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Após divulgação de áudios machistas, Arthur do Val retira candidatura ao governo de São Paulo

Deputado paulista diz não querer que suas palavras atrapalhem a construção de um terceira via nas eleições

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|Foto: Divulgação|
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 Após o vazamento de áudios em que fala que as ucranianas são “fáceis porque são pobres”, o deputado Arthur do Val (Podemos), conhecido como Mamãe Falei, abriu mão de sua candidatura ao governo de São Paulo.

Em um comunicado em suas redes sociais, o parlamentar afirma que suas falas não são corretas “com as mulheres brasileiras, ucranianas e com todas as pessoas que depositam confiança” em seu trabalho.

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Ele também diz que o projeto de construção de uma terceira via na eleição nacional, do qual seu partido faz parte, “não merece que as minhas lamentáveis falas sejam utilizadas para atacá-lo”.

Do Val filiou-se ao Podemos em janeiro, com o objetivo de dar um palanque para Moro em São Paulo. Sua chegada não agradou a todos no partido. Os 18 prefeitos do estado filiados à legenda já disseram que pretendem apoiar a candidatura do vice-governador Rodrigo Garcia (PSDB). Sem Do Val, o Podemos terá que procurar outro nome para dar palanque a Moro no estado, que concentra um quinto do eleitorado nacional, ou entrar oficialmente no arco de alianças de Garcia.

“Não tenho compromisso com o erro. Por isso entrei em contato com a presidente do Podemos, Renata Abreu, para retirar minha pré-candidatura ao governo de São Paulo”, escreveu o deputado.

As mensagens de Do Val foram tornadas públicas no fim da tarde de sexta-feira. Durante a noite, o ex-ministro Sergio Moro, pré-candidato do Podemos à Presidência, rompeu com o deputado e declarou que nunca dividirá palanque com ele. O Podemos informou ter aberto procedimento disciplinar interno para apuração dos fatos. A Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) também prometeu investigar a conduta do parlamentar.

Do Val filiou-se ao Podemos em janeiro, com o objetivo de dar um palanque para Moro em São Paulo. Sua chegada não agradou a todos. Os 18 prefeitos que a legenda tem no estado já disseram que pretendem apoiar a candidatura do vice-governador Rodrigo Garcia (PSDB). Sem Do Val, o Podemos terá que procurar outro nome para dar palanque a Moro ou entrar oficialmente no arco de alianças de Garcia.

Neste sábado foi a vez do MBL, movimento do qual Do Val faz parte, se posicionar. Em nota publicada pelo deputado federal Kim Kataguiri (SP), o movimento repudia o teor dos atos e pede desculpas “às pessoas, especialmente amulheres, que se indignaram sinceramente com os áudios”. Diz, porém, que o ocorrido “não invalida o objetivo da viagem, que se cumpriu ao arrecardarmos mais de R$ 250 mil para os refugiados ucranianos.”

Mais cedo, o deputado havia publicado um vídeo no YouTube com o título “Pedido de Desculpas”. Na gravação, ele admitiu que o áudio é real, mas negou que estivesse fazendo “turismo sexual” na Ucrânia.

 Quero que você separe as ações das palavras. Aceito ser julgado pelo que falei, mas não aceito ser julgado pelo que não fiz — afirmou no vídeo.

Ele disse que o áudio não tem “a ver com política” e que o grupo que recebeu o áudio é formado por amigos do futebol. Afirmou que as afirmações foram feitas no “superlativo”, com expressões e exageros:

— Como muitos homens fazem, um um grupo de amigos depois do futebol faz.

Do Val afirma que tomou a liberdade de ser “um moleque”.

— Foi moleque, foi. Foi escroto, foi. Foi machista, foi. Mas separe as palavras da ação — disse.

O deputado também afirmou que “errou” ao dizer que o empresário Renan Santos, líder do MBL, costuma fazer turismo sexual no Leste europeu. Ele afirmou que se confundiu que a viagem de Renan Santos havia sido para a Suécia.

Antes da publicaçao do vídeo, o deputado desembarcou em Guarulhos no início da manhã e deu sua versão sobre os áudios vazados.

— Foi errado o que eu falei, não é isso o que eu penso. O que falei foi um errou num momento de empolgação.  Foi um áudio machista, assumo, peço desculpas a todas as mulheres — afirmou Do Val.

Repugnantes e tenebrosos’, diz Sociedade Ucraniana

Neste sábado, a Sociedade Ucraniana do Brasil (Subras) divulgou nota afirmando que os áudios são “repugnantes e tenebrosos” e é um ato de desrespeito e ataque às mulheres.

“Ele ofende não só as que foram citadas, mas a todas

A Subras cobra ainda resposta sobre a atitude do deputado, “que não deve ter espaço na vida pública”.

A ex-embaixatriz da Ucrânia no Brasil, Fabiana Tronenko, também reagiu aos áudios de conteúdo sexista e pediu a cassação do parlamentar.

— Peço que você tenha mais respeito com as mulheres ucranianas, porque elas não são fáceis porque elas são pobres. São mulheres, são decentes, pessoas honradas, e você tenha respeito, seu vagabundo — afirmou Fabiana, em um vídeo publicado no Twitter.

. Atinge também nossa origem e história, já tão agredidas por diversas frentes em diferentes épocas. Aproveitar-se de fragilidades de qualquer nível em um estado de guerra é, além de condenável, desumano”, diz o documento.

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