Policial militar do Paraná é preso suspeito de chefiar tráfico de drogas

Uma operação do Gaeco em conjunto com o setor de inteligência da Polícia Militar e serviço reservado (P2) prendeu em Londrina um policial militar suspeito de envolvimento com o tráfico de drogas. 

Ederson Aparecido Dias, lotado no Pelotão da Rotam do 30º Batalhão (Zona Norte) foi flagrado recebendo cerca de R$ 3.500,00 de outro homem, identificado pelo nome de Vinicius Alexandre Camargo de Souza, o Pescoço, que já acumula passagens por tráfico.

As investigações iniciaram após a Polícia Militar ter tido informações de que o traficante iria se encontrar com o ‘chefe da organização criminosa’ para repassar a ele um pagamento referente à venda das drogas. Policiais da P2 e do Choque montaram a campana.

A prova do crime foi filmada com drone. Segundo o Gaeco, nas imagens o policial chega dirigindo uma Renault Captur e recebe um capacete de um segundo homem que desembarca de um Fiat Uno. Na sequência, ambos vão embora e logo são abordados pelo Choque.

Durante a abordagem, o motorista do Uno contou que escondia mais drogas em sua residência e que havia repassado dinheiro para o policial, sem esclarecer maiores detalhes. No outro veículo, Ederson que estava com a mulher e com os filhos foi flagrado com os valores em espécie escondidos dentro do capacete. Ele também tinha um revólver calibre 22, que foi apreendido.

O militar foi preso em flagrante e levado ao 29º Batalhão da PM em Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba, onde permanece detido. Ele deve responder por tráfico de drogas, associação ao tráfico e posse ilegal de arma de fogo. Um pedido de prisão preventiva foi feito pelo Ministério Público do Paraná, que encabeça as investigações.

Além disso, Ederson também já responde por homicídio no caso da morte de um rapaz na Zona Leste de Londrina em um suposto confronto com a polícia. Lucas Hendrik Riedlinger dos Santos morreu em 2019 aos 22 anos após ser baleado em uma abordagem da equipe integrada também por Ederson.

Outros policiais investigados

A Justiça também investiga outros dois policiais do 30º BPM por concussão. Em 20 de dezembro, três mandados de busca e apreensão foram cumprido contra os agentes. Eles são apontados por exigir propina para acobertar traficantes que agem em Londrina.

Conforme a acusação, em 2021 eles pediram R$ 10 mil em dinheiro e uma arma de fogo para não efetuarem a prisão de um criminoso.

Os mandados expedidos pela Vara da Auditoria da Justiça Militar foram cumpridos na casa dos policiais e ainda nas dependências da Rotam do 30º BPM. Na ocasião foram encontradas armas e munições sem procedência ou origem, além de drogas diversas e objetos para preparo das drogas para a venda.

O Gaeco investiga se os casos possuem ligação. “O que chama a atenção é o fato desse policial preso estar lotado no mesmo batalhão. Eventual conexão ou uma nova prova que possa interessar ao outro caso estão sendo apuradas e iremos verificar na sequência. Mas chama a atenção que policiais que deveriam coibir os crimes tenham atitudes idênticas a dos criminosos”, disse Jorge Pereira Filho, delegado do Gaeco.