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Após 12 dias de julgamento, último acusado pela morte de psicóloga da Penitenciária de Catanduvas é condenado a 31 anos de prisão
Melissa Almeida foi morta a tiros em Cascavel, no oeste do Paraná, em 2017. Defesa de Roberto Soriano afirmou que vai recorrer contra a condenação.
Roberto Soriano, último acusado pela morte da psicóloga da Penitenciária de Catanduvas Melissa de Almeida Araújo, foi condenado a 31 anos e seis meses de prisão pelo Conselho de Sentença do Tribunal do Júri da Justiça Federal.
Depois se quatro adiamentos, o julgamento começou no dia 14 de agosto e foi concluído na madrugada desta sexta-feira (25) no tribunal formado pela 13ª Vara Federal de Curitiba.
Melissa que atuava na Penitenciária de Catanduvas foi morta a tiros em 2017 quando chegava em casa com o marido e o filho. Um inquérito da Polícia Federal (PF) apontou que a morte da psicóloga foi encomendada por uma facção criminosa.
Mais de 20 testemunhas de defesa e acusação foram ouvidas e o conselho de sentença, formado por seis homens e uma mulher escolhidos por sorteio, entendeu que Roberto Soriano mandou matar Melissa.
Ele foi absolvido da acusação de organização criminosa e da acusação de tentativa de assassinato contra o marido de Melissa. O Ministério Público Federal deve recorrer.
A defesa de Roberto Soriano, comandada pelo advogado Cláudio Dalledone, informou vai recorrer contra a condenação.
Por se tratar de crime contra a vida de servidor público federal no exercício das funções, a competência para julgamento foi pelo Tribunal do Júri Popular da Justiça Federal.
Outras quatro pessoas já foram julgadas pelo crime em fevereiro deste ano, três delas foram condenadas. Veja a seguir:
- Edy Carlos Cazarim: 17 anos, 5 meses e 10 dias
- Wellington Freitas da Rocha: 55 anos, 5 meses e 15 dias
- Elnatan Chagas de Carvalho: 66 anos, 3 meses e 20 dias
- Andressa Silva dos Santos: absolvida.
Relembre o caso
Melissa Almeida, de 37 anos, foi assassinada no dia 25 de maio, quando chegava em casa, em um condomínio no Bairro Canadá, em Cascavel.
O carro em que ela, o marido e um filho do casal estavam ficou cheio de marcas de tiros de fuzil.
O marido, que é policial civil, chegou a trocar tiros com os criminosos e ficou ferido. Um dos suspeitos também foi morto. Já a criança não foi ferida.
A psicóloga trabalhava na unidade de Catanduvas desde 2009 e integrava uma comissão que avalia as condições psicológicas dos presos.
Melissa teve a rotina monitorada por, pelo menos, 40 dias e foi considerada um alvo de “fácil alcance”, de acordo com as investigações.
Conforme a PF, o assassinato foi uma vingança e uma forma de tentar intimidar o trabalho dos agentes penitenciários no sistema prisional federal.
Além disso, a ordem para o assassinato da agente foi dada de dentro da Penitenciária de Catanduvas, de acordo com a polícia.