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Casos de autoagressão entre crianças e adolescentes crescem no Paraná

De acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde, o suicídio é a segunda principal causa de morte entre jovens com idade entre 15 e 29 anos

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(Foto: RIC Mais)
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O Hospital Pequeno Príncipe atendeu, em 2020, primeiro ano da pandemia da Covid-19, 19 casos de autoagressão ou tentativa de suicídio entre crianças e adolescentes. No ano passado, 2021, este número cresceu quase três vezes mais: foram atendidos 52 casos, entre eles, uma criança de apenas sete anos.

De acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde, o suicídio é a segunda principal causa de morte entre jovens com idade entre 15 e 29 anos.

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Conforme a psicóloga Daniela Prestes, é importante dar atenção à saúde mental e ao sofrimento emocional que as crianças demonstram.

“O senso comum tende a muitas vezes pensar que a criança não sofre emocionalmente porque é uma fase de brincadeira, de alegria e que não tem grandes responsabilidades, salvo com os estudos e que geralmente os pais conseguem provê-las de todas as suas necessidades, mas não é assim que funciona”.

O psicólogo do Hospital Pequeno Príncipe, Bruno Mader, informa que é preciso comparar a criança com ela mesma, para que a mudança de comportamento possa ser analisada.

“Uma criança que é tímida ou quietinha não necessariamente está tendo um sofrimento emocional, pode ser a forma da personalidade. Agora uma criança que era agitada, ‘conversadeira’ e passa a não fazer mais essa ação ou uma criança quietinha passa a dar sinais de irritabilidade, de agressividade onde não tinha, essas mudanças de comportamento são coisas para ficarmos de olho”,

Falas que devem ser analisadas

Bruno Mader também desperta os pais e familiares para discursos inadequados e com tom diferente do que o esperado de uma criança, como: “tenho medo de ir em tal lugar”, “tenho medo de tal pessoa”, “não gosto da minha vida”. Isso pode ser um comunicado de sofrimento, alerta o psicólogo.

“A gente aprende a se gostar sentindo o amor dos outros, então a autoestima não é uma coisa espontânea, só aprendemos a ver valor na gente mesmo quando outra pessoa diz. É muito importante que os adultos possam dar um lugar especial para essa criança, quando esse lugar falta e no lugar disso vem xingamentos, rebaixamentos ou falta de atenção e negligência, a criança vai ficar sem referencial para conseguir gostar de si mesma”,

Pandemia

Ainda conforme o profissional, a falta de convivência e de troca é uma explicação possível para esse fenômeno. “Nós tivemos nesses dois últimos anos o fenômeno do isolamento social, um processo em que as crianças e os adolescentes frequentaram menos a escola e passaram a ter menos contatos com outras crianças e adolescentes, passando esse contato apenas para o ambiente virtual. Isso faz com que as crianças percam o referencial de como ter uma boa relação”, analisa Bruno.

Ainda de acordo com o psicólogo, os adolescentes passam por mudanças na sexualidade, afetividade e tudo isso influencia em suas vivências.

Saiba como ajudar

Os profissionais da área informam que é preciso buscar ajuda em redes hospitalares ou junto aos pedagogos das escolas, para que as crianças e adolescentes possam ser encaminhados para orientação e tratamento, se necessário.

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