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Hábito de lavar as mãos volta para níveis pré-pandemia, diz estudo

Levantamentos realizados nos EUA apontaram que houve um relaxamento dos hábitos de higiene das mãos, inclusive dentro dos hospitais

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Gramado Presentes

É o mantra da pandemia: lave as mão com frequência. Faça isso com muito sabão, esfregando por 20 segundos (ou o tempo que leva para cantar “Parabéns para você” duas vezes). Enxágue, seque, e repita sempre que possível.

E nós fizemos isso durante um tempo. Um estudo de junho de 2020 dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos revelou que os americanos passaram a colocar o dobro de sabão durante a lavagem das mãos depois do início da pandemia.

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Em um hospital de Chicago, onde o uso de sabonete e desinfetante é monitorado eletronicamente 24 horas por dia, 7 dias por semana, um estudo concluiu que a equipe estava cumprindo 100% do protocolo com relação à higiene das mãos, para a tranquilidade da especialista em controle de infecção Emily Landon, diretora médica executiva de prevenção e controle de infecções da Universidade de Medicina de Chicago.

“Nossos profissionais de saúde estavam realmente preocupados com a Covid-19 – eles não sabiam quem tinha a doença e quem não tinha – então, foram extremamente cuidadosos com a higiene das mãos”, disse Landon, que ajudou a produzir o estudo. Infelizmente, parece que todos voltaram aos velhos hábitos, rapidamente.

Demorou apenas quatro meses para que a taxa de cumprimento de lavagem diária das mãos entre enfermeiras, técnicos e pessoal de limpeza caísse para 51,5% de cumprimento, de acordo com o estudo publicado na segunda-feira (26) no periódico científico JAMA Internal Medicine.

E uma pesquisa feita em janeiro em todo o território americano revelou que apenas 57% dos entrevistados disseram que lavavam as mãos seis ou mais vezes por dia – como depois de usar o banheiro, antes de comer ou ao voltar da rua.

É uma queda significativa em relação aos 78% de pessoas que disseram lavar as mãos com frequência quando a pesquisa foi realizada, nos primeiros dias da pandemia.

“A higiene das mãos é um hábito. É como usar o cinto de segurança, comer alimentos saudáveis ou praticar exercíciosregularmente. É algo que você precisa se acostumar a fazer”, disse Landon.

As pessoas mentem sobre lavar as mãos

É preciso encarar o fato de que não lavamos regularmente as mãos para eliminar as coisas nojentas que carregamos todos os dias. Fazemos isso conscientemente, e até mentimos quando somos questionados.

“Nenhum de nós quer ser visto como sujo, então, estamos dispostos a mentir dizendo que lavamos as mãos depois de irmos ao banheiro”, disse Landon.

As mulheres são mais propensas a mentir por vergonha. Já os homens, normalmente, “não se importam” em assumir que não lavam as mãos, disse Jon Dommisse, diretor de estratégia e desenvolvimento corporativo da Bradley Corporation, uma empresa de aparelhos sanitários que conduz regularmente pesquisas sobre os hábitos de lavagem das mãos nos Estados Unidos.

Os relatórios do CDC confirmam isso:

“Independentemente do ano, os homens são significativamente menos propensos do que as mulheres quando o assunto é lembrar de lavar as mãos antes de comer em um restaurante, antes de preparar a comida, depois de usar o banheiro em casa e depois de apresentar sintomas respiratórios.”

Mas, no início da pandemia, os homens aderiram mais aos hábitos de lavagem das mãos, disse Dommisse.

“É como uma batalha entre os sexos sobre quem lava mais as mãos”, disse Dommisse.

“Todos os anos, as mulheres batiam os homens, exceto neste último ano da Covid, quando eles se tornaram mais preocupados em manter hábitos melhores. Foi meio chocante.”

Mas em janeiro, apenas 38% dos americanos continuavam a lembrar aos familiares da necessidade de lavar as mãos, em comparação com 54% no ano passado, disse Dommisse. O especialista ressalta ainda que houve um aumento das lavagens sem sabão nesse recuo.

“Chamamos isso de ‘lave e corra’, quando você vai a um banheiro público e não tira tempo para usar o sabonete, apenas enxagua as mãos e sai correndo pela porta”, disse ele. “Em abril de 2020, apenas 27% admitiam fazer isso. Em janeiro deste ano, passou para 48%.”

A boa notícia é que, diante da pandemia, houve a possibilidade de aprender hábitos mais saudáveis de higiene das mãos.

“Cada vez que há algum tipo de gripe ou surto de saúde, (a lavagem das mãos) definitivamente aumenta”, disse Dommisse.

“Obviamente, aconteceu com a Covid – nos níveis mais altos de todos os tempos -, mas vimos melhorias com SARS, Ebola, gripe aviária e até mesmo com a gripe normal.”

Higiene hospitalar

Embora possa ser chocante saber que a equipe do hospital pode ter diminuído os hábitos de higiene das mãos, é preciso levar em conta que o novo estudo estava monitorando cada cômodo e corredor em que eles entraram, não apenas os banheiros.

Isso porque cerca de 24 horas depois que um paciente é admitido em um quarto de hospital, todo o quarto está coberto por “uma camada de bactérias dele, assim como sua casa está coberta pelas suas”, disse Landon.

“E se você não limpar as mãos, poderá levá-las para a enfermaria e para o quarto de outro paciente”, acrescentou ela.

“Portanto, esperamos que todos limpem as mãos sempre que entrarem em uma sala, uma vez na entrada e outra na saída.”

Quando médicos, enfermeiras e técnicos optam por fazer as tarefas de um paciente todas de uma vez, eles podem entrar em uma sala com muito menos frequência e reduzir a necessidade de lavar as mãos ao longo de um dia.

Isso estava acontecendo no começo da pandemia, segundo o estudo. Mas, com o passar do tempo, a equipe voltou a entrar e sair para checar seus pacientes com mais frequência, disse Landon.

“A realidade é que quando os hospitais se preocupam com a higiene das mãos de uma forma abrangente, medindo a realização de cada método de higiene das mãos, eles descobrem que estão fazendo cerca de 30% do que deveriam”, disse.

“Portanto, os atuais 51,5% são, na verdade, muito bons.”

O que fazer?

Não é tão difícil ter as mãos limpas, dizem os especialistas. “Defina algumas regras para você”, disse Emily Landon, da Universidade de Medicina de Chicago.

“Se você aparecer na minha casa, a primeira coisa que eu vou dizer é: “’Tire os sapatos’ e ‘você se importaria de lavar as mãos?’ Mas as regras geralmente são: lavamos as mãos antes de comer, depois de ir ao banheiro quando voltamos de uma atividade. “

Existe uma maneira adequada de lavar as mãos. Dedique 20 segundos usando espuma, esfregando a parte interna dos dedos, as pontas dos dedos e as costas das mãos. Você pode conferir o vídeo do correspondente médico da CNN, Sanjay Gupta, mostrando como fazer.

Talvez você já sinta que está fazendo o possível para se lavar, da maneira certa, mas Landon diz que ouve isso o tempo todo de pacientes que foram contaminados pela Covid e dizem: “Fiz tudo certo. Segui todas as regras”.

“Quando você fala com eles, descobre que estão usando alguns atalhos”, disse ela. “Portanto, se nossos profissionais de saúde estão economizando com a limpeza das mãos no hospital, provavelmente, você também está cortando caminhos em casa. É hora de colocar um pouco mais de esforço nisso”, disse ela.

Com informações de CNN

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