Fale com a gente
Bonni Restaurante

Geral

‘Me sentia sem reação’, diz mãe após família receber saco com serragem no lugar de corpo de natimorto

Caso aconteceu após gestante passar por parto de emergência em um hospital de Ponta Grossa; polícia investiga se houve intenção de substituição do corpo. Hospital afirma prestar esclarecimentos

Publicado

em

|Foto: Reprodução/RPC|
Academia Meu Espaço

“Me sentia sem reação”. Estas foram as palavras da mãe do natimorto que teve o corpo trocado por um saco de serragem ao ser entregue para a família em um hospital de Ponta Grossa, nos Campos Gerais do Paraná.

“Eu me sentia como se tivesse parado tudo. Para mim não era verdade, para mim eu ainda queria acreditar que ela ainda estaria ali”, desabafou Larissa, de 19 anos.

Charles Pinturas

O caso aconteceu no último sábado (30), quando a avó e a tia paterna da criança assumiram os procedimentos para realizar o sepultamento em Imbaú, cidade da família.

As imagens foram registradas depois do que a família acreditava ser um corpo ser retirado do necrotério do Hospital Geral da Unimed.

À RPC, a Unimed afirmou que investiga o caso e que lamenta o ocorrido. Disse, também, que câmeras internas mostram cenas do último sábado, mas não soube informar por que o saco com serragem estava no local.

‘Nós temos a nossa equipe assistencial, a enfermeira, levando o corpo até o necrotério. Posteriormente nós temos nosso colaborador realizando a abertura desse local e indo até o local para retirada o corpo. No momento então a funerária e os familiares entram no necrotério com a urna funerária e saem desse necrotério com a urna fechada. É importante nós destacarmos que a todo momento estava lá o corpo, e esse pacote, que nós não sabemos a origem, não é de uso hospitalar. Ao que parece é de uso funerário e que as autoridades estão investigando como esse pacote foi parar lá. A funerária juntamente com os familiares vão, entram, nosso colaborador fica na porta, eles retornam já com a urna fechada e saem do necrotério. Oportunidade em que, como era o único corpo no local, ele fecha o necrotério e retorna às atividades”, afirmou Andressa Slompo, advogada do HGU.

A família retornou ao hospital, momento em que foi identificado que o corpo de Helena havia permanecido na instituição durante todo o tempo. Ele foi entregue à família na presença da polícia.

“Só tivemos conhecimento realmente dos fatos com o retorno da família e das autoridades policiais. Oportunidade em que as câmeras de segurança demonstram que todos foram, retornaram até o necrotério e constataram que o corpo permanecia lá, identificado a todo tempo. Assim como é interessa da família também é interesse do hospital esclarecer todos esses fatos. Nós temos protocolos, nós estamos com uma equipe que realmente lamenta muito todo o ocorrido. Nós estamos prestando todo o apoio, entramos em contato com a família, e também é do nosso interesse que tudo seja esclarecido. Da onde veio esse pacote, da onde é, e que realmente essa família possa ficar tranquila e viva seu luto de uma forma mais tranquila”, disse a representante do hospital.

Investigação

Na terça-feira (2), a polícia começou a ouvir familiares, profissionais da funerária e também testemunhas sobre o caso. Também foram ouvidos representantes do hospital.

De acordo com o delegado, a investigação apura se houve intenção de substituição do corpo por serragem.

“Nós temos que analisar se todos os protocolos foram obedecidos para a retirada do corpo. Certamente em algum instante houve uma quebra. Isso tudo vai ser objeto de investigação e vai ser analisada a questão do dolo, se realmente houve o intuito da substituição ou não daquele corpo. Isso é fundamental pra finalização da investigação”, disse o delegado.

Por nota, a funerária afirmou que seguiu os protocolos no momento da retirada do corpo do hospital e que tudo foi acompanhado pela família.

Relembre o caso

No necrotério, a família fez a retirada do saco e seguiu viagem para realizar o sepultamento em Imbaú. Quando chegaram, avó e a tia, junto à funerária, fizeram a abertura do pacote para que a bebê pudesse ser preparada para o sepultamento.

Foi quando a família descobriu que o corpo do bebê não estava lá.

“Quando meu cunhado saiu da funerária foi esse tempo que minha sogra falou vamos aproveitar e ver. A gente queria ver o rostinho. Queria ter aquele adeus com ela. Aí a gente pediu para ele estar abrindo lá, foi a parte que eu gravei. Só tinha serragem, não tinha o corpo da minha sobrinha, tinha papel de bala, era lixo, não é humano isso”, desabafou a tia Julie Glufka.

O hospital foi acionado por telefone e, depois de algum tempo, a família foi informada que Helena continuava na instituição. Tia e avó retornaram a Ponta Grossa para buscar o corpo.

Helena foi sepultada ainda na noite de sábado, em Imbaú.

Tic Tac
Continue Lendo

Doce Arte
Doce Arte