perecíveis.

Voluntários interessados em ajudar podem levar o alimento na Rua Martin Afonso de Souza, 550, no Bairro Pacaembu. Outras informações podem ser obtidas pelo telefone (45) 98809-2914.

Com informações/G1 Paraná

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