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Caso Susana: suspeito diz à polícia que não estava armado e que matou vítima com pedrada por ‘estar nervoso’
Raimundo Pessoa foi preso três dias após o corpo de Susana ter sido encontrado em área de mata. Vídeo mostra momento da abordagem em Itapetininga (SP) e também o suspeito voltando ao condomínio de luxo onde trabalhava como pedreiro.
O homem que foi preso por matar Susana Dias Batista, em Itapetininga (SP), contou à Polícia Civil que não estava armado no momento do crime e que atingiu a vítima com uma pedrada na cabeça por ter ficado nervoso com a situação.
A mulher de 47 anos foi achada morta seminua e com vários hematomas no rosto em uma área de mata, na quinta-feira (18). Raimundo Nonato da Silva Pessoa foi preso três dias depois por latrocínio e estupro após ser identificado por imagens de câmeras de segurança.
Um vídeo mostra que Susana foi abordada pelo homem na tarde de quarta-feira (17), dia em que desapareceu após sair do trabalho para almoçar com a picape da empresa. Nas imagens, é possível ver que Raimundo entrou no veículo na Rua Padre Albuquerque.
“Ele afirma que a motivação de abordar a vítima era praticar um roubo. Ele exigiu que a vítima entregasse dinheiro, mediante ameaça. Ele fala que era ameaça verbal, que não estava portando arma, mas a gente crê que ele estava com faca, ou simulou que estava armado, porque obrigou a vítima a seguir com ele até o local onde veio a ocorrer o evento morte”, afirmou o delegado Agnaldo Nogueira.
De acordo com a Polícia Civil, Raimundo pediu que Susana parasse no acostamento da Rodovia Vereador Humberto Pellegrini (SP-268), entre Itapetininga e Alambari, entrasse na mata e se despisse para que ele pudesse revistá-la, para ver se não tinha dinheiro. O suspeito nega que tenha estuprado a vítima, mas o crime ainda está sendo investigado.
“Ele se apavorou no momento porque pessoas estavam passando pelo local e resolveu atingi-la com uma pedrada para fugir da cena do crime. Ela tentou dissuadir ele de cometer o crime, tentou fazer com que ele a abandonasse no local, mas ele ficou muito nervoso, segundo o relato dele, e decidiu atingi-la com uma pedra”, afirma o delegado.
O corpo de Susana foi encontrado na quinta-feira (18) por parentes que faziam buscas às margens da rodovia, local onde a família rastreou o celular dela. A polícia informou que Susana estava seminua, com vários hematomas no rosto e um ferimento profundo na parte de trás da cabeça.
O laudo do exame necroscópico ainda deve apontar as causas da morte de Susana e se o ferimento na cabeça dela foi realmente causado por uma pedrada.
Durante a ação, Raimundo levou o celular da vítima e disse à polícia que já vendeu o objeto. A polícia informou que ele é casado, tem três filhos e não tinha antecedentes criminais. Ele deixou o Maranhão para trabalhar na construção civil no interior de São Paulo. Raimundo está em Itapetininga há um ano e meio.
Trajeto
Além da abordagem no centro de Itapetininga, outras câmeras de segurança registraram a picape da empresa onde Susana trabalhava em outros locais da cidade.
Minutos depois da abordagem na Rua Padre Albuquerque, o veículo da empresa foi visto pela Avenida Dr Ciro Albuquerque, próximo a uma empresa de energia. Um câmera de segurança flagrou a picape passando pelo trecho às 14h49, sentido Alambari, e retornando às 15h27.
Da segunda vez que a picape passa pela avenida, aparentemente, é o suspeito quem está na direção do veículo. Neste momento, ele bate na guia e invade a calçada, quase atingindo um poste e danificando uma das rodas da picape.
O veículo foi abandonado minutos depois na Avenida Wenceslau Braz, com as portas abertas, uma das rodas danificadas e os bancos empurrados para frente. Às 15h36, uma câmera flagrou Raimundo próximo ao condomínio de luxo onde ele trabalhava como pedreiro e, às 15h50, uma testemunha afirmou à polícia que ele entrou no local.
Depois de analisar as imagens, a Polícia Civil identificou o suspeito e ele teve a prisão temporária decretada na sexta-feira (19). Ele foi detido na noite de domingo (21) na casa de um amigo na Vila Nastri II, em Itapetininga.
Segundo a polícia, Raimundo tentou resistir à prisão. No local onde ele foi preso, a polícia encontrou a roupa que ele usava no dia do crime. Raimundo foi levado até a delegacia, onde foi ouvido e depois transferido para um Centro de Detenção Provisória (CDP) da região.
Homenagens
O corpo de Susana foi liberado do Instituto Médico Legal (IML) no início da tarde de sexta-feira (19). O velório foi realizado logo depois, na Paróquia São João Batista, com caixão fechado. Às 15h, começou uma missa de corpo presente, e o sepultamento por volta das 17h no Cemitério São João Batista.
Conforme apurado pela Tv Tem, a igreja comporta 534 pessoas e ficou lotada durante a cerimônia. Susana fazia parte de um grupo na paróquia que ajudava famílias em situação de vulnerabilidade.
No sábado (20), um grupo de moradores foi às ruas de Itapetininga para protestar contra a violência sofrida pelas mulheres e homenagear Susana Dias Batista.
Nas faixas e cartazes, os moradores escreveram “quando uma mulher é morta, todas nós morremos um pouco”, “exigimos segurança”, e “estamos aqui pedindo mais segurança”.