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Ímola traz novo cenário à Fórmula 1 com Mercedes à frente de esquisita Red Bull

A Mercedes liderou as duas sessões de treinos em Ímola e, ao que parece, voltou à velha forma. Mas ainda que o desempenho desperte o favoritismo, é bom apontar que não há uma referência clara para o quanto o W12 melhorou, uma vez que o melhor Red Bull esteve fora do combate

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Valtteri Bottas foi o líder da sexta-feira em Ímola (Foto: Mercedes)
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A grande questão que fica dos treinos livres em Ímola é: a Mercedes está à frente porque de fato melhorou ou por que a Red Bull não se achou? As duas coisas, na verdade. A esquadra alemã aproveitou bem as três semanas posteriores ao Bahrein, na medida em que estudou cada detalhe do complexo W12 e também da performance de sua rival austríaca – ainda que tenha vencido em Sakhir, a impressão após a corrida foi que o triunfo veio por uma mistura de erro dos taurinos e uma tática esperta dos alemães e não por um desempenho incontestável.

Portanto, o ritmo dos energéticos no deserto soou quase como uma provocação, que foi aceita pelos heptacampeões, por isso não foi exatamente uma surpresa a liderança dos dois carros pretos na tabela das atividades iniciais do GP da Emília-Romanha, nesta sexta-feira (16).

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De fato, há um salto de qualidade, sobretudo no que diz respeito à estabilidade do modelo produzido em Brackley. Não houve uma imagem sequer de Valtteri Bottas e Lewis Hamilton brigando para manter o carro na pista. E isso pode ser um reflexo das características do manhoso circuito de Ímola, mas também da acentuada queda de temperatura – no caso de Ímola, quase metade do que foi em Sakhir – e da pouca interferência dos ventos. O modelo alemão gosta de um clima mais ameno e é muito sensível às rajadas de vento, como se viu no Bahrein. Assim, a dupla de pilotos pode se preocupar mais com o acerto e as simulações de corrida e classificação.

Bottas liderou os dois treinos livres e disse ao final que o W12 “está definitivamente melhor que no Bahrein” e bem menos arisco. Hamilton revelou que a Mercedes trabalhou muito em cima dos pontos fracos, para entender o que deu errado na corrida no Bahrein, mas também disse que “a pista é um pouquinho mais afeita a nós”.

De forma geral, os dois pilotos mostraram uma performance mais consistente e tempos de volta mais fortes com o carro em condição de corrida – e tanto com os compostos macios como com os médios. Ninguém foi mais rápido que os modelos da Mercedes. Na média, foram 0s4 melhores que Sergio Pérez – o único representante da Red Bull na sessão vespertina. E aí é que está o ponto chave desta sexta-feira: a equipe da estrela não tem uma referência concreta, porque Max Verstappen ficou fora do TL2.

O treino da tarde para o holandês durou apenas dez minutos. Quando vinha completando a primeira volta rápida, Max se viu lento pelo circuito italiano, graças a uma falha do eixo de transmissão. Não pode mais voltar e perdeu um tempo precioso. Portanto, se torna um exercício ingrato traçar qualquer previsão para o segundo capítulo do embate Mercedes x Red Bull, quando o melhor piloto dos austríacos fica fora de combate.

Apenas como uma comparação, Pérez foi capaz de andar durante a sessão da tarde. Só que os tempos do mexicano indicaram que a Mercedes está em vantagem. Bottas, Hamilton e Pérez completaram a simulação de prova com os pneus médios, sendo que o finlandês andou na casa de 1min19s6, enquanto Sergio ficou em 1min20s0.

Ainda assim, Hamilton não escondeu a cautela ao falar da expectativa para o fim de semana.

“Acho que não vimos o melhor da Red Bull. Eles tiveram tráfego e uma sessão complicada”, disse.

MAX VERSTAPPEN; ÍMOLA; GP DA EMÍLIA-ROMANHA; TREINO LIVRE 2;
Max Verstappen enfrentou problemas no começo do TL2 em Ímola (Foto: F1/Twitter)

O otimismo cuidadoso vem nas palavras de James Allison, que reconheceu que a perda de ritmo com relação ao carro da Red Bull no Bahrein serviu de um enorme estímulo para os heptacampeões.

“Definitivamente, deixamos o carro melhor do que no Bahrein e tivemos duas sessões muito interessantes”, disse o engenheiro, acrescentando que o trabalho do simulador da equipe foi focado em “tentar ver as áreas em que o carro estava se virando suavemente contra nós e encontrar um equilíbrio em curva que funcione melhor”.

“Mas a chave é quase sempre a mesma, e isso é garantir que os pneus tenham a temperatura certa no eixo dianteiro e traseiro durante todo o processo”, completou.

E se a Mercedes dedicou tempo aos pontos fracos e aos acertos da rival, a Red Bull agora se encontra na posição de também olhar para dentro de si. Porque, sim, o RB16B é muito bom e rápido, mas a confiabilidade ainda é um problema a ser resolvido. Verstappen foi muito claro após os trabalhos de hoje:

“Primeiramente a gente precisa garantir uma coisa: nada pode quebrar. Por enquanto, sem maiores surpresas, precisamos focar no nosso e vermos o que podemos fazer comparados ao que a Mercedes está fazendo.”


Esse parece ser um campeonato que será decidido nos detalhes. Então, de fato, qualquer pequeno erro, quebra, abandono ou uma estratégia equivocada, vai custar muito caro. E ninguém tem nada garantido.

A Fórmula 1 volta à pista neste sábado com o treino livre 3, também com duração de 60 minutos, a partir de 6h (de Brasília), enquanto a definição do grid de largada, a classificação, acontece às 9h.

Com informações de Gp

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