Geral
Campanha da Fraternidade foca no diálogo e busca por unidade
O tema deste ano é “Fraternidade e Diálogo: compromisso de amor”
Com mensagem de apresentação do Papa Francisco, foi lançada nesta quarta (17) a Campanha da Fraternidade 2021 da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil). Ela é ecumênica e conta com parceria do Conic (Conselho Nacional de Igrejas Cristãs). O tema deste ano é “Fraternidade e Diálogo: compromisso de amor”, um convite às pessoas para que busquem a unidade e evitem a radicalização desses novos tempos.
A abertura simbólica e virtual da campanha foi uma escolha das entidades que fazem parte da iniciativa, como forma de prevenção da Covid-19. Às 10 horas houve a divulgação de um vídeo, por meio das redes sociais da CNBB, com pronunciamentos de representantes das igrejas que compõem o Conic e a apresentação da mensagem do Papa Francisco, que falou sobre a CFE e a quaresma.
No vídeo, dom Joel Portella Amado (secretário-geral da CNBB) lembrou os mais de 230 mil mortos pelo novo coronavírus. “A esses e essas, nossa saudade e nosso compromisso por lutarmos até onde for possível para que essa pandemia encontre o seu término e sejamos capazes de construir um mundo eminentemente marcado pela fraternidade”, disse dom Joel.
Maturidade para o distanciamento
“É certo que a fraternidade exige presença, contato, convívio. Mas, exige também maturidade suficiente para podermos viver o distanciamento quando, por razões que nos ultrapassam, ele se faz necessário”, disse o bispo.
Dom Joel enfatizou, no vídeo, que esta Campanha da Fraternidade traz consigo um significado que não se podemos perder.
“Perplexas pela pandemia, as igrejas que compõem o Conic e algumas igrejas observadoras uniram-se e identificaram no tema do diálogo a mensagem que nosso tempo necessita”, disse.
Segundo o bispo, é triste ver que nosso tempo vem apresentando a marca das radicalizações, das polarizações, com o desrespeito às pessoas, em especial às mais simples e mais fragilizadas. “Nosso tempo necessita que radicalizemos a fraternidade e a comunhão, a solidariedade e a partilha”.
O que é o diálogo, segundo a campanha da fraternidade
Ainda, em seu depoimento, dom Joel afirmou que não se trata, por certo, de querer que todos pensem do mesmo modo, “pois Deus não nos criou clones” . “Trata-se, porém, de perceber que a diferença é convite ao encontro, encontro que se faz exatamente através do diálogo”.
A campanha deste ano, reforçou Dom Joel, “une tudo isso e chega aos fundamentos maiores, ou, como costumamos dizer, aos fundamentos últimos do modo como estamos organizando o mundo atualmente. E o mundo não pode ser organizado a partir da separação, da divisão, do sectarismo, das polarizações, da destruição nem muito menos da morte, que é a consequência de tudo isso”.
O secretário-geral da CNBB também afirmou que a fé ensina de onde vem a divisão. “Ela nos mostra quem é o divisor. Ao contrário, como nos diz a carta aos Efésios, o Senhor Jesus Cristo uniu, formou um único povo, ainda que as diferenças permaneçam. A Campanha da Fraternidade Ecumênica desse ano nos recorda, a partir da Carta aos Efésios, que Cristo derrubou os muros, ou seja, as razões que o pecado faz surgir para a separação”, disse.
Dom Joel pediu para que não nos esqueçamos de que o tema do diálogo se encontra em linha de continuidade com a Campanha da Fraternidade de 2020. “Ano passado, nós fomos convidados a encontrar caminhos para superar a indiferença e construir relações baseadas no cuidado. E essa construção se dá exatamente por meio do diálogo, da busca em comum, envolvendo partilha de ideias, escuta e discernimento”.
FONTE: Paraná Portal