Mundo
Justiça da Alemanha suspende ação contra ex-guarda nazista de 96 anos por conta da sua saúde debilitada
Alemão trabalhou em campo de concentração durante a Segunda Guerra Mundial e era suspeito de cumplicidade em centenas de assassinatos coordenados pelos nazistas.
Um alemão de 96 anos, que trabalhou como guarda em um campo de concentração, se livrou de ser julgado por conta da sua saúde debilitada, informou o Tribunal de Wuppertal – oeste da Alemanha – nesta quarta-feira (10).
Harry S. respondia na justiça como suspeito de cumplicidade por centenas de assassinatos feitos pelos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial no campo de concentração de Stutthof, atualmente norte da Polônia.
“A sala rejeitou a abertura do procedimento principal por razões jurídicas, já que o acusado está definitivamente incapacitado para ser julgado devido ao seu estado de saúde”, disse o tribunal em um comunicado.
Os representantes da Justiça alemã disseram em nota que seguiram as recomendações de um médico especialista e que, devido ao seu estado físico, Harry S. se tornou incapaz de representar seus interesses dentro e fora do tribunal.
O ex-guarda nazista teria atuado entre os anos de 1944 e 1945 no campo de Stutthof. Na época, ele seria o responsável pelo transporte dos prisioneiros.
Mais de 75 anos após o fim da Segunda Guerra Mundial, o julgamento de criminosos e apoiadores do regime nazista é a última oportunidade de se fazer justiça pelas mortes de milhões de pessoas durante o Holocausto.
No começo do ano, procuradores acusaram Irmgard F., secretária de 95 anos do campo de Stutthof, de ser cúmplice de 10 mil assassinatos.
Em fevereiro, procuradores alemães apresentaram denúncia contra um homem de 100 anos por cumplicidade no assassinato de mais de 3,5 mil.
Em julho de 2020, o tribunal de Hamburgo condenou a dois anos de prisão Bruno Dey, um ex-guarda de um campo de concentração, de 93 anos, por cumplicidade em mais de 5,2 mil casos de assassinatos ou tentativa em Stutthof.
Fonte/G1
