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Ciclone extratropical: entenda como se forma e por que fenômeno se tornou mais comum no Brasil

Ciclones são sistemas de baixa pressão atmosférica, isto é, regiões causadoras de tempo adverso em grande escala

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Foto: Reprodução/Regional and Mesoscale Meteorology Branch
Martin Luther – Enem

A aproximação de um ciclone extratropical fez com que o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) elevasse o nível de alerta em parte do país.

Mas você sabe como se formam esses fenômenos e por que eles se tornaram mais comuns no Brasil recentemente? Entenda abaixo em dois tópicos.

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1) O que são ciclones? O que é um ciclone extratropical?

Para entendermos isso precisamos lembrar que a atmosfera da Terra exerce uma pressão sobre a superfície do globo. É só lembrar da história do submarino Titan e a pressão do oceano – só que ao contrário. A pressão do ar é maior ao nível do mar e diminui à medida que a altitude sobe, pois quanto mais ar, temos mais peso.

E os ciclones são sistemas de baixa pressão atmosférica, isto é, regiões causadoras de tempo adverso em grande escala, explica o meteorologista Bruno Bainy, do Centro de Pesquisas Meteorológicas da Unicamp.

“Eles promovem convergência de umidade nos níveis baixos e estão associados a movimentos verticais ascendentes do ar, ambos fatores contribuindo para a formação e o desenvolvimento de nuvens”, afirma.

Em outras palavras, um ciclone “puxa” o ar quente e úmido da superfície e joga para cima, formando as nuvens de chuva.

Segundo o meteorologista, são três os diferentes tipos de ciclones:

  1. Tropicais: também conhecidos como furacões ou tufões, que se formam em regiões equatoriais, sobre os oceanos, e retiram sua energia do calor extraído dos mares;
  2. Extratropicais: surgem preferencialmente em latitudes médias e são formados pelo contraste de temperaturas de diferentes massas de ar (quente e fria);
  3. Subtropicais: possuem características de ambos anteriores. Tipicamente, se formam quando um ciclone extratropical se desenvolve sobre o oceano, e encontra temperaturas na superfície do mar mais aquecidas.

Cesar Soares, meteorologista da Climatempo, diz que, apesar de o nome assustar, os ciclones são mais comuns do que imaginamos. Os extratropicais, por sua vez, também são aqueles associados às frentes frias (regiões que demarcam o avanço de massas de ar).

“Então, toda vez que passa uma frente fria pelo Brasil, isso significa que a gente está sobre influência de um ciclone extratropical. Ele é extratropical porque ele se forma nos extratrópicos”, afirma.

Zona Tropical da Terra, representada pela retângulo vermelho na imagem acima. — Foto: Domínio Público

Zona Tropical da Terra, representada pela retângulo vermelho na imagem acima. — Foto: Domínio Público

2) E por que eles estão ficando mais frequentes?

Os ciclones extratropicais são característicos da Região Sul do Brasil e comuns nesta época do ano, sobretudo quando há a influência do fenômeno El Niño, caracterizado pelo aumento de temperaturas.

Mas Fábio Luengo, meteorologista da Climatempo, ressalta que eles estão sim ficando mais frequentes. E isso tem uma explicação clara: as mudanças climáticas.

“É normal nessa época do ano ter ciclone, mas justamente por conta das mudanças climáticas, aquecimento global, todas essas coisas, os eventos extremos estão sim ficando mais frequentes”, diz Luengo.

Os eventos extremos são fenômenos climáticos e/ou meteorológicos que acontecem fora dos níveis considerados normais e em grande escala.

Por isso, se é difícil quantificar uma relação de causa e efeito direta, um ponto importante que precisa ser levado em conta é que os eventos extremos estão sendo “potencializados pelas mudanças climáticas” e isso é inquestionável, segundo cientistas e especialistas de todo o mundo, incluindo o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, sigla em inglês).

“Quando a gente fala em eventos extremos, é tudo. Chuva e tempestades são mais frequentes. Períodos de estiagens estão mais frequentes. Ondas de frio estão mais frequentes, ondas de calor são mais frequentes”, acrescenta o meteorologista.

E faz tempo que o IPCC alerta que os eventos extremos estão cada vez mais frequentes e expondo milhões de pessoas à insegurança alimentar e hídrica.

Como o aquecimento global tem efeitos diferentes no mundo, causando secas em alguns lugares e cheias em outros, buscar ferramentas e soluções para reduzir nossa fragilidade frente à crise climática é uma das soluções.

Na prática, isso diz respeito a respostas efetivas a esses problemas, como projetos de barragens marítimas para conter o aumento do nível do mar, ações de preparo para uma temporada de chuvas mais intensa etc.

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