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Corpo de criança de 2 anos que estava desaparecida em Londrina foi encontrado; não há sinais de violência

Causa da morte deve ser divulgada em até 10 dias. Thiago Rocha foi encontrado a 9 quilômetros de parque municipal, último local que foi visto

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Buscas por Thiago continuam no Parque Daisaku Ikeda – Foto: Divulgação
Martin Luther – Enem

Uma criança de 2 anos desapareceu na Usina Três Bocas, no Parque Daisaku Ikeda, na zona rural de Londrina, na tarde do último sábado (10).

Segundo informações de populares, a criança estava com o padrasto e a mãe.

Charles Pinturas

De acordo com a Polícia Militar (PM) acionada pelo casal, ao dar falta da criança, eles teriam começado a arrumar os pertences para irem embora, ao final do dia, e teriam colocado o filho no carro.

Já a caminho de casa, pela estrada principal, eles se deram conta de que a criança não estava no veículo.

O casal retornou ao local e, após realizarem buscas sem êxito, acionaram a PM e o Corpo de Bombeiros.

As equipes realizaram diversas buscas pela região, com ajuda de cães farejadores, nas matas ao redor da antiga usina, nas margens do rio e também dentro do parque, mas nenhuma pista da criança foi encontrada.

Na manhã de domingo (11), uma força tarefa com o Corpo de Bombeiros, a PM, a Guarda Municipal (GM) e moradores locais, reforçaram as buscas, sem sucesso.

O Sargento Gustavo Elvira, do Corpo de Bombeiros, falou sobre os esforços realizados na manhã de domingo: 

“Demos continuidade naquilo que foi feito sábado (10) no período da noite, dentro do que o cão farejador nos mostrou; ele nos indicou que a criança havia ido para a mata. Hoje de manhã nós focamos todos os recursos na região da mata, batemos, praticamente, toda a extensão dela, retornamos e iniciamos, então, a parte aquática. Infelizmente, nós não a encontramos. Percorremos 1 km rio abaixo, procuramos na região de remanso, próximo à vegetação, mas infelizmente não tivemos êxito na procura do garoto” finaliza.

‘Não afastamos nenhuma linha de investigação’, diz delegada sobre desaparecimento de criança de 2 anos em parque de Londrina.

A delegada Lívia Pini, que responde interinamente pela Delegacia de Homicídios de Londrina, afirmou nesta segunda-feira (12) que trabalha com todas as possibilidades do motivo do desaparecimento de um menino de dois anos de idade no Parque Daisaku Ikeda, zona rural da cidade.

O parque é de propriedade da Prefeitura de Londrina e está desativado desde 2016 após ter sido parcialmente destruído por fortes chuvas. Além da mata, há um rio com correnteza no espaço, o que leva a polícia a acreditar que a criança pode ter caído na água.

A criança estava com a mãe e o namorado dela. O casal contou que passou a tarde de sábado (10) no local e, assim que organizou os pertences para ir embora, colocou o menino no carro.

Menino desaparecido em Londrina (PR) — Foto: Reprodução/Arquivo pessoal

Investigação

O desaparecimento é investigado pelo Serviço de Investigação de Pessoas Desaparecidas (Sicride) e a Delegacia de Homicídios de Londrina. A mãe e o namorado dela foram ouvidos durante o final de semana, mas devem prestar novos depoimentos nesta terça-feira (13).

A delegada Lívia Pini informou que nenhuma possibilidade foi descartada para a criança ter desaparecido.

“Não afastamos nenhuma linha de investigação. Existe a possibilidade de ter sido algo eventual ou de ter ocorrido um homicídio. É isso que vamos apurar no inquérito. Quando eles foram ouvidos pela primeira vez, apresentaram relatos bem harmônicos do que aconteceu. São pequenas coisas que ainda precisamos esclarecer”.

Lívia Pini informou que os dois, pelo menos neste momento da investigação, não são tratados como suspeitos do desaparecimento.

Câmeras de segurança

A Polícia Civil disse que está analisando imagens de câmeras de segurança próximos de estabelecimentos comerciais próximos ao parque.

“A maior parte das gravações confirma o que o casal disse em depoimento. Estamos reconstruindo o passo a passo dessa história”.

Nesta terça, a polícia também vai divulgar a perícia feita no carro onde a criança teria sido colocada. Segundo a delegada, o exame é importante para identificar algum vestígio de sangue, por exemplo.

Ampliando buscas

O Corpo de Bombeiros vai ampliar nesta sexta-feira (15) a área de buscas  pelo menino. O tenente Adriano Amaral explica que, a corporação deve ampliar cerca de três quilômetros de buscas por dia.

