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Morre Rosy de Sá Cardoso, primeira mulher a ter registro profissional de jornalista no Paraná

Aos 95 anos, pioneira na comunicação do estado morreu na madrugada desta quinta-feira (3) em um hospital de Curitiba

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|Foto: Arquivo/RPC|
Velho Oeste

Rosy de Sá Cardoso, primeira mulher a ter registro profissional de jornalista no Paraná, pioneira na comunicação do estado, morreu na madrugada desta quinta-feira (3), aos 95 anos.

Segundo nota da Prefeitura de Curitiba, ela estava internada no Hospital da Cruz Vermelha e morreu por falência múltipla dos órgãos em função da idade avançada.

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Até a publicação desta reportagem, a assessoria do hospital não havia divulgado informações a respeito.

A jornalista nasceu em 19 de dezembro de 1926, em Curitiba. Trabalhou nas redações dos jornais O Dia, Estado do Paraná e da Gazeta do Povo, onde atuou por 40 anos.

A comunicadora iniciou a carreira como cantora, interpretando boleros na Rádio Guairacá e, segundo registros da Gazeta do Povo, teve calo nas cordas vocais, o que a fez migrar para o jornalismo, onde traçou uma trajetória marcante.

Nas redes sociais, o prefeito Rafael Greca (DEM) lamentou a morte de Rosy, valorizando a carreira profissional e a trajetória dela nas redações e nos palcos.

A diretora da unidade de jornais do Grupo Paranaense de Comunicação (GRPCOM), Ana Amélia Filizola, destacou o amor de Rosy pela comunicação e o exemplo de vida que ela deixa.

“O legado de uma pessoa curiosa, atenta, que queria viver. Apesar da idade, ela nunca deixou de querer conhecer o mundo. Não só pela curiosidade do turismo, mas o mundo através das pessoas, das interações. A Rosy mostra claramente o que é o jornalismo de verdade, de pessoas que querem trazer para as pessoas fatos que possam mudar a sua vida”, disse.

Até o início da tarde desta quinta-feira, as informações sobre velório e sepultamento não haviam sido divulgadas.

‘Grande perda para o jornalismo brasileiro’, diz sindicato

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Paraná (Sindijor-PR) emitiu nota de luto pela morte de Rosy, e afirmou que “o jornalismo brasileiro sofreu uma grande perda”. A jornalista foi a primeira filiada do estado.

O Sindijor-PR declarou que “estende os mais sinceros e profundos sentimentos de pesar aos amigos e familiares” da jornalista.

No texto, o sindicato lembrou que a comunicadora começou a carreira como jornalista aos 21 anos, pelo jornal O Dia, onde consagrou-se como primeira colunista social de Curitiba.

Rosy relatava, segundo o Sindijor, que, à época, enfrentou discriminação de pessoas que reprovavam a presença de mulheres em redações, um preconceito que vinha até por parte de familiares que consideravam isso uma “vergonha para a família”.

O sindicato reforçou ainda que ela trabalhou em uma época em que as redações eram ambientes construídos “por e para homens” e que rompeu barreiras na sociedade da época.

O presidente do Sindijor-PR, jornalista Célio Martins, trabalhou por quase 30 anos ao lado de Rosy que, conforme destacado por ele, sempre foi referência entre os colegas.

“A gente brincava na redação que ela era a pessoa que mais países, cidades e lugares conheceu no mundo. Sua história é um exemplo de persistência, de missão como jornalista e de vida. Sua morte deixa um vazio no jornalismo”, afirmou.

Rosy também trabalhou em televisão, como produtora e apresentadora e, durante a trajetória, conheceu cerca de 90 países em todo o mundo.

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