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Paraná usa dados do INPE e da NASA para monitorar e combater incêndios

O acompanhamento é em tempo real 24 horas por dia, todos os dias da semana.

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Foto: AEN.
Rui Barbosa

Em situação de emergência decretada pelo Governo do Estado por causa da estiagem que atinge vários municípios, o Paraná usa imagens geradas por satélites do Instituto Nacional de Pesquisa Espacial (Inpe) e da Agência Espacial Norte-Americana (Nasa) para acompanhar em tempo real o surgimento de focos de calor, monitorando 24 horas por dias, todos os dias da semana.

Decreto 7.258  assinado pelo governador Carlos Massa Ratinho Junior quarta-feira (4) determina, entre outras medidas, a mobilização dos órgãos estaduais, sob coordenação da Defesa Civil Estadual, para atuar na detecção e combate a incêndios. Somente em agosto foram cerca de 20 mil focos de calor, aproximadamente seis vezes mais do que foi registrado em julho.

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Uma das principais ferramentas para a detecção precoce de incêndios é a plataforma VFogo desenvolvida pelo Sistema Meteorológico do Paraná (Simepar). O acompanhamento em tempo real, que utiliza dados da satélites da Nasa e do Inpe, conta com uma dezena de satélites de agências europeias e americanas que geram imagens, alguns deles com atualização cada 10 minutos.

Quando um foco de calor suspeito é identificado, a Defesa Civil e o Simepar comunicam o Corpo de Bombeiros Militar do Paraná (CBMPR), encarregado de conferir a situação no local apontado. Este ano houve 77 comunicados, sendo 38 somente no mês de agosto. Em todo Estado são monitorados mais de duzentos mananciais, além das Áreas de Proteção Ambiental (APAs), parques estaduais e nacionais.

O coordenador Estadual da Defesa Civil, coronel Fernando Schunig, afirma que esse sistema é necessário para proteger o patrimônio ambiental, matas e animais. “Essa tecnologia, e todo o investimento que o Governo do Estado vem fazendo em inovações, são primordiais para alcançarmos ainda mais eficiência nestas ações”, declara.

O capitão Anderson Gomes das Neves, chefe do Centro Estadual de Gerenciamento de Riscos e Desastres (Cegerd) ressalta que nem todo ponto de calor representa um incêndio. “Os satélites captam qualquer superfície capaz de refletir calor, o que pode ser o telhado de um barracão, por exemplo. Conforme o comportamento destes pontos nós acionamos os bombeiros”, explica.

Os técnicos acompanham a evolução das imagens e sempre que há sobreposição e ampliação dos pontos sensíveis, é enviada uma mensagem para o Corpo de Bombeiros Militar informando sobre estas anomalias térmicas.

No ano passado, houve 90 alertas de incêndio; em 2022 foram 32 e em 2021 somaram 117. Os satélites são sensíveis a qualquer foco de calor com mais de 30 metros de extensão por um metro de largura.

AGILIDADE – O subcomandante-geral do Corpo de Bombeiros, coronel Antonio Hiller Lino, destaca o grande número de ocorrências em 2024 . “Em agosto já tivemos mais incêndios atendidos do que no ano passado inteiro. Já fizemos mais de 10 mil atendimentos, enquanto que em 2023 foram 6 mil”, explicou.

Segundo ele, a partir desta parceria, o CBMPR recebe as informações dos focos de calor antecipadamente e consegue iniciar o atendimento antes mesmo do acionamento feito pela população. “O resultado rápido dos bombeiros ajuda a diminuir a emissão de fumaça, reduzir as perdas, bem como os danos causados à natureza e ao ser humano”, afirma..

OCORRÊNCIAS – O Parque Nacional de Ilha Grande gerou 15.594 focos de calor, a maior incidência do Estado. O número é superior ao acumuladodo nos últimos cinco anos, quando foram registrados 13.788 focos. A segunda posição neste ranking é ocupada pela Área de Proteção Ambiental (APA) Ilhas e Várzeas do Rio Paraná, com mais de 8.921 mil focos este ano e um acumulado de 10.001 nos últimos cinco anos.

A APA da Escarpa Devoniana também requer atenção redobrada, com 859 focos de calor em 2024 e acumulado de 4.766 desde 2018.

AGRICULTURA – Atividades como a queima controlada de áreas de plantio são práticas comuns em diversos municípios. Por esta razão Prudentópolis, nos Campos Gerais, aparece como a cidade com a maior incidência de focos de calor nos últimos cinco anos, com 8.640 registros. “Existe na cultura local a prática de se utilizar o fogo para limpar as áreas de plantio, como as estufas de fumo. Há uma grande quantidade de agricultores que têm esta atividade como renda familiar, isso faz aumentar a incidência de incêndios no município”, explica a a subcomandante da unidade regional do CBM que atende o município, capitã Carla Spak.

Outros locais com grande incidência de foco de calor são Nova Laranjeiras, Quedas do Iguaçu, São Jorge do Patrocínio e Alto Paraíso. A partir destes dados, servidores da Defesa Civil municipal e estadual orientam os agricultores sobre os riscos das chamadas queimas controladas, visando evitar que se alastrem e se tornem incêndios. Especialmente, porque diversas propriedades localizadas no interior costumam ficar distantes das centrais de atendimento, podendo chegar a 80 km de distância da sede do Corpode Bombeiros da cidade.

A Defesa Civil desaconselha essa prática durante todo o período de estiagem, devido à baixa umidade do ar. “As condições atuais do nosso estado não são favoráveis à realização de queimadas controladas. Pode-se perder o controle com facilidade, especialmente sem dias de vento mais forte”, alerta coordenador estadual da Defesa Civil, coronel Schunig.

Com informação AEN.

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