Nas primeiras horas após o sumiço da criança, ainda na noite de sábado, os bombeiros começaram as buscas no Ribeirão Três Bocas. Eles se concentraram em uma área onde antigamente funcionou uma usina hidrelétrica, desativada na década de 1980.

No domingo (11) e na segunda-feira 12), os bombeiros vasculharam a área de mata e também entraram no ribeirão que passa no meio do parque municipal.

Bombeiros trabalham no resgate de criança desaparecida em Londrina — Foto: Reprodução/RPC
Bombeiros trabalham no resgate de criança desaparecida em Londrina — Foto: Reprodução/RPC

Nos três dias seguintes, percorreram com botes treze quilômetros do Ribeirão Três Bocas – um rio cheio de curvas, uma na sequência da outra, e com várias áreas de remanso.

O trajeto de treze quilômetros foi percorrido três vezes, saindo do parque e chegando ao rio Tibagi.

Nesta sexta, a área de buscas será ampliada no Tibagi, um rio bem mais largo e mais extenso.

Luminol no carro

Na atualização mais recente, a Polícia Civil divulgou o resultado do teste de luminol realizado no veículo em que Thiago estava antes de seu desaparecimento. O teste indicou resultado negativo para a presença de sangue no carro. 

Desde o início das investigações, a polícia tem analisado todas as possibilidades e rastreado cada pista em busca de respostas. Anteriormente, foram divulgadas imagens do carro da família capturadas por câmeras de segurança, as quais ajudaram a reforçar os relatos apresentados pela mãe e pelo padrasto. 

A polícia reforça a importância de qualquer informação que possa ajudar nas investigações. Caso alguém tenha visto algo suspeito ou possua qualquer detalhe que possa colaborar com as buscas, é fundamental entrar em contato com as autoridades responsáveis pelo caso.

Perícia do corpo

Uma perícia preliminar feita pelo Instituto Médico-Legal (IML) de Londrina, norte do estado, não encontrou vestígios de agressão no corpo do bebê Thiago Rocha, de dois anos, encontrado no Ribeirão Três Bocas, a 9 quilômetros do Parque Daisaku Ikeda, onde foi visto pela última vez no sábado (10).

De acordo com a Polícia Civil, Thiago estava com a mãe e o namorado dela no parque, que está desativado desde 2016. A entrada no local é proibida. Em depoimento, o casal disse que começou a se organizar para ir embora e deixou o menino no carro.

No trajeto para casa, a dois quilômetros do parque, a mãe notou que o filho não estava no veículo. Ao retornar, ela e o namorado não encontraram o bebê. Uma mulher que passava pela região acionou o Corpo de Bombeiros, que iniciou as buscas no mesmo dia. A procura por Thiago Rocha durou uma semana.

Segundo o chefe-adjunto do IML, Maurício Nakao, o exame preliminar indicou que o menino não teria sido violentado.

“Essa perícia, que é inicial, identificou a ausência de sinais de violência. Agora, faremos exames complementares em Curitiba que vão confirmar a causa da morte. Nessa análise, verificamos, por exemplo, se há algum vestígio no pulmão que pode sugerir que o bebê tenha se afogado”.

Nakao adiantou que o corpo não apresentava nenhum tipo de fratura.

O delegado de Homicídios de Londrina, João Reis, responsável pelo caso, acredita que o laudo de necropsia do IML, que vai apontar o motivo da morte de Thiago, deva ser divulgado em até 10 dias.

Corpo foi encontrado por uma equipe do Corpo de Bombeiros em Londrina (PR) no Ribeirão Três Bocas — Foto: Patrícia Pivetta/RPC

Corpo foi encontrado por uma equipe do Corpo de Bombeiros em Londrina (PR) no Ribeirão Três Bocas — Foto: Patrícia Pivetta/RPC

O corpo foi liberado pelo IML para velório e sepultamento, que devem ocorrer neste sábado (17) em Londrina.

O que diz a defesa

O advogado Fernando de Souza, que representa a mãe do bebê e o namorado dela, informou que não há nada que incrime o casal, que teria sofrido ameaças após o desaparecimento do menino.

“Não tem indícios de que eles tenham cometido um crime. Os dois estão sendo ameaçados pela internet, recebendo mensagens de que serão agredidos. O que aconteceu ali pode ter sido um acidente. Vamos aguardar novas informações que o inquérito pode trazer”.

Investigação

De acordo com o delegado João Reis, nenhuma possibilidade sobre o que aconteceu com o bebê será descartada.

“Todas as possibilidades são analisadas, não descartamos nenhuma. Ela pode ter sido jogada ou pode ter acontecido um descuido, que consideramos como a principal linha de investigação. Pelo parque ser um lugar escuro, a criança pode ter caído no rio”.

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