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Contrariando OMS, Japão suspende compra do frango do Brasil após casos de gripe aviária

A legislação prevê o sacrifício dos animais e assim 144 foram mortos

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FOTO: Arquivo/Portal Rondon
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A confirmação de gripe aviária em quatro aves de fundo de quintal em Maracajá, no Sul de Santa Catarina fez com o que o Japão suspendesse a compra da carne de frango do estado. SC é o segundo maior exportador de frango do Brasil, só no primeiro semestre, foram exportadas 545,5 mil toneladas da proteína. Os embarques mensais de frango do estado para o Japão representam pouco menos de 3% do total brasileiro.

Essa decisão não está de acordo com o que sugere a Organização Mundial da saúde, que tem um protocolo para suspensão do comércio apenas se houver confirmação de casos em aves comerciais. O Código de Saúde de Animais Terrestres da OMSA diz que os países-membros não devem suspender o comércio no caso de notificações de gripe aviária que não envolvam aves de produção industrial. Porém quando teve gripe aviária no Espírito Santo, o Japão já havia feito essa mesma suspensão.

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A decisão do Japão foi questionada pelo Ministério da Agricultura brasileiro. O argumento enviado para às autoridades japonesas foi de que a ocorrência da gripe aviária em aves de subsistência não altera o status do Brasil como um país livre da doença.

OS CASOS EM SANTA CATARINA

A confirmação em aves de fundo de quintal foi em uma propriedade que tinha galinhas da angola, patos, marrecos e codornas. A legislação prevê o sacríficio dos animais e assim 144 foram mortos.

Na região, agentes sanitários estão intensificando o controle e visitando várias propriedades.

A GRIPE AVIÁRIA

A gripe aviária não é transmitida pelo consumo de carne de aves e nem de ovos. As infecções humanas pelo vírus da Influenza Aviária ocorrem por meio do contato direto com aves infectadas (vivas ou mortas).

SEM MUDANÇAS NO STATUS DO BRASIL

“Não há mudanças no status brasileiro de livre da IAAP [influenza aviária de alta patogenicidade] perante a Organização Mundial de Saúde Animal, por não haver registro na produção comercial”, completou o governo federal.

O presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin afirma que é possível manter longe da produção: “O Brasil era o único grande produtor onde [a gripe] não tinha chegado. Agora chegou no nosso território, e a gente tem condição de mantê-la longe da produção para que isso não tire comida da mesa do nosso consumidor”, enfatizou.

EMERGÊNCIA ZOOSSANITÁRIA

O Ministério da Agricultura e Pecuária declarou estado de emergência zoossanitária em todo o território nacional em função de casos de gripe aviária detectados em aves silvestres. A portaria, assinada pelo ministro Carlos Fávaro, foi publicada em edição extra do Diário Oficial da União em 22 de maio e tem validade de 180 dias.

De acordo com a pasta, o objetivo da medida é evitar que a doença chegue à produção de aves de subsistência e comerciais, além de preservar a fauna e a saúde humana. Ainda segundo o ministério, a declaração de estado de emergência zoossanitária possibilita a mobilização de verbas da União e a articulação com outros ministérios e organizações governamentais nas três instâncias e não governamentais.

A portaria também prorroga, por tempo indeterminado, a suspensão da realização de exposições, torneios, feiras e outros eventos com aglomeração de aves, além da criação de aves ao ar livre, com acesso a piquetes sem telas na parte superior, em estabelecimentos registrados no ministério.

“A medida se aplica a quaisquer espécies de aves de produção, ornamentais, passeriformes, aves silvestres ou exóticas em cativeiro e demais aves criadas para outras finalidades”, detalhou a pasta.

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