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Sem pensão há 11 anos, amigos fazem rifa para ajudar ‘Bruninho’, filho de Eliza Samúdio, na compra de material escolar para 2022

Voluntários realizam uma rifa para ajudá-lo com a matrícula e compra do material escolar para 2022. Menino possui bolsa escolar, mas, dinheiro é para outras despesas em MS. Intenção é arrecadar R$ 3 mil

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|Foto: Reprodução / Arquivo Pessoal / TV Globo|
Providência

“Um menino educado, esforçado e que merece esta ajuda”. É assim que amigos da Sônia Moura e Bruninho, respectivamente mãe e filho da modelo Eliza Samudio, assassinada em 2010, definem o garoto de 11 anos. Sem receber a pensão desde o nascimento, voluntários realizam uma rifa para ajudá-lo com a matrícula e compra do material escolar para 2022. A intenção é arrecadar, no mínimo, R$ 3 mil.

A psicóloga e analista comportamental Renata Gouvea, de 44 anos, é quem está organizando a rifa. “Conheço a luta dela, dele, sei o quanto é um menino esforçado e temos amigos que, esporadicamente, ajudam nestas questões sociais. Mesmo o Bruninho tendo bolsa na escola, as despesas da avó neste ano passaram de R$ 3 mil, porque tem a matrícula, lanche e as apostilas, além de outros gastos, então, eu comprei algumas coisas com o tema natalino, além de uma caneca personalizada e uma agenda de 2022 e estou organizando a rifa”, comentou.

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De acordo com Gouvea, a ajuda é um reconhecimento pelo comportamento, mesmo diante a tudo o que está passando.

“A família não está passando fome, a questão não é essa. É que ele é um menino muito especial que, inclusive, ficou preocupado com a avó quando soube de uma fantasia usada recentemente. É uma criança, mais evoluída que muito adulto e estamos sempre em contato com ele e a dona Sônia. Eles precisam de respaldo, mas, como não vejo políticas públicas neste sentido, nós buscamos fazer esse acolhimento”, argumentou.

A psicóloga, assim como a própria Sônia, também lamentam a morosidade com o processo de pensão alimentícia. “É indignante, porque a Justiça, até o presente momento, desde que a minha filha foi assassinada, tem sido negligente. É um sentimento de indignação, não só com ele [pai], mas, com própria Justiça. Ele tem moradia fixa e o oficial não consegue noticiá-lo. Cadê o MP [Ministério Público] para averiguar o motivo de estar acontecendo isso?”, ponderou.

Retratada como lixo, diz mãe

Nessa segunda-feira (1º), um cliente de um bar em Manaus, compartilhou a foto nas redes sociais, no qual está com um saco de lixo fantasiado de goleiro Bruno, condenado pela morte da Eliza. Ao comentar o assunto, Sônia disse que “é difícil ver sua filha retratada como lixo”.

Eliza Samudio desapareceu em 2010 e seu corpo nunca foi achado. Ela tinha 25 anos e era mãe do filho recém-nascido do goleiro Bruno, de quem foi amante. Na época, o jogador era titular do Flamengo e não reconhecia a paternidade. Eliza e o filho Bruninho foram sequestrados e mantidos em cárcere privado. Segundo o depoimento de um dos envolvidos no crime, que na época era menor de idade, a jovem teria sido esquartejada e seus restos mortais colocados em sacos de lixo e jogados aos cães.

Em agosto deste ano, o policial aposentado José Lauriano de Assis Filho, o Zezé, foi o último dos condenados pelo crime.

Filho de Eliza soube da fantasia

Procurada pelo g1, a mãe de Eliza Samudio, Sônia Moura, que mora em Mato Grosso do Sul, relembrou do momento em que recebeu a notícia da “brincadeira de mau gosto”.

“Olha, triste, muito triste! Muito indignada pelo comportamento desse ser humano. A pessoa foi infeliz. Não sei o que está acontecendo hoje com o ser humano, é terrível”, detalhou com a voz embargada.

Sônia contou ao Bruninho, filho de Eliza com o ex-goleiro Bruno, sobre a fantasia registrada em Manaus. “Eu consegui fazer com que ele [Bruninho] não visse. Conversei e falei a respeito do que estava ocorrendo, até para preparar ele. Na escola pode haver comentários. Ele ficou assustado comigo, pensando que eu não estava bem”, relembrou.

Não é a primeira vez que pessoas utilizam do crime para se fantasiarem. “Quando vi, me remeteu a um sofrimento de 2018, que tinha uns estudantes que fizeram uma postagem semelhante”, retomou.

Em 2018, estudantes de Minas Gerais foram a uma festa fantasiados de Bruno e Macarrão. No registro feito Inconfidentes (MG), gerou polêmica nas redes sociais, pois ainda mostrava um dos jovens segurando um saco preto com o nome de Eliza Samudio.

Medida jurídica

Sônia informou que as medidas jurídicas contra o caso de Manaus já estão sendo providenciadas. “Nós vamos processar, não sei como pessoas fazem coisas como essa, mexem com uma dor profunda”.

A advogada que representa Bruninho e Sônia, na área de crimes digitais, Mônica de Moura Castro, frisou que já iniciou o processo cível. “Conversamos com o delegado de Manaus. O rapaz que se fantasiou se voluntariou a prestar esclarecimentos. Estamos esperando o dono do bar, se não for de forma voluntária, deve ser intimado”.

Para a advogada da família, além de ferir preceitos na área penal e civil, o dono do bar e o rapaz que aparecem na foto feriram o código de defesa do consumidor. “Como a publicação foi feita com tom comercial e nas redes sociais, temos que acionar esta instância”.

Já sobre o caso de Minas Gerais, Castro explicou que o caso não prescreveu, então, medidas jurídicas serão tomadas contra as pessoas que se fantasiaram fazendo alusão à morte de Eliza Samúdio

“O dano está configurado. Esperamos que isso não repita. O direito da família será preservado e se houver alguma ameaça, todas as medidas serão tomadas com rigor”, finaliza a advogada.

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