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Caso Lázaro

Novo advogado diz que caseiro preso não denunciou Lázaro Barbosa por medo

Defensor disse que o preso mora no fundo da casa do pai de Lázaro Barbosa e que foi ameaçado pelo fugitivo na chácara onde trabalha.

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Presídio de Águas Lindas de Goiás — Foto: Danielle Oliveira/G1
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O advogado Adenilson dos Santos Silva Filho, que faz a defesa de Alain Reis de Santana, de 33 anos, caseiro preso suspeito de ajudar Lázaro Barbosa a fugir da polícia, informou que ele não denunciou que o fugitivo estava escondido na chácara onde ele trabalha por medo e, inclusive, teria sido ameaçado pelo foragido, em Cocalzinho de Goiás.

O advogado concedeu entrevista ao G1 nesta noite, em Águas Lindas de Goiás. Alain foi preso na quinta-feira (24), junto com o dono da propriedade. Policiais encontraram armas de fogo e munição no local. Os dois passaram por audiência de custódia na sexta-feira (25), mas somente o caseiro recebeu liberdade provisória.

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“O Alain mora no fundo da casa do pai do Lázaro, ele diz que foi ameaçado, tinha medo. Pode ser que ele tenha encontrado com o Lázaro, eu não sei, ele disse que o Lázaro ameaçou ele e que ele tinha medo”, disse Adenilson.

VÍDEO: Dois suspeitos de ajudar Lázaro Barbosa a fugir são presos
Dois suspeitos de ajudar Lázaro Barbosa a fugir são presos

O advogado reforçou que o caseiro não escondeu da polícia nenhuma informação sobre o Lázaro e nem o ajudou a fugir.

“Ele não ajudou o Lázaro. E ele era o caseiro, então as armas não pertencem a ele, não eram da posse dele. Ele trabalhava durante o dia”, ponderou a defesa.

Lázaro é procurado há 17 dias por operação que envolve mais de 270 policiais, helicópteros e cães farejadores. De acordo com o secretário, além do assassinato de quatro pessoas de uma família em Ceilândia (DF), o criminoso é suspeito de outros sete crimes.

Lázaro Barbosa — Foto: Reprodução
Lázaro Barbosa — Foto: Reprodução

Escondido em fazenda

Segundo o auto de prisão em flagrante dos presos, o caseiro contou aos policiais que Lázaro estaria dormindo há cinco dias na propriedade do fazendeiro. O documento registrou ainda que o dono da propriedade não quis deixar os policiais entrarem ao ser abordado e preferiu ficar em silêncio.

Com os presos, a polícia apreendeu duas armas de fogo e mais de 50 munições. De acordo com as informações da força-tarefa, uma dessas armas foi roubada em um dos crimes de que Lázaro é suspeito.

Em coletiva após a prisão dos suspeitos, o secretário de Segurança Pública, Rodney Miranda, disse que os dois chegaram a confessar aos policiais a ajuda o procurado.

“Eles estão sendo autuados agora por porte ilegal de arma de fogo e por facilitação da fuga. […] Uma pessoa, testemunha, o viu [Lázaro] e depois, na entrevista que nós fizemos com os dois que estão sendo autuados, os dois confirmaram que ele estava realmente lá e que ele passou as últimas noites lá”, disse.

Chacina no DF

Cláudio Vidal, Cleonice Marques, Gustavo Vidal e Carlos Eduardo Vidal foram mortos por Lázaro Barbosa — Foto: Arquivo pessoal
Cláudio Vidal, Cleonice Marques, Gustavo Vidal e Carlos Eduardo Vidal foram mortos por Lázaro Barbosa — Foto: Arquivo pessoal

Segundo a polícia, Lázaro Barbosa cometeu uma chacina contra uma família de Ceilândia, no Distrito Federal, em 9 de junho. Ele é suspeito de assaltar a fazenda e matar a tiros e a facadas os integrantes da família Vidal:

  • Cláudio Vidal, de 48 anos – pai e empresário;
  • Gustavo Vidal, de 21 anos – filho do casal;
  • Carlos Eduardo Vidal, de 15 anos – filho do casal;
  • Cleonice Marques de Andrade, de 43 anos – a mulher do empresário foi sequestrada e morta. O corpo foi achado no sábado (12), em uma mata próxima à casa da família.

