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Paraná: Polícia Federal indicia ‘Sheik dos Bitcoins’ por cinco crimes; veja quais
Francisley Valdevino da Silva está preso desde novembro
A Polícia Federal indiciou o empresário Francisley Valdevino da Silva, o “Sheik dos Bitcoins”, e mais cinco pessoas, no inquérito que apura fraudes bilionárias envolvendo criptomoedas.
Silva está preso preventivamente desde 3 de novembro, quando foi alvo de operação da corporação. Ele é suspeito de cometer crimes, desde 2016, ao comandar um esquema de pirâmide financeira disfarçado de aluguel de criptomoedas.
O relatório da Polícia Federal sobre as investigações tem mais de 600 páginas nas quais a corporação explica provas analisadas e depoimentos colhidos no inquérito aberto em março de 2022.
O “Sheik dos Bitcoins” foi indiciado na semana passada por cinco crimes:
- organização criminosa;
- estelionato;
- obter ganhos ilícitos mediante especulações ou processos fraudulentos;
- lavagem de dinheiro;
- emitir título ou valores mobiliários sem registro prévio junto à autoridade competente.
O g1 entrou em contato com a defesa de Francisley, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem.
O relatório é assinado pelo delegado da Polícia Federal Filipe Hille Pace. Segundo o documento, o dano provocado pela organização criminosa é estimado entre R$ 583 milhões e R$ 1,15 bilhão.
De acordo com a polícia, Francisley foi indicado por criar e integrar organização criminosa com atuação dentro e fora do Brasil.
Segundo as investigações, “de forma estruturada e com divisão de tarefas”, o grupo promoveu fraudes por meio de várias plataformas virtuais e empresas de criptoativos e marketing multinível.
Ainda segundo a polícia, a organização fazia “captação de recursos com oferecimento de pagamentos de rendimentos acima da média praticada pelo mercado, que consistiam em ardil para apropriação indevida dos valores das vítimas”.
Quem é o Sheik
Segundo a polícia, Francisley se apresentava como Francis Silva e é natural de São Paulo, mas se estabeleceu em Curitiba. Na capital paranaense, ele desenvolveu uma empresa do ramo da tecnologia.
De acordo com a PF, o suspeito possui mais de cem empresas abertas no Brasil vinculadas a ele. A investigação indica que ele usava o dinheiro arrecadado nas fraudes para a compra de imóveis de alto valor, carros de luxo, embarcações, roupas de grife, joias, viagens, aviões e para fazer doações a igrejas.
O esquema começou a ruir no fim de 2021, quando Francisley não conseguiu mais pagar o que devia aos clientes, conforme a PF.
Entre as vítimas do Sheik está Sasha Meneghel, que segundo a PF teve um prejuízo de cerca de R$ 1,2 milhão. Segundo a polícia, a filha da apresentadora Xuxa investiu na empresa e não recebeu os valores investidos.
Vida de ostentação
Vídeos gravados por Francisley Valdevino da Silva, conhecido como “Sheik dos Bitcoins”, mostram o empresário ostentando uma vida de luxo, com mansão no litoral, carros importados e aviões.
Nas imagens, Francisley passeia pelo interior de uma casa de frente para o mar e comenta sobre a coleção de carros estacionados na garagem, além de viagens em aviões particulares e helicópteros.