Fale com a gente
Sicredi

Mundo

Talibã dispersa com tiros para o alto manifestação de mulheres em Cabul

Extremistas perseguiram cinegrafistas e fotógrafos que registravam o protesto, tentando retirar suas câmeras, e um deles deu uma cabeçada em um cinegrafista estrangeiro

Publicado

em

| Foto: Bulent Kilic/AFP|
Velho Oeste

Combatentes do Talibã interromperam com tiros para o alto uma manifestação de seis afegãs que reivindicavam o direito à educação nesta quinta-feira (30) em Cabul, capital do Afeganistão.

Na terça-feira (28), o reitor nomeado pelo grupo extremista para a Universidade de Cabul, Mohammad Ashraf Ghairat, proibiu mulheres na instituição (tanto professoras quanto alunas).

lift training

Três mulheres jovens, de véu e máscara, exibiam uma faixa com a frase “Não politizem a educação!”, em inglês e em dari, diante de uma escola de ensino médio para meninas na zona leste da cidade.

“Não quebrem nossas canetas, não queimem nossos livros, não fechem nossas escolas”, completava a faixa, ao lado de uma foto de meninas com véu durante uma aula.

Quando outras três manifestantes se uniram às primeiras, uma delas com o cartaz “A educação é a identidade humana”, vários talibãs armados chegaram ao local.

Tiros para o alto e cabeçada em cinegrafista

Os combatentes obrigaram as manifestantes a recuar para a porta de entrada do centro de ensino. Um deles derrubou o cartaz, enquanto outros avançavam contra jornalistas estrangeiros para tentar impedir que registrassem imagens do protesto.

Um talibã disparou uma rajada curta de tiros para o alto com sua metralhadora, e as manifestantes se refugiaram dentro da escola.

Os extremistas perseguiram os cinegrafistas e fotógrafos, tentando retirar suas câmeras, e um deles deu uma cabeçada em um cinegrafista estrangeiro.

‘Manifestação não autorizada’

O grupo respondia às ordens de um jovem desarmado que estava com um walkie-talkie. Ele se apresentou como Mawlawi Nasratullah, comandante das forças especiais talibãs para Cabul e sua região.

Ele pediu a seus homens que reunissem os jornalistas, todos da imprensa internacional, e afirmou que “respeita os jornalistas, mas esta manifestação não foi autorizada”.

“Se tivessem pedido autorização para a manifestação, elas teriam recebido”, afirmou Nasratullah. “As autoridades do Emirado do Afeganistão não haviam sido informadas, por isso não há nenhum jornalista afegão aqui”.

Ele também disse que “respeita os direitos das mulheres”. “Vocês tentaram cobrir uma manifestação ilegal. Recordo a vocês que nos países modernos, França ou Estados Unidos, a polícia agride os manifestantes”.

Repressão a protestos

No início de setembro, talibãs armados dispersaram manifestações em várias cidades, como Cabul, Faizabad e Herat (onde duas pessoas foram mortas).

No dia 10, a ONU acusou o Talibã matar quatro pessoas em um protesto pacífico em Cabul. Dois jornalistas afegãos que cobriam o ato foram detidos e espancados.

acimacar amor sempre presente
Continue Lendo

Doce Arte
Doce Arte