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Morre a yalorixá Mãe Lídia, responsável pelo maior Candomblé de rua do mundo

A religiosa ganhou notoriedade por lutar pela divulgação, preservação e manutenção dos ritos e cultos de origem africana

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Morre aos 86 anos yalorixá Mãe Lídia, responsável pelo maior Candomblé de rua do mundo — Foto: Arquivo pessoal
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A yalorixá Lídia Queiroz dos Santos, mais conhecida como Mãe Lídia, morreu na manhã desta quinta-feira (8), em Santo Amaro, no Recôncavo Baiano, aos 86 anos. Ela foi a responsável pelas cerimônias do maior Candomblé de rua do mundo, o Bembé do Mercado.

Mãe Lídia nasceu na mesma cidade onde faleceu, e foi iniciada no Candomblé em 1955, para Oxaguiã e Obaluaê. Ela dedicou mais de 70 anos de vida à religião. Por 48 anos, a yalorixá comandou o terreiro Ilê Axé Yá Oman, um dos mais tradicionais da Bahia.

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O Bembé do Mercado foi registrado como Patrimônio Cultural da Brasil por causa influência dela. A religiosa ganhou notoriedade por lutar pela divulgação, preservação e manutenção dos ritos e cultos de origem africana.

O velório e o axexê – cerimônia fúnebre realizada no Candomblé – estão sendo realizados no próprio terreiro Ilê Axé Yá Oman. O sepultamento do corpo de Mãe Lídia será realizado na sexta-feira (9), às 9h, no cemitério Campo da Caridade, em Santo Amaro.

Como é o ritual fúnebre do candomblé?

No caso de falecimento de um pai (babalorixá) ou mãe (ialorixá) de santo, o velório é realizado dentro do barracão, e a celebração dura sete dias após o falecimento. Neste tempo as pessoas não consomem bebida alcoólica, e nem praticam relações sexuais. Para a religião, a morte não tem um peso, nem castigo, e nem fim.

Como é feito o Axexê?

Com uma navalha o Babalorixá ou ialorixá raspa o topo do crânio do falecido e retira o Oxu, juntamente com todos os pós colocado na sua iniciação, em seguida quebra-se um ovo, oferece um obi Obi ritual, pintando-o com efum, uáji, e ossum, coloca-se um novo oxu, um pombo é sacrificado, o sangue que escorre é recolhido.

Quanto tempo dura o Axexê?

Rito fúnebre que se realiza no candomblé por ocasião da morte de pessoa importante na hierarquia religiosa. Inicia-se após o enterro, dura de três a sete dias e é acompanhado de cantos e danças – que têm como finalidade libertar da matéria a alma do morto.

Quando morre alguém no candomblé?

No Candomblé, a morte não significa a extinção total, ou aniquilamento. Morrer é uma mudança de estado, de plano de existência; fazendo parte do ciclo, ao mesmo tempo religioso e vital, que possui início, meio e fim.

Quais são os rituais fúnebres?

A convivência inclui conversar, servir alimentos e trocar as vestes, esperando ter dinheiro suficiente para o enterro. Depois disso, ainda haverá “visitas”: os parentes retiram o corpo do túmulo a cada dois anos.

Quanto tempo dura um Axexê?

Axexê se constitui em um período de “obrigações”, de acordo com a estrutura do mito, que podem ser: de sete dias para os “mais velhos”, os egbomis; de três para iaôs, que não possuem as obrigações de sete anos de iniciados e de um dia para os iaôs, que não completaram as obrigações de três anos.

*Com informações de Você pergunta

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