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Geologia médica e lei de proteção de dados: conheça novidades do Crea-PR

Os profissionais das Geociências têm suas datas especiais no calendário, comemoradas respectivamente nos dias 29 e 30 de maio

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Crédito das fotos: Divulgação/Confea
Providência

Os profissionais da Geografia e da Geologia têm muito a comemorar nesse final de semana, quando se celebra o Dia do Geógrafo (29 de maio) e o Dia do Geólogo (30 de maio). Há muitas contribuições desses profissionais para alguns avanços recentes nas áreas da saúde, da inteligência de dados e da preservação do meio ambiente. Para homenageá-los, o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Paraná (Crea-PR) fez um levantamento de algumas inovações recentes promovidas por esses profissionais.

Geologia médica

Funerária Alemão

Você já deve ter ouvido falar sobre as propriedades curativas de determinados tipos de argilas, ou ainda sobre o poder medicinal de águas – que são conhecidas por diversos termos, como águas termais, minerais, sulfurosas… O termo SPA – salute per aqua – vem também desse conhecimento de que o uso de águas com propriedades químicas pode ser muito benéfico para a saúde. Da mesma forma, há solos com minerais pesados que podem ser nocivos. A percepção da relação entre o solo e a ocorrência de doenças – ou estados de bem-estar e cura – é o objeto de estudo de uma área do conhecimento conhecida como Geologia Médica.  “A Geologia Médica – que se utiliza da Geoquímica – é um área muito recente da Geologia e vem se expandindo muito. Essa vertente da Geologia está associada às ciências da saúde para ajudar as pessoas a entenderem quando algumas doenças podem ter sido provocadas pela falta ou pelo excesso de algum elemento químico presente na água, nas rochas, ou no solo da região onde vivem”, explica o conselheiro do Crea-PR, Geólogo Abdel Hach. A perspectiva é de que o uso crescente desses dados possa melhorar a condição de vida de comunidades inteiras ao evitar moradias em locais que apresentarem condições geoquímicas desfavoráveis para a saúde das pessoas.

Lei de proteção de dados

As Geociências são o principal caminho para se entender modelos complexos da sociedade – seja na economia, na saúde, no desenvolvimento das cidades. A frase é do Geógrafo Jorge Campelo, questionado pelo Crea-PR sobre os principais avanços recentes da Geografia. Se há dados que precisam de interpretação para indicar padrões ou referências, há de haver um Geógrafo para ler, correlacionar e mapear esses dados, construindo indicadores. O fato é que vivemos em uma sociedade com a maior disponibilidade de dados da história. E essa abundância de informações parece ser exponencial. Somos estimulados a compartilhar nossos dados pessoais sempre que interagimos virtualmente, com a justificativa de que quanto maior a precisão em relação a nossos dados pessoais, maiores – e mais surpreendentes – serão as chances de acerto das sugestões on-line. Mas, para evitar que sejamos presas fáceis de projetos menos bem-intencionados, foi criada a lei geral de proteção de dados (LGPD), Lei Federal nº 13.709, em vigor desde setembro do ano passado. As penalidades pelo descumprimento da lei podem chegar a multas de até R$ 50 milhões. “A localização é um dado sensível e um elemento de estudo e de trabalho da Geografia. E também um dado de privacidade e protegido pela LGPD. Mas são raros os aplicativos que não usam – e não tornam pública – sua localização. O Facebook, por exemplo, se você não mudar suas configurações, vai ter acesso permanente a essa informação pelo GPS do seu celular”, explica Campelo. “Há pontos positivos em compartilharmos alguns dados, mas é preciso ter limites. E essa lei poderá nos auxiliar na criação desses parâmetros”, alerta. Se você é pessoa jurídica e está solicitando dados para seus clientes, precisa informar a finalidade e ter o consentimento do titular para usá-lo. A Agência Nacional de Proteção de Dados (ANPD) poderá aplicar sanções para o descumprimento da LGPD a partir de 1º de agosto.

Dia Internacional da Geodiversidade

Essa é uma data que ainda não existe – mas está prestes a ser criada. O tema da Geodiversidade é considerado tão relevante para a sustentabilidade do planeta que, em abril deste ano, 70 países foram signatários da proposta de comemorar a data apresentada à Organização das Nações Unidas (ONU). Ligada a uma nova área das Geociências, a Geodiversidade tem como ponto de partida a Geoconservação, que consiste em fazer a gestão dos diversos elementos da Geologia, como rochas, minerais, fósseis, formas de relevo – e os processos que os originam e modificam – e principalmente aqueles que têm valor excepcional, denominados de geossítios – lugares de interesse geológico que ajudam a explicar a formação da Terra.

A Geoconservação já tem um protagonismo na Europa desde a década de 1990 e no Brasil vem ganhando força. No Paraná, há riqueza e diversidade nas formações geológicas – como as Cataratas do Iguaçu, Vila Velha, os Aquíferos Karst e Guarani, e a Bacia Sedimentar de Curitiba, com fósseis de animais vertebrados com 40 milhões de anos. A essência dessa área da Geologia é cuidar para que esse patrimônio natural geológico seja conservado, por meio de programas e estratégias. “Do ponto de vista da Geologia, podemos dizer que as discussões no Brasil estão alinhadas com os principais temas discutidos no mundo. Estamos atualizados em tecnologia e contribuindo para a evolução dessas questões”, explica o conselheiro do Crea-PR Abdel Hach, que integra o grupo de pesquisadores independentes de paleoclimatologia junto ao United Nations Environment Programme (UNEP-ONU). O Dia Internacional da Geodiversidade deve ser ratificado em novembro na Assembleia Geral da ONU e deverá ser comemorado pela primeira vez no dia 6 de outubro de 2022.  

Plataforma paranaense de inteligência de dados

Quem trabalha com pesquisa de dados sabe sobre a dificuldade em encontrar informações uniformes de fontes confiáveis. Nem sempre o acesso é simples e nem sempre a informação é a mais atualizada. Essas são algumas questões que poderão ser resolvidas até meados de 2022, com o lançamento do GeoPR, uma plataforma paranaense inteligente de dados. O trabalho coordenado pela Núcleo de Inteligência Geográfica e da Informação, do Instituto Água e Terra (IAT), teve início em janeiro desse ano e deverá ser concluído em junho de 2022. “O projeto consiste no desenvolvimento de uma plataforma inteligente de dados, onde será implantada a infraestrutura de dados espaciais do meio ambiente do Paraná e o portal para disponibilização das informações, denominado Hub-AT”, explica a gerente do projeto, Geógrafa Sonia Burmester do Amaral. Além de organizar as informações já disponíveis, o GeoPR terá espaço para receber dados novos de outras secretarias de Estado e terá capacidade para ser uma infraestrutura que irá centralizar os dados espaciais do Paraná. “A facilidade em encontrar esses dados em um mesmo lugar é um ganho imenso para todos os usuários e para diferentes fins – para quem licencia, para universidades, para outorgas, para fiscalização e para todos os públicos que trabalham com essas informações. Acredito que também teremos melhoras na qualidade da entrega, com olhares diferentes. E a intenção é termos essa referência, onde todos que necessitam destes tipos de dados em suas análises e trabalhos possam encontrar no mesmo lugar (a GeoPR) e assim termos discussões que se darão sobre as mesmas fontes de informação”, avalia a gerente.

A previsão de lançamento do GeoPR é junho de 2022.

Atualmente, o Crea-PR tem 407 Geógrafos e 1.047 Geólogos registrados em todo o Paraná.

D Marquez
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