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Com adiamento dos desfiles, mais de 450 festas ocorrem pelo Brasil no Carnaval

Especialistas divergem sobre a permissão para eventos de grande porte

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|Foto: PixaBay|
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Um levantamento feito pela CNN revelou que mais de 450 festas acontecerão, em pelo menos 22 estados do Brasil, durante a data do feriado do Carnaval.

A realização desses eventos vai na contramão da decisão das 24 capitais e do Distrito Federal, que anunciaram oficialmente que o Carnaval deste ano foi cancelado ou adiado devido ao avanço da variante Ômicron.

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Esses eventos estão registrados nas principais plataformas de vendas de ingressos online. Essas festas estão marcadas nos estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo, São Paulo, Bahia, Pará, Rio Grande do Norte, Ceará, Paraná, Amazonas, Mato Grosso do Sul, Distrito Federal, Sergipe, Alagoas, Maranhão, Rio Grande do Sul, Pernambuco, Piauí, Goiás, Paraíba e Rondônia.

Lugares como o Parque dos Atletas, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro, será palco para alguns dos principais eventos. O local tem capacidade para 85 mil pessoas. O Parque Olímpico também receberá uma dessas grandes festas, e pode receber até 107 mil pessoas.

O que dizem os especialistas

O infectologista e diretor do hospital da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Alberto Chebabo, afirma que as festas não têm a mesma dimensão que o Carnaval em relação à quantidade de pessoas.

Ele destaca, ainda, que a decisão também envolve outros fatores além da saúde, como questões econômicas e políticas.

“Os desfiles na Sapucaí envolvem mais de 500 mil pessoas circulando, essas festas são eventos menores quando comparado. A questão é técnica e política. O carnaval na Sapucaí envolve um número muito grande de patrocínio, estrutura, divulgação, rede hospitalar, porque esse evento gera um aumento da demanda na rede hospitalar, uma rede que ainda vai estar sofrendo os reflexos desse momento de aumento de transmissão. Não dá para nesse momento, quando a gente está com um número grande de infectados, ficar fazendo propaganda.”, aponta o especialista.

Chebabo chamou atenção para a nova data e afirma que a medida tomada foi a mais certa diante do quadro dos casos. Ele não descarta a possibilidade de um crescimento no número de mortos, que é uma consequência da alta taxa de covid-19.

“É mais seguro fazer esse carnaval em abril, com a rede hospitalar organizada, com a demanda baixa, com a redução de internações. É possível que tenhamos um número de mortos um pouco crescente em março, após o pico de casos.”, diz.

Para o diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Renato Kfouri, não há diferença entre os eventos do ponto de vista sanitário. Ele alertou que há uma alta taxa nos casos de covid-19 e que todos devem seguir as medidas de segurança instauradas pela OMS.

“Nesse momento, quanto menos aglomeração tivermos, melhor. O impacto é constante. Continua o mesmo. Isso vale para festa, bar, carnaval, tudo. Estamos em um momento de grande disseminação por conta da variante Ômicron, então não dá para ter privilégio. A lógica da restrição tem que ser da maneira mais igualitária o possível”, pontua.

Kfouri disse que é imprevisível dizer até quando esses picos irão continuar, mas depende de diversos fatores, como o número de vacinados. O diretor da SBIm ainda destaca que as festas não são as culpadas pelo nascimento da nova variante, mas elas ajudam a aumentar o contágio entre as pessoas.

“Nós temos que entender que não são os eventos que fizeram com que ocorresse essa onda, isso ia acontecer de qualquer jeito. Mas, eles ajudam a agravar o problema e aumentam as taxas de transmissão”, finaliza.

Em entrevista à CNN, o secretário municipal de saúde, Daniel Soranz, quando perguntado sobre a realização de eventos fechados, disse que o carnaval na Marquês de Sapucaí mobiliza praticamente a cidade toda, então é um número mais expressivo que o dessas festas.

“Então a gente tem colocado muitas medidas restritivas justamente para as pessoas que não se vacinam, pessoas que tem maior risco de serem internadas e terem um agravamento na doença. Nesse momento, o passaporte sanitário é a nossa principal restrição na cidade do Rio de Janeiro.”

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