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Paranaense morre após anestésico em sessão de tatuagem

O homem teve uma queda de pressão

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David estava há quase 8 horas recebendo a arte no corpo. | ( Divulgação )
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Um homem de 33 anos morreu enquanto era submetido a uma sessão de tatuagem.

David Luiz Porto Santos estava recebendo a arte no corpo há quase 8 horas e após receber o anestésico no braço esquerdo, não resistiu e acabou falecendo.

Dr Rodrigo Dentista

O caso aconteceu em Curitiba, no dia 19 de abril de 2021, mas só veio a público essa semana após a Polícia ouvir o depoimento da esposa da vítima na última quarta-feira (08).

“O meu marido estava bem na finalização da tatuagem, até que o tatuador passou um anestésico no braço todo e começou a tirar o excesso. O meu marido questionou o que tinha passado, e ele respondeu que era um anestésico. Meu marido disse que a pressão dele estava baixando e o tatuador disse que era normal”, contou ela.

“Eu falei para o tatuador que ele (David) não estava bem. Eu coloquei a mão no peito do meu marido e vi que o coração estava acelerado. Pedi pra chamar o Samu. Deitaram o meu marido na maca, ergueram as pernas dele, a pupila dilatou e ele convulsionou. Chegou no hospital já sem vida.” Disse a viúva em depoimento à Polícia Civil.

Na época, o caso foi registrado na Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), porém, como o tatuador era conhecido e não havia indício de crimes, foi encaminhado ao 6º Distrito Policial (DP).

“O tatuador disse que era de costume usar o anestésico e que adquiriu o remédio com receita médica. Apuramos que a receita era de uma médica veterinária; ouvimos ela e a mesma relatou que não forneceu o receituário e que não tinha nada a ver com o caso. Mesmo assim nós vamos apurar a conduta dela nesse inquérito.” Disse Wallace Brito, delegado do caso.

O tatuador de 27 anos, José Manoel Vieira de Almeida, foi ouvido nesta quinta-feira (16).

Durante o primeiro depoimento, o homem disse ter aplicado a substância, em forma de spray, após um pedido de David. A afirmação é negada pela esposa da vítima, Monike Caroline de Freitas.

Além disso, José Manuel ainda relatou ter ministrado a anestesia uma única vez em David e que a utilização do medicamento seria comum em clientes com muita dor, o que, de acordo com o tatuador, seria o caso da vítima. Novamente, a informação é negada por Monike.

A aplicação de anestesia é limitada, segundo resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM), que reitera que a substância só pode ser aplicada por certos profissionais habilitados, como médicos dentistas.

Finalizando suas declarações à polícia, o profissional disse ter auxiliado David desde o surgimento dos primeiros sintomas da alergia, chegando a acionar o Samu e, posteriormente, levando-o a um hospital particular de Curitiba. Ele ainda afirmou que, antes de iniciar a sessão, a vítima teria assinado um termo de consentimento, onde não declarou problemas de saúde ou alergias. 

“Estamos finalizando esse inquérito nos próximos dias, mas todos os indícios apontam que houve crime de homicídio culposo, quando não há intenção de matar. A pena para esse crime específico é de até três anos. Vamos finalizar e encaminhar ao Ministério Público do Paraná”, disse o delegado em entrevista ao UOL.

A morte de David teria sido causada por uma alergia ao anestésico utilizado, de acordo com laudo do Instituto Médico-Legal (IML). Ainda segundo aos exames do IML, a vítima, de 33 anos, teria tido uma intoxicação causada por lidocaína.

Anestésico

O medicamento conhecido como lidocaína é um anestésico usado para diminuir a sensação de dor de pacientes que passam por procedimentos médicos. O laudo da necrópsia não conseguiu apontar a causa da morte que foi descrita como “indeterminada”.

“Diante dos dados colhidos durante o exame de necropsia e dos resultados dos exames complementares, conclui a legista que a morte de David é de causa indeterminada. Muito embora os achados necroscópicos e de exames sejam sugestivos de intoxicação exógena por lidocaína, o perito não tem como afirmar categoricamente que essa foi a causa do óbito, visto que não dispõe de exame quantitativo do anestésico em questão”, dizia o laudo.

A vítima pode ter tido uma overdose da droga com rápida ação segundo o Infectologistas, Daniel Junger. “O que pode se entender dessa situação, é que o profissional passou uma grande quantidade de anestésico numa superfície onde havia sangue. A absorção dessa medicação foi muito maior do que se tivesse passado em pele íntegra”, disse o médico ao UOL.

Na ocasião, o médico pontuou a importância de saber identificar os efeitos que os remédios podem causar nos pacientes. “Não dá pra gente usar a droga sem saber quais são os efeitos colaterais da medicação. Tantos os efeitos terapêuticos quanto os colaterais. É a responsabilidade que todo médico precisa ter na hora de prescrever a medicação. Por isso, não são todos os profissionais de saúde que podem prescrever. Apenas médicos e dentistas”, finalizou o médico.

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