Ucrânia lança selo postal com soldado mostrando dedo do meio a navio de guerra russo que afundou

A Ucrânia lançou um selo postal com um soldado mostrando o dedo do meio ao navio de guerra “Moskva”, principal da frota russa, que afundou na quinta-feira (14).

A imagem foi escolhida por usuários de redes sociais. O selo havia sido anunciado no mês passado, mas só entrou em circulação nesta semana – com um um milhão de unidades lançadas, de acordo com o correio ucraniano, “Ukrposhta”.

O selo é uma homenagem ao soldado ucraniano Roman Grybov, que participou da cerimônia de lançamento. No primeiro dia da invasão russa ao país, Grybov, que estava em serviço na Ilha da Cobra, no Mar Negro, com outros soldados, xingou militares russos a bordo do “Moskva”, que se aproximava do local.

Os soldados da Rússia ordenaram aos ucranianos que se rendessem, e os militares da Ucrânia responderam com o xingamento. O navio russo, então, bombardeou a ilha.

Inicialmente, a informação era de que todos os ucranianos envolvidos no incidente haviam morrido. Mais tarde, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, esclareceu que alguns dos soldados haviam sido, na verdade, capturados pelas forças russas. Depois, foram libertados em uma troca de prisioneiros – Grybov entre eles. O soldado recebeu uma medalha.

O correio ucraniano afirmou que a resposta dos soldados “tornou-se um símbolo de coragem e espírito indomável do povo ucraniano na luta contra a Rússia”.

“Estou certo de que os ucranianos e os nossos amigos de fora terão todo o prazer em receber cartas com este selo postal. E hoje lembramos mais uma vez aos invasores que eles devem sair imediatamente de nossa terra e seguir seu navio”, disse Igor Smelyansky, diretor-geral da Ukrposhta.

Navio afundado

Segundo Kiev, o “Moskva” foi atingido por um míssil ucraniano, o que a Rússia nega – o país afirma que a explosão foi causada por um acidente com uma munição da própria embarcação. Segundo a agência Interfax, toda a tripulação, de cerca de 500 pessoas, foi retirada.

Para os Estados Unidos, o afundamento foi um “duro golpe” para a força naval russa no Mar Negro.

“Este é um duro golpe para a frota do Mar Negro, esta é uma parte-chave de seus esforços para efetuar algum tipo de domínio naval no Mar Negro”, disse à CNN americana o porta-voz do Pentágono, John Kirby.