Cronologia da fuga

  • 9 de junho: Lázaro invadiu uma chácara no Incra 9, em Ceilândia (DF), onde matou a tiros e a facadas um casal e dois filhos. Roubou a chácara após o assassinato da família. Ele teria rendido o caseiro, o dono da propriedade e a filha dele;
  • 11 de junho: Lázaro fugiu para Cocalzinho de Goiás logo em seguida.
  • 12 de junho: Ele atirou em quatro pessoas, invadiu fazendas e colocou fogo em uma casa ao fugir da polícia. Os feridos foram levados a hospitais da região, sendo que dois estavam em estado grave até sábado (19).
  • 13 de junho: Furtou um carro e o abandonou na BR-070 após avistar uma barreira policial, dando sequência à fuga para uma mata.
Equipes da força-tarefa saem do comando às pressas para buscas por Lázaro Barbosa, em Goiás — Foto: Guilherme Rodrigues/G1
Equipes da força-tarefa saem do comando às pressas para buscas por Lázaro Barbosa, em Goiás — Foto: Guilherme Rodrigues/G1
  • 14 de junho: Caseiro de Cocalzinho de Goiás disse à polícia que atirou em Lázaro Barbosa após ele falar que ia entrar na casa. Chacareiro relatou que ele fugiu depois de ser atingido. Lázaro foi filmado no curral de uma fazenda entre os distritos de Edilândia e Girassol. A polícia acredita que ele passou a noite no local. O caseiro diz que o homem pediu comida e em seguida fugiu para a mata;
  • 15 de junho: Dois policiais militares de Goiás foram baleados durante buscas do suspeito. Delegado diz que Lázaro fez casal e adolescente reféns em Edilândia. Uma parente da família relatou os momentos de pânico;
  • 16 de junho: Lázaro Barbosa foi visto por um morador em uma área rural;
  • 17 de junho: a polícia retomou as buscas em matas da região e mudou a base de operação pela segunda vez. Houve nova troca de tiros e secretário de segurança pública acredita que ele esteja ferido;
  • 18 de junho: durante buscas o secretário de segurança pública disse que acredita ter visto Lázaro. Segundo PRF, ele foi visto em um chiqueiro durante a tarde, mas fugiu novamente para vegetação;
  • 19 de junho: a houve uma grande movimentação de policiais na região de Águas Lindas, depois que um morador afirmou ter visto Lázaro em uma gruta da região. No mesmo dia, a cadela que atuou nas buscas pelas vítimas da tragédia de Brumadinho chegou a Cocalzinho de Goiás;
  • 20 de junho: as buscas por ele foram intensificadas por policiais civis, militares e federais. Foram usadas três aeronaves e cinco cães farejadores na caçada.
  • 21 de junho: Pela manhã uma moradora denunciou que viu um homem, parecido com o fugitivo, passar por uma propriedade rural. Policiais e bombeiros com cães farejadores acompanharam a mulher para fazer uma verificação na área. Militares de vários batalhões vasculharam casas rurais em busca de pistas e rastros que Lázaro possa ter deixado;
  • 22 de junho: policiais retomam buscas por Lázaro e recebem rádios comunicados do Exército Brasileiro com alcance de 30km. Pela manhã, equipes periciaram um carro que foi encontrado queimado e, à tarde, um lençol e um serrote, que foram encontrados em um local onde o criminoso pode ter se abrigado, em Águas Lindas de Goiás. À noite, um novo cerco foi montado após troca de tiros entre fazendeiro e suposto invasor;
  • 23 de junho: a SSP disponibilizou um aplicativo para que moradores em uma área de 100 km de distância da região de busca possam fazer denúncias ou pedidos de ajuda. Equipes fizeram buscas em áreas de chácara, mas não conseguiram localizar pistas do fugitivo;
  • 24 de junho: a força-tarefa saiu durante a tarde para fazer buscas em uma região de chácaras de girassol. O secretário de segurança, Rodney Miranda, saiu em uma viatura descaracterizada. Helicópteros também sobrevoaram a região.
  • 25 de junho: a operação continuou em buscas pelo fugitivo na mesma região onde o caseiro e o fazendeiro foram presos suspeitos de ajudarem na fuga. O secretário de Segurança, Rodney Miranda, esteve no local para acompanhar.

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