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UEL licencia tecnologia inédita para produção de novo biodefensivo agrícola

A universidade assinou um contrato de licença, fornecimento de tecnologia e de material biológico com a Simbiose Indústria e Comércio de Fertilizantes e Insumos Microbiológicos para o desenvolvimento de um novo biodefensivo agrícola à base de Bacillus velezensis

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|Foto: UEL|
Gramado Presentes

A Universidade Estadual de Londrina (UEL) assinou um contrato de licença, fornecimento de tecnologia e de material biológico com a Simbiose Indústria e Comércio de Fertilizantes e Insumos Microbiológicos para o desenvolvimento de um novo biodefensivo agrícola à base de Bacillus velezensis. 

O acordo foi aprovado pelo Conselho de Administração (CA), em julho, e finaliza um processo iniciado há cinco anos desde as primeiras pesquisas desenvolvidas no Laboratório de Biotecnologia Microbiana (Labim) do Centro de Ciências Biológicas (CCB).

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Bacillus velezensis linhagem CMRP4489 é um princípio ativo, um produto microbiológico bastante eficiente para o controle de doenças de plantas como soja e milho. A linhagem foi isolada e desenvolvida pelo grupo de pesquisa do Labim, coordenado pelo professor Admilton Gonçalves de Oliveira Junior, do Departamento de Microbiologia.

Os pesquisadores isolaram a bactéria e conseguiram comprovar a eficiência do material, a ponto de justificar um novo produto para o combate biológico de doenças fúngicas. Os ensaios em laboratório demonstraram que o produto tem grande eficiência, obtendo mais de 90% de controle em doenças como o mofo branco e acima de 80% na ferrugem da soja.

“A nossa bactéria apresenta efeito de controle melhor que os produtos existentes”, disse o pesquisador. Além da eficiência no combate a doenças, o produto apresentou resistência ao calor, sem precisar ser acondicionado em temperaturas controladas. Como consequência, tem longa duração, podendo ser armazenado por até 24 meses.

Outras características importantes, de acordo com o pesquisador, estão ligadas ao alto potencial de colonização da raiz da planta. Os testes demonstraram que o biofungicida forma uma capa de proteção que auxilia no combate a doenças. Os ensaios em laboratórios também indicam o potencial do produto em tornar as plantas mais resistentes às doenças fúngicas. “É como se fosse uma vacina, criando-se então o fenômeno da resistência induzida nas plantas”, disse.

INVESTIMENTO

O professor explica que os estudos tiveram início em 2016, quando a empresa procurou o Labim para o desenvolvimento de estudos de uma nova bactéria para desenvolver um novo biodefensivo. O pesquisador conta que a empresa investiu na compra de equipamentos e de insumos para o laboratório.

Durante o desenvolvimento da tecnologia, vários colaboradores passaram pelo projeto, incluindo o desenvolvimento de recursos humanos diretamente relacionado a esta tecnologia, como a Dissertação de Mestrado em Microbiologia da estudante Julia Pezarini Baptista e a Dissertação de Mestrado e Tese de Doutorado da aluna Maria Luiza Abreu de Jesus.

A parceria previa as pesquisas em laboratório e o repasse de material para os testes em escala, no campo. “A empresa acreditou na ciência. Investiu na pesquisa dentro da universidade, assumindo a responsabilidade com o escalonamento”, disse o professor.

Graças ao investimento, hoje o Labim realiza estudos em três frentes para desenvolvimento de produtos para o setor de biológicos, microbiologia aplicada e bioprocessos para aplicações industriais; genômica e bioinformática; e purificação de produtos biotecnológicos.

Integram atualmente a equipe de pesquisa aplicada quatro doutorandos (Rosiana Bertê, Larissa de Medeiros Chagas, Maria Luiza Abreu de Jesus e Gustavo Manoel Teixeira), cinco mestrandos (Alicya Martins Bertoli, Amanda Bordignon Paes, João Paulo de Oliveira, Daniel Vieira da Silva e Guilherme Gonçalves de Godoy), além de quatro alunos de Iniciação Científica (Alex Rodrigues Lopes, Isabela Campidelli Ferreira, Priscila Tiemi Nakada e Rafael Garcia Beluce Siqueira).

TRANSFERÊNCIA DE TECNOLOGIA

O diretor da Agência de Inovação Tecnológica (Aintec) da UEL, professor Edson Miura, explicou que a parceria estabelecida entre a universidade e a Simbiose Agro representa o terceiro contrato de transferência de tecnologia e o primeiro de transferência de know how relacionado a uma tecnologia biológica.

A Aintec atuou em todas as etapas, da negociação à assinatura do contrato, garantindo que o processo cumprisse os trâmites internos e legais.

O aporte realizado pela empresa para o custeio da pesquisa foi formalizado através de uma cooperação tecnológica, com a intervenção da Fundação de Apoio (Fauel), para gestão dos recursos.

“A universidade já formalizou outras cooperações com o setor produtivo, que ainda estão em andamento, para o desenvolvimento de novas tecnologias e posterior licenciamento para a cooperadora, a fim de que a tecnologia chegue à sociedade”, enfatizou o diretor.

INDÚSTRIA

O gerente de Pesquisa e Desenvolvimento da empresa, Artur Soares, explica que o produto está em fase final de registro no Ministério da Agricultura, com previsão de lançamento comercial no próximo ano.

Os ensaios em campo também demonstraram bons resultados com índices acima de 70% de resistência à mancha branca e ferrugem. Ele explica que o biofungicida deverá ser registrado para diferentes fungos patogênicos que atacam a cultura da soja e do milho.

Sobre a parceria feita com a UEL, visando a produção do biodefensivo, o gerente afirmou que a proximidade envolveu três fatores: a proximidade com o coordenador do Labim, Admilton de Oliveira, a infraestrutura e credibilidade da universidade.

D Marquez
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