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Príncipe herdeiro saudita é denunciado na Alemanha por crimes contra a humanidade

ONG Repórteres Sem Fronteiras acusa Mohamed bin Salman de ter responsabilidade na morte do jornalista Jamal Khashoggi, assassinado em 2018 dentro do consulado da Arábia Saudita em Istambul.

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Foto: twitter.com/Mohamme88819167
Rui Barbosa

O príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohamed bin Salman, foi denunciado na Alemanha por crimes contra a humanidade. A ação foi apresentada pela ONG Repórteres Sem Fronteiras (RSF), que o acusa de ter “responsabilidade” no assassinato do jornalista saudita Jamal Khashoggi, morto em 2018 na Turquia.

A denúncia foi apresentada na segunda-feira (1°) ao procurador-geral da Corte Federal de Justiça de Karlsruhe, competente nos “principais crimes internacionais”, e acusa o príncipe saudita de “perseguição generalizada e sistemática dos jornalistas”.

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Na sexta-feira (26), os serviços de informação norte-americanos publicaram um relatório no qual afirmam que o príncipe “validou a operação em Istambul para a captura e o assassinato do jornalista” em 2018 (veja no vídeo abaixo). O governo saudita negou as acusações dos Estados Unidos, qualificando o relatório como “inexato”.

Na denúncia apresentada pela RSF, o príncipe herdeiro aparece como suspeito “de ter ordenado diretamente o assassinato” de Khashoggi. A entidade acusa ainda o antigo “conselheiro próximo” do príncipe, Saud al-Qahtani, o “ex-diretor-adjunto da inteligência” Ahmed al-Assiri, assim como Mohammed Al-Otaibi, ex-cônsul geral em Istambul, e Maher Mutreb, “oficial da inteligência” à frente da “equipe que torturou e matou” o colunista do Washington Post.

A queixa detalha ainda abusos cometidos contra 34 jornalistas presos, 33 dos quais ainda estão detidos, como o blogueiro Raif Badawi. A Arábia Saudita é o segundo país no mundo com mais jornalistas presos, atrás apenas da China (117), segundo a RSF.

Tortura, violência e rapto

“Tortura”, “violência” e “coerção sexual”, “desaparecimento forçado”, “privação ilegal da liberdade física”. Essas são algumas das práticas do governo saudita contra jornalistas e descritas pela ONG como “crimes contra a humanidade”. Com esta ação, a RSF espera que seja aberta uma investigação internacional sobre a perseguição à imprensa na Arábia Saudita.

A denúncia foi apresenta ao sistema judicial alemão sob a jurisdição universal que permite que um Estado processe os autores de crimes graves, independentemente de sua nacionalidade e de onde foram cometidos.

Assassinato em 2018

Jamal Khashoggi, jornalista crítico ao governo da Arábia Saudita, que foi assassinado dentro do consulado do seu país em Istambul — Foto: Reprodução/TV Globo
Jamal Khashoggi, jornalista crítico ao governo da Arábia Saudita, que foi assassinado dentro do consulado do seu país em Istambul Foto: Reprodução/TV Globo

Depois de ter estado próximo ao governo saudita, Jamal Khashoggi era um crítico do poder e escrevia para o Washington Post. Residente nos Estados Unidos, ele foi assassinado em 2 de outubro de 2018 no consulado de seu país em Istambul por agentes da Arábia Saudita. Seu corpo, desmembrado, nunca foi encontrado.

Depois de negar o assassinato por meses, o governo saudita acabou dizendo que foi cometido por agentes sauditas agindo sozinhos. Após um julgamento sem transparência na Arábia Saudita, cinco sauditas foram condenados à morte e outros três a penas de prisão. Desde então, as sentenças de morte foram comutadas.

Fonte: G1

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