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Fala de ex-PM ensinando a fazer sexo com mulher morta será investigada em inquérito civil, diz MP

Declaração de Evandro Bitencourt Guedes foi feita durante aula na AlfaCon Concursos Públicos. Empresa diz que ‘respeita o ser humano’ e que gravação é antiga e foi retirada dos canais da plataforma

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| Foto: Redes sociais|
Velho Oeste

A fala do ex-PM e professor Evandro Bitencourt Guedes ensinando alunos a fazer sexo com uma mulher morta será investigada em inquérito civil, afirmou o Ministério Público do Paraná (MP-PR) ao g1 nesta quarta-feira (6).

As falas, segundo o órgão, representam “suposta violação sexual de mulher morta”.

Dr. Pedro Wild

A declaração de Evandro foi dada durante uma aula da Alfacon Concurso Públicos, de Cascavel, empresa da qual ele é diretor-presidente.

Conforme o MP, a declaração de Evandro vai ser incluída em um inquérito civil em curso, contra a instituição, que apura declarações dadas durante aulas em que “há manifesta violação de direitos, preconceito, reiterado discurso de ódio e incitação à prática de crimes”.

No ano passado, uma reportagem do g1 mostrou que, em outra aula, o professor dizia gostar “de bater nas pessoas”.

“O caderno investigatório tem por objetivo apurar as notícias veiculadas na imprensa nacional e em rede social, notadamente sobre as condutas de professores da instituição.”

Conforme o artigo 212 do Código Penal Brasileiro, a violação de cadáver configura o crime de vilipêndio.

Em nota veiculada nas redes sociais na segunda-feira (4), a empresa AlfaCon Concursos Públicos disse que o vídeo é antigo e se trata de uma aula transmitida ao vivo no YouTube e que foi retirada do ar “para que nenhuma pessoa mais faça mau uso do conteúdo e em respeito a todos que possam se sentir ofendidos com a colocação”.

“AlfaCon, como empresa que respeita o ser humano acima de qualquer coisa, entende a indignação demonstrada nas redes sociais, pois o vídeo foi editado de forma a parecer que o professor em questão era praticante do crime. O que não é verdade. O vídeo na íntegra deixa claro que se trata apenas de um exemplo fictício e caricato para ilustrar uma situação do direito penal”, diz a nota.

A gravação

Na gravação que será inserida no inquérito, Guedes diz:

“Imagina, filho, você que é virgem. Aí você passa num concurso de técnico de necropsia de nível médio. Aí você tá lá e vem uma menina do ‘Pânico na TV’ morta. Meu irmão, com aquele rabão e ela enfartou de tanto tomar bomba, enfartou na porta do necrotério. Duas horas da manhã, não tem ninguém. Você bota a mão: ‘Uhmmm, quentinha ainda’. O que você vai fazer? Vai deixar esfriar? Meu irmão, eu assumo o fumo de responder pelo crime. Meu irmão, o difícil vai ser você arrumar uns travesseiros porque c**** ela de bruços não dá.

No mesmo trecho, o professor da empresa especializada em preparação para concursos públicos reconhece na gravação que a prática é crime:

“É crime? É, você mexeu com a honra do cadáver, o sujeito passivo do crime é o familiar da vítima. Você imagina o pai: ‘Ai, minha filha morreu e o cara de 19 anos, aluno do Evandro, porra, conseguiu botar minha filha morta para c***** p**”.”

Em outro trecho, Guedes ainda afirma: “Tem que responder pelo crime, mas a pena é desse tamanhozinho [sinaliza com as mãos] vale à pena responder”.

MP vai tentar ajustamento de conduta

Além do inquérito civil, conforme informou o MP, a 12ª Promotoria de Justiça designou uma reunião com os sócios da empresa, para janeiro de 2024, para buscar a assinatura de Termo de Ajustamento de Conduta para estabelecer:

“1- treinamento periódico e obrigatórios aos professores da empresa;

2 – em razão do dano moral coletivo causado em virtude dos episódios de discriminação e intolerância praticados no âmbito da pessoa jurídica e pessoas naturais investigadas, a destinação de valor para custear e fomentar a realização de campanhas educativas de combate à discriminação e intolerância e/ou projetos sociais com o mesmo foco.”

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