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Maduro planeja ‘diálogo direto’ com EUA que inclua volta de encarregados de negócios
Países romperam relações há dois anos, depois que administração de Donald Trump reconheceu o líder opositor Juan Guaidó como presidente. Governo venezuelano retomou processo de negociação com oposição no México
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse nesta segunda-feira (16) que planeja a “abertura do diálogo direto” com o governo dos Estados Unidos, após os dois países romperem relações há dois anos, dentro do processo de negociação que sustenta com a oposição venezuelana no México.
“Vamos planejar na mesa do México a abertura do diálogo direto com o governo dos Estados Unidos para atender todos os assuntos bilaterais (…) Se colocássemos uma agenda sobre a mesa, poderíamos trazer de volta os encarregados de negócios”, disse o presidente em coletiva com a imprensa internacional.
“Se estamos preparados para diálogo direto com o governo dos Estados Unidos? Eu lhes digo: estamos preparados sempre, mas eles têm que ceder em sua arrogância, em seu ódio e em seu desprezo. E se puséssemos uma agenda sobre a mesa, poderíamos pôr a volta dos encarregados de negócios”, continuou.
Maduro rompeu relações diplomáticas com Washington em janeiro de 2019, depois que o governo de Donald Trump reconheceu o líder opositor Juan Guaidó como presidente encarregado, juntamente com meia centena de países.
O governo Trump manteve sempre um enfrentamento frontal com Maduro, a quem tachou de “ditador”, bombardeou com sanções – inclusive um embargo petroleiro – e não reconheceu como presidente desde sua reeleição em 2018, em eleições consideradas fraudulentas.
Então, “nós tivemos diálogo indireto e diálogo de diversas modalidades com o governo de Donald Trump”, admitiu Maduro.
Com a chegada de Joe Biden ao poder, o presidente venezuelano mostrou-se aberto a retomar diálogos com os Estados Unidos.
“Tomara depois desta mesa de diálogo seja possível abrir níveis e vias de contato, de diálogo, de negociação com o governo dos Estados Unidos”, expressou.
O governo e a oposição venezuelana empreenderam na sexta-feira passada, no México, uma nova negociação para pôr fim à profunda crise política e econômica do país, apontando à suspensão de sanções dos Estados Unidos e garantias eleitorais.