Economia
Bolsonaro reduz impostos sobre bikes importadas e rondonenses opinam
De um lado, a medida é excelente. De outro, prejudica a economia brasileira
O presidente Jair Bolsonaro anunciou nesta semana que o governo vai reduzir de 35% para 20% a alíquota do imposto de importação de bicicletas no Brasil até o final do ano. Em uma postagem nas redes sociais, em que aparece andando de bicicleta, o presidente escreveu que a medida foi uma decisão da Câmara de Comércio Exetior (Camex), do Ministério da Economia. As informações são da Agência Brasil.
No Twitter, o presidente postou o seguinte:
– Atualmente o Imposto é de 35%. A CAMEX deliberou por diminui-lo.
Publicará no DOU de amanhã (quinta-feira, 18, no caso):
- Para 30% em março/21;
- Para 25% em julho/21; e
- Para 20% em dezembro/21.
Entre os ciclistas de Marechal Cândido Rondon a notícia fez sucesso. A maioria deles gostou da ideia. “Aeeee”, um comentou sobre a publicação compartilhada num grupo de WhatsApp. “Ô maravilha!”, disse o outro.
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Cristiano Marlon Viteck, ciclista há sete anos, por exemplo, disse à redação do Portal Rondon que esta notícia é excelente.
“Embora, ainda assim, 20% é alto. Mas contribui bastante, porque a maioria dos componentes das bicicletas é importada”, comentou Viteck.
Para Rafael Schroeder, ciclista há 15 anos, a redução de impostos irá beneficiar diretamente o consumidor final, que terá bicicletas importadas com valores mais acessíveis.
“Com essa medida, o governo incentiva cada vez mais o uso da bicicleta no Brasil. Consequentemente, teremos mais ciclistas nas ruas”, destaca Rafael.
De outro lado, a medida tomada por Bolsonaro pode impactar negativamente a economia do Brasil, considerando que nos últimos anos a produção de bicicletas havia caído no país e vinha crescendo, com destaque especial para 2019, quando cresceu 20% em relação aos anos anteriores.
Dados divulgados pela Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares – Abraciclo mostram que, mesmo com a falta de insumos ocasionada pela pandemia de coronavírus, só no mês de janeiro de 2021, Manaus, que tem o principal polo de produção de bicicletas do Brasil, já totalizou 56.981 unidades.
Essa grande produção favorece a economia brasileira que, com a nova medida pode ser prejudicada, como coloca Rafael:
“O lado negativo dessa redução é que indústria nacional acaba sofrendo e talvez não consiga competir com a grandes empresas do exterior. O custo do Brasil para produzir as bicicletas é muito mais elevado que lá fora, e a concorrência acaba sendo desleal”.
Rafael, que também é empresário, proprietário da Refran Bikes de Marechal, salienta que no Brasil existem excelentes indústrias e marcas de bicicletas, e com a entrada cada vez maior de bikes importadas, as marcas nacionais obrigam-se a melhorar ainda mais os seus produtos.
O ideal, segundo o empresário, seria baixar os impostos da indústria nacional também. “Assim, podemos manter as nossas marcas no mercado”, diz.
Como brasileiro, Rafael defende a ideia de que o presidente precisa olhar para a renda que é gerada aqui, pelas mãos nacionais. “Nossas indústrias geram milhares de empregos e isso precisa ser levado em consideração. Reduzir impostos sempre é positivo, beneficia a todos os ciclistas. Entretanto, ressalvo a importância da indústria nacional que também precisará de incentivos para continuar competitiva no mercado”, conclui.
Mariana Helfenstein Rosa/ Portal Rondon