Manifestação contra o pedágio acontece hoje (16) em frente às câmaras municipais das cidades do Oeste do Paraná

Mais de 500 cidadãos dos municípios do Oeste do Paraná, estão reunidos em dois grupos de WhatsApp, em que se dedicam a debater a questão do pedágio e organizar uma manifestação pacífica para amanhã (16), em frente às câmaras municipais das principais cidades da nossa região.

A reportagem do Portal Rondon entrou em contato com uma das lideranças do movimento, o empresário Cassio Cavalleri. Para ele, o movimento se faz necessário diante da falta de manifestação dos prefeitos da região.

“Nosso movimento começou na semana passada, justamente porque as autoridades regionais, em especial os prefeitos, não estão se manifestando. Nós começamos esse movimento nas redes sociais para criar pressão popular, perante às autoridades, para que eles também se engajem nesse movimento contra o pedágio”.

Novo Modelo

O novo modelo do pedágio foi anunciado na última quarta-feira (11), pelo ministro da Infraestrutura do Governo Bolsonaro, Tarcisio Gomes de Freitas. Na ocasião, ele estava acompanhado do secretário de Estado da Infraestrutura, Sandro Alex, e pelo governador Ratinho Júnior.

Este novo modelo prevê investimento de 44 bilhões de reais em obras e quase 1.800 quilômetros de duplicação de estradas, além de instalação de wi-fi em todos os trechos pedagiados.

Projeções das tarifas

O governador Ratinho Junior afirmou que o desconto em relação às tarifas atuais deve ser, em média, de 40% a 50%, a depender da disputa entre as concessionárias no leilão.

A implantação do novo modelo de concessão do pedágio prevê disputa pela menor tarifa, sem limite de desconto e com aporte financeiro – depósito feito pela empresa vencedora para garantir a execução das obras. Quanto maior o desconto na tarifa, maior o valor a ser depositado.

Não há limite de desconto. A cada ponto percentual, o valor de depósito aumenta. Por exemplo, nos 25%, o valor do aporte passa de R$ 1,5 bilhão. No caso de 30%, chega a quase R$ 2 bilhões.

Serão, segundo o modelo, três níveis de aporte financeiro:

• R$ 15 milhões por ponto percentual até 10%;
• R$ 60 milhões por ponto percentual até 17%;
• R$ 150 milhões por ponto percentual após 17%.

O descontentamento

A população paranaense tem razões históricas para não acreditar nas promessas de obras e investimentos. O presidente da República, Jair Bolsonaro, já afirmou publicamente que o pedágio do paraná é um “assalto a mão armada”. Portanto, as lideranças do movimento acreditam que não há razão para novas praças de pedágios e com valores considerados altos por toda a comunidade.

“A nossa luta é contra as 15 novas praças de pedágio, mas o foco do nosso movimento aqui no Oeste é a praça entre Toledo e Cascavel. O valor do pedágio não está na pauta, não há sentido em dialogar sobre o valor, se as obras do atual contrato que já têm 23 anos não foram cumpridas. Não podemos discutir uma nova implementação de pedágio, sem antes discutir os valores dos que já existem. Enquanto os valores não se equipararem aos valores pagos em pedágios de Santa Catarina, não discutiremos novos pedágios, até porque a rodovia Cascavel/Toledo já é duplicada, não faz sentido pedagiar”, expõe Cassio.

Protestos

As manifestações contra novas praças de pedágio no Paraná serão realizadas nesta segunda-feira (16), às 16 horas, em frente às câmaras municipais da região.

“Como a maioria das câmaras tem sessão marcada para segunda-feira, vamos fazer esse protesto para aumentar o diálogo, para que o movimento cresça e ganhe adesão, para que o Governo Federal recue. Caso contrário, vamos trancar a rodovia até que recue”, disse o empresário Cassio Cavalleri à reportagem do Portal Rondon.

O movimento “Oeste PR contra o pedágio” está organizando a mobilização e já iniciou a pressão política junto das lideranças do Oeste do Paraná.

Portal Rondon