Fale com a gente
Sicredi

Geral

Caso Evandro: primo do garoto, Diógenes Caetano vira réu por calúnia contra acusados que foram torturados

Evandro Ramos Caetano, de 6 anos, sumiu no trajeto entre casa e escola, em Guaratuba, em 1992, dois meses depois do desaparecimento de Leandro Bossi. Diógenes afirma que vai aguardar ser intimado

Publicado

em

Primo de Evandro, Diógenes Caetano dos Santos Filho — Foto: Reprodução/Globoplay
Martin Luther – Enem

Diógenes Caetano dos Santos Filho, primo do garoto de seis anos que sumiu no trajeto entre a casa e a escola, em Guaratuba, no litoral do Paraná, em 1992, virou réu por calúnia contra cinco acusados, que foram torturados para confessar o crime. 

A queixa-crime crime contra ele foi apresentada em 13 de julho, e foi aceita pela juíza Marisa de Freitas, da Vara Criminal de Guaratuba, na quarta-feira (27).

Portal WhatsApp

Na denúncia, a defesa dos cinco acusados apontou que Diógenes participou de uma transmissão ao vivo patrocinada por um grupo de comunicação, que foi ao ar em 25 de janeiro deste ano no Facebook.

Conforme o documento, Diógenes foi convidado pelo veículo para comentar o pedido de desculpas oficial feito pelo Governo do Paraná aos acusados do crime. O estado definiu o perdão como “sevícias indesculpáveis” sofridas por eles à época da investigação do caso.

Veja, abaixo, um trecho da declaração de Diógenes na entrevista:

“Nós não vamos pactuar, a família se recusa. Nós sabemos que foram eles que mataram e não foi só o Evandro, não foi só o Leandro, eles confessaram outras crianças. Eu não quero me alongar, mas só para encerrar essa primeira pergunta: todos aqueles desaparecimentos, aqueles 28 casos que estão sumidos, do final dos anos 80, início dos anos 90, eles são casos de sumiços fora da curva, são casos diferentes. Sempre existiu desaparecimentos e sempre existe, até hoje. Mas aqueles eram fora da curva, eles tinham características especiais e nenhuma delas foram encontradas”.

Em outro trecho, Diógenes afirmou que considerou o pedido de desculpas do governo “vergonhoso”.

“Então, aquilo só acabou com a prisão deles. Em janeiro de 92 sumiu uma criança, em fevereiro sumiu duas e, em março, sumiu três. Em abril sumiu o Evandro e depois nunca mais sumiu ninguém nessa característica que eu aponto fora da curva. Então, só isso aí, já é um motivo para ele [Secretário de Justiça Ney Leprevost] parar e pensar e não ficar fazendo essas conversinhas aí de pedir desculpas. Realmente isso é vergonhoso”.

Na queixa-crime, a defesa pontuou que ao Diógenes sugerir afirmativamente que os acusados mataram Leandro Bossi e “mais aqueles 28 casos que estão sumidos”, ele os atribuiu os crimes de sequestro e homicídio.

“Diógenes realizou as elementares do art. 138 do CP, com o ânimo específico destinado a caluniar os querelantes. Nem se diga que Diógenes apenas sugeriu as imputações de modo apenas indireto, porque, quando mencionou os ’28 casos’, não se tratou de uma cifra especulativa hiperbólica. Os 28 casos são exatamente todas as crianças que estão desaparecidas sem desfecho ou descoberta no Estado do Paraná”, afirmou a defesa.

O outro lado

Ao g1, Diógenes Caetano dos Santos Filho afirmou que não tem interesse em ler a queixa-crime. “Aguardarei ser intimado e aí saberei do que os assassinos do Evandro e do Leandro estão alegando”, disse ele.

Atualmente, Diógenes atua como engenheiro civil em Guaratuba.

Os advogados Antonio Augusto Figueiredo Basto e Tomás Chinasso Kubrusly – que defendem Celina Abagge, Beatriz Abagge, Osvaldo Marcineiro, Davi dos Santos Soares e Airton Bardelli – afirmaram apenas que “a queixa-crime é autoexplicativa”.

acimacar amor sempre presente
Continue Lendo

Doce Arte
Doce Arte