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Política

CPI: ‘Em nenhum momento afirmei que houve supernotificação de óbitos por Covid’, diz auditor do TCU

Alexandre Silva Marques é autor do documento que sugeria que parte das mortes registradas como consequência da Covid-19 teriam sido causadas por outras razões. Material foi divulgado por Bolsonaro

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|Foto: JEFFERSON RUDY/AGÊNCIA SENADO|
Gramado Presentes

O auditor do Tribunal de Contas da União (TCU) Alexandre Silva Marques disse nesta terça-feira (17), em seu depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, que “em nenhum momento” afirmou “que houve ‘supernotificação’ de óbitos por Covid”.

Alexandre entrou na mira da CPI após um documento, que apontava uma “supernotificação” de mortes por Covid no país, ter sido divulgado por Jair Bolsonaro em junho – na ocasião, o presidente da República atribuiu os dados ao TCU. O material sugeria que cerca de metade das mortes registradas como consequência da Covid-19 no ano passado seria causada por outras motivações.

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“Em nenhum momento afirmei que houve ‘supernotificação’ de óbitos por Covid, apenas havia compilado algumas informações públicas para provocar um debate junto à equipe de auditoria. Eu, assim como milhões de brasileiros, perdi pessoas próximas”, afirmou Marques.

O auditor disse ainda que o arquivo não era “conclusivo” e que foi feito para “gerar discussão na equipe de auditoria”.

Marques disse ainda que em uma conversa com uma colega de trabalho chegou a conclusão que “seria impossível haver um conluio para deliberadamente ‘supernotificar’ os casos de óbitos de covid-19”.

O servidor afirmou ainda que, com o objetivo de enriquecer o debate, apresentou algumas considerações a respeito de possíveis inconsistências que poderiam ser geradas no preenchimento do formulário de declaração de óbito.

“Ao longo da conversa, a fim de acrescentar mais informações ao debate, apresentei algumas considerações sobre se o próprio formulário de declaração de óbito poderia gerar inconsistências de lançamentos e, consequentemente, de notificações. No entanto, consideramos a dialética encerrada”, afirmou.

Marques disse também que estava “preocupado” apenas em verificar os recursos públicos que foram utilizados no combate à Covid. O auditor explicou que a fonte dos dados foi o Portal da Transparência do Registro Civil.

O servidor reafirmou na CPI que enviou o documento a seu pai, o coronel Ricardo Marques. “O que o meu pai me falou foi que ele repassou o arquivo em Word para o presidente da República”, disse.

O auditor negou ter relações com a família Bolsonaro, mas admitiu que seu pai mantém “relações de contato” com o presidente. Ele também confirmou que o pai, Ricardo Marques, foi indicado para o cargo de gerente executivo de inteligência na Petrobras.

Segundo Marques, o documento foi compartilhado com servidores do TCU no dia 31 de maio. No dia 6 de junho, o servidor disse que enviou o documento ao pai, sem nenhuma informação relativa ao TCU, e que o mesmo arquivo foi repassado ao presidente, que compartilhou o arquivo dia 7 de junho.

Alexandre afirmou ainda que o material foi editado, mas que ele não sabe quem pode ter feito a alteração. Segundo o servidor, o nome do Tribunal de Contas da União foi acrescentado ao documento, mas o texto do arquivo não foi alterado.

“Não vi o texto que o presidente apresentou. Eu recebi via Whatsapp um arquivo em PDF que viralizou que havia destaques grifados em amarelo e a inscrição tribunal de Contas da União na parte superior.”, disse à CPI.

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