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Melatonina: suplemento pode ser pouco útil para quem tem insônia; entenda

Não existem até o momento evidências científicas de que tomar o hormônio seja suficiente para garantir uma boa noite de sono

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REPRODUÇÃO: INTERNET
Martin Luther – Enem

A melatonina é um hormônio produzido naturalmente no nosso cérebro quando estamos no escuro, facilitando o início do sono. A suplementação (uso exógeno), todavia, não tem embasamento científico no tratamento da insônia.

A melatonina é produzida na glândula pineal, localizada atrás do terceiro ventrículo no cérebro e que faz parte do sistema endócrino. Ela atua na sincronização do ritmo circadiano, que é o nosso relógio biológico – o ciclo sono-vigília faz parte dele.

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Da mesma forma que é liberada na escuridão, a melatonina é inibida quando há iluminação, inclusive de telas que emitem luz azul, como celulares, tablets e TVs. Sendo assim, os picos de melatonina são atingidos naturalmente à noite, em ambientes escuros, e os menores níveis ocorrem durante o dia.

Portanto, chamá-la de “hormônio do sono” é equivocado – o mais apropriado seria “hormônio da escuridão”, uma vez que não é essencial para nos fazer dormir, algo que depende de outros fatores, incluindo a adenosina, uma substância que se acumula ao longo do dia.

A melatonina natural, produzida no cérebro, ainda ajuda na regulação dos ciclos menstruais, e alguns estudos sugerem que ela pode proteger contra a neurodegeneração, associada a doenças como Parkinson e Alzheimer.

Já a melatonina sintetizada, encontrada nos suplementos, pode ter algumas utilidades, mas estas não são totalmente claras do ponto de vista científico. Nos Estados Unidos, um estudo de 2017 com 31 produtos, publicado na Revista de Medicina Clínica do Sono, mostrou que o teor de melatonina variava de -83% a +478% em comparação ao indicado no rótulo.

Quando se fala de insônia, que pode ser a dificuldade de pegar no sono, mantê-lo (acordar durante a noite) ou despertar muito mais cedo do que deveria, a melatonina pode não ser útil. As diretrizes práticas da Academia Americana de Medicina do Sono (2017) e do Colégio Americano de Médicos (2016) ressaltam que “não há evidências fortes o suficiente sobre a eficácia ou segurança da suplementação de melatonina para insônia crônica para recomendar seu uso”. Neste caso, a indicação é que se busque tratamento médico quando persistir por mais de três meses.

Mas quem se beneficia dela? Sabe-se, por exemplo, que a melatonina é útil para indivíduos que fazem longas viagens de avião, ajudando a diminuir os efeitos do jet-lag (mudança de fuso-horário que impacta o ritmo circadiano do indivíduo) .

Outro potencial benefício da melatonina é para pessoas que têm o chamado distúrbio da fase de sono-vigília. Estes indivíduos normalmente tem dificuldade em ir para a cama antes das 2h ou até das 6h e preferem acordar entre 10h e 13h.

Um estudo mostrou que pacientes com esse tipo de distúrbio que tomaram melatonina uma hora antes de ir para a cama e mantiveram horários regulares de dormir conseguiram adormecer em média 34 minutos antes e funcionar melhor durante o dia.

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