Fale com a gente
Alpha Investimentos

Geral

‘É uma tortura mental que se arrasta há 36 anos’, diz pai de escoteiro desaparecido

Marca Aurélio está desparecido há 36 anos depois de sair com grupo de escoteiros para uma trilha no Pico dos Marins. O pai, Ivo Simon, hoje com 82 anos, comenta que sempre insistiu na busca por respostas sobre o filho.

Publicado

em

Família fez imagem de como Marco Aurélio estaria hoje; hipótese é de que ele viva como andarilho — Foto: Arquivo Pessoal
Loja Californiana

Depois de 36 anos do desaparecimento do menino Marco Aurélio, no Pico dos Marins(a 200 quilômetros da capital paulista) a polícia reabriu a investigação. O pai, Ivo Simon, hoje com 82 anos, comenta que sempre insistiu na busca por respostas sobre o filho, mas que desde a reabertura tem revivido a dor do dia do desaparecimento.

“É uma tortura mental. Eu estou vivendo essa tragédia como se fosse de novo o primeiro dia. O que aconteceu? Imagina se ali nessas buscas estiverem ossos do meu filho, vamos ter que passar pela angústia da espera pelo DNA. E quem matou? Não vamos ter como saber. É uma tortura mental que se arrasta há 36 anos”, comenta.

Müller Contabilidade

Desde o desaparecimento, em 1985, Ivo contratou investigadores, fez contatos na polícia, reconhecimento de pessoas que tentaram passar pelo menino e viagens pelo Brasil para apurar informações de diferentes estados onde Marco Aurélio teria sido visto.

“Nós sofremos demais com todo esse processo e destruiu a nossa família. Todos os sonhos que nós tínhamos. Vivemos em função dessa busca”, diz. A esposa de Ivo morreu há seis anos depois de uma série de problemas de saúde, agravados pela situação. Hoje, aos 82 anos e depois de inúmeras cirurgias no coração, ele segue sozinho em busca de respostas.

Neste mês, a polícia reabriu o caso que desde 1990 estava encerrado sem resposta. Desde então, novas informações foram levantadas e a polícia trabalha com duas hipóteses: de homicídio com a possibilidade de a ossada estar enterrada no Pico dos Marins; e de estar vivo e como andarilho em Taubaté.

Ivo usa para a busca uma imagem de Marco Aurélio envelhecida, feita com base no irmão, que é gêmeo univitelino. Na foto, foram incluídos traços de andarilho, que é a hipótese usada pela polícia na investigação que aponta a possibilidade de que esteja vivo.

O pai diz querer acreditar que o filho esteja vivo e que seja encontrado. A outra possibilidade, de que tenha sido morto e enterrado na área de onde desapareceu, vai trazer uma nova questão sem solução: quem matou.

“Se eu achar a ossada, como vamos saber quem matou? Ninguém vai pagar por isso”.

Escoteiro Marco Aurélio Simon desapareceu aos 15 anos em 1985 no Pico dos Marins em Piquete (SP) — Foto: Arquivo pessoal
Escoteiro Marco Aurélio Simon desapareceu aos 15 anos em 1985 no Pico dos Marins em Piquete (SP) — Foto: Arquivo pessoal

Reabertura

Neste mês, a investigação do caso foi reaberta pela Polícia Civil. Encerrado em 1990 sem conclusão, o inquérito foi retomado após autorização da Justiça, com novos indícios sobre o que pode ter acontecido — inclusive a possibilidade de que Marco Aurélio esteja vivo.

De acordo com a polícia, são trabalhadas duas vertentes. A primeira de que o escoteiro estaria enterrado em uma área próxima ao Pico dos Marins e a outra de que teriam visto um morador de rua em Taubaté, com os mesmos traços dele. A polícia acionou, inclusive, as penitenciárias, fiz e a polícia da cidade para que fossem feitas buscas.

Para a apuração, vão ser feitas buscas no local onde o menino desapareceu e novos depoimentos de testemunhas do caso à época.

O desaparecimento

O escoteiro Marco Aurélio Simon desapareceu na manhã do dia 8 de junho de 1985. Ele e outros três amigos, todos com 15 anos à época, estavam acompanhados de um líder e tentavam alcançar o cume do Pico dos Marins, a 2.420 metros — é o segundo ponto mais alto do estado de SP.

No caminho, um deles torceu o pé e o líder autorizou que Marco Aurélio voltasse sozinho ao acampamento para pedir ajuda. O grupo se perdeu e, quando chegou ao local, encontrou a mochila de Marco Aurélio, mas o adolescente não estava lá.

Foram 28 dias de buscas com policiais de diferentes corporações, além de mateiros, alpinistas, especialistas e aeronaves. Até hoje, nenhuma pista do escoteiro foi encontrada.

Farmasi
Continue Lendo

Doce Arte
Doce Arte