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Política

Lava Jato denuncia 11 pessoas por manipulação de taxas de câmbio para lavagem de dinheiro em contratos da Petrobras com Banco Paulista

Segundo MPF, funcionários do banco cobravam sobrepreço nas operações cambiais e diferença era desviada para executivos da estatal. Prejuízo é estimado em mais de R$ 95 milhões.

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11 pessoas foram denunciadas pelo esquema — Foto: Divulgação/MPF
Rui Barbosa

Onze pessoas foram denunciadas pelo Ministério Público Federal (MPF) por um esquema de manipulação de taxas de câmbio em contratos da Petrobras com o Banco Paulista para lavagem de dinheiro.

A denúncia foi apresentada pelo Núcleo da Lava Jato no Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) na sexta-feira (30), com base nas provas colhidas na 74ª fase da operação Lava Jato, deflagrada em novembro de 2020.

Ótica da Visão

Segundo o Ministério Público Federal (MPF), funcionários do banco cobravam sobrepreço nas operações cambiais e a diferença era desviada para executivos da estatal. O prejuízo é estimado em mais de R$ 95 milhões.

Para cobrar o sobrepreço, os funcionários públicos ou cotavam só com o Banco Paulista, ou cotavam com o Paulista e com o Banco Bradesco, onde um funcionário, que participava do esquema, segundo o MPF, oferecia taxas piores do que o concorrente, para que a estatal fechasse contrato com o Banco Paulista.

O valor do sobrepreço era dividido entre os investigados, de acordo com o MPF. A propina era paga por meio de contratos fictícios entre o Banco Paulista e a empresa QMK Marketing.

Segundo as investigações, o esquema ocorreu entre 2008 e 2011.

Os denunciados são:

  1. Larry Carris, gerente de operações no mercado interno da Petrobras: denunciado pelos crimes de organização criminosa, corrupção passiva e peculato.
  2. Elizabeth Sinopoli, administradora sênior da diretoria financeira da Petrobras: denunciada pelos crimes de organização criminosa, corrupção passiva e peculato.
  3. Marcos Aurélio Fernandes, supervisor de câmbio: denunciado pelos crimes de organização criminosa, corrupção ativa, peculato e lavagem de dinheiro.
  4. Alice Braga, funcionária do Banco Paulista: denunciada pelos crimes de organização criminosa, corrupção ativa, peculato e lavagem de dinheiro.
  5. Álvaro Vidigal, sócio do Banco Paulista: denunciado pelos crimes de organização criminosa e lavagem de dinheiro.
  6. Tarcísio Rodrigues Joaquim, diretor de câmbio do Banco Paulista: denunciado pelos crimes de organização criminosa, corrupção ativa, peculato e lavagem de dinheiro.
  7. Thiago Lazari Palamim, gerente da mesa de câmbio do Banco Paulista: denunciado pelos crimes de organização criminosa, corrupção ativa, peculato e lavagem de dinheiro.
  8. Robson Aranha Martins, gestor do escritório de representação de câmbio do Banco Paulista: denunciado pelos crimes de organização criminosa, corrupção ativa, peculato e lavagem de dinheiro.
  9. Paulo Barreto, membro da mesa de câmbio do Banco Paulista: denunciado pelos crimes de organização criminosa, peculato e lavagem de dinheiro.
  10. Maria José Amaral, sócia da QMK Marketing: denunciada pelos crimes de organização criminosa e lavagem de dinheiro.
  11. João Romero Lopes Filho, sócio-administrador QMK Marketing: denunciado pelos crimes de organização criminosa e lavagem de dinheiro.

Além das denúncias, o MPF pede que R$ 95,6 milhões sejam revertidos à Petrobras, devidamente atualizados.

Investigação

As investigações revelaram que, entre agosto de 2008 e março de 2011, o Banco Paulista intermediou o equivalente a R$ 7,7 bilhões em operações de compra e venda de dólares com a Petrobras.

Segundo o MPF, em 88% das negociações em que a Petrobras fechou operações de compra de dólar com o Banco Paulista as taxas pagas estavam acima do valor médio do mercado. Em 66% das vezes, a taxa paga foi a maior do mercado no dia da negociação.

Nas operações de venda de dólar ao Banco Paulista, em 82% das vezes a taxa negociada estava abaixo da média do mercado.

O que dizem os citados]

Em nota, o Banco Paulista informou que “as operações com a Petrobrás se referem à sua extinta área de câmbio, no período de 2008 a 2011, que já foram averiguadas anteriormente”.

“A atual gestão do Banco Paulista desconhece as operações investigadas e informa que a Instituição sempre se pautou pela legalidade e segue todas as normas e diretrizes do Banco Central do Brasil”, afirmou em comunicado.

Com informações de G1 Paraná

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