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Monitor é afastado após dar ‘gravata’ em aluno em colégio cívico-militar do Paraná [vídeo]
Gravação mostra momento em que monitor, um policial militar da reserva, usa movimento para retirar adolescente do pátio. Secretaria de Educação disse que não tolera violência nos colégios
Um monitor da rede estadual de ensino foi afastado pela Secretaria de Educação do Paraná (SEED) após um vídeo mostrar o homem utilizando um movimento de imobilização conhecido como “gravata” em um aluno para retirá-lo do pátio de um colégio.
O caso aconteceu na última segunda-feira (4) em Rolândia, no norte do Paraná. A Secretaria de Educação disse que o afastamento do profissional é preventivo, formalizado depois de uma primeira fase de investigação.
Em um trecho do vídeo, é possível ouvir alguém contestando a ação.
“Gente, tudo isso por causa de uma blusa?”.
O vídeo não mostra como a confusão entre o monitor e o adolescente começou. As imagens param pouco antes dos dois entrarem no prédio do Colégio Professor Francisco Villanueva, que tem modelo cívico-militar.
Em instituições cívico-militares, a administração é compartilhada: um diretor indicado pela Secretaria de Educação cuida da parte pedagógica, e um diretor militar da disciplina.
A RPC procurou o militar da reserva, mas ele preferiu não se manifestar. Como a investigação envolve um menor de idade, o nome do policial não pode ser divulgado. Um colega de trabalho do homem disse que o monitor nunca havia se envolvido em qualquer conflito com estudantes na escola.
Monitor da rede estadual é afastado após dar ‘gravata’ em aluno, no Paraná https://t.co/xKsM28FBiD
— Portal Rondon (@portalrondon) July 8, 2022
Especialista
Segundo Fernanda Passarelli, psicopedagoga e especialista em educação escolar, o ato foi violento.
“Foi um ato de violência. E se a gente pensar um pouquinho no Estatuto da Criança e do Adolescente, já tá previsto ali, por lei, que tanto criança quanto jovens não pode ter nenhum tipo de ato violento, tanto agressão física como verbal”.
Ainda segundo a psicopedagoga, por mais difícil que seja o comportamento de um aluno, o ambiente escolar não pode reproduzir qualquer tipo de agressão.
“Não importa a metodologia, não importa a filosofia que a escola adote. A violência não cabe nesse espaço. Não deveria caber em nenhum espaço, mas principalmente na escola que é um espaço de formação de cidadãos”.
O que diz o estado
Em nota, a Secretaria de Educação disse que o monitor foi afastado preventivamente, depois de uma primeira fase de investigação.
Segundo a secretaria, nesta fase, o monitor e o aluno foram ouvidos pelo Núcleo Regional de Educação, pela direção da escola e pelo Conselho Tutelar.
A nota afirma, também, que na segunda fase, o objetivo é levantar mais evidências sobre o caso e chegar a uma decisão, ressaltando que essa etapa será conduzida pela assessoria técnico-jurídica da SEED e pela coordenação dos Colégios Cívico-Militares.
A secretaria disse, ainda, que independentemente do resultado das investigações, a violência, em suas diversas formas, não é tolerada nos colégios, não importa quem a pratique.