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Paris 2024: conheça o breaking, nova modalidade olímpica que mistura arte e esporte

Muito além de uma dança ou um esporte, categoria é considerada como cultura e um estilo de vida.

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Foto: TV Cultura.
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Os Jogos Olímpicos de 2024, começam em 26 de julho, em Paris, na França, e terão uma novidade: o breaking, uma das novas modalidades para esta edição. O esporte se destaca por apresentar movimentos de dança acrobáticos e rápidos, com originalidade e arte.

Conhecido por alguns como “break” ou “breakdance”, é um estilo de dança urbana que se originou nos Estados Unidos na década de 1970, como uma forma de expressão e de crítica sócio-política ao governo e exército americano da época. Em seu próprio nome faz alusão ao movimento de “quebrar” (to break em inglês) qualquer sistema, paradigma ou padrão.

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Nascido na cultura hip hop, adquiriu forma nas “block parties” (festas de quarteirão) no bairro do Bronx, em Nova York. Em uma batalha sem qualquer tipo de violência, somente pessoas se expressando pela dança com movimentos criativos e acrobáticos.

Em entrevista ao site da TV Cultura, o árbitro Carlos Lopis, conhecido como “B-boy Amendoim”, filiado ao Conselho Nacional de Dança Desportiva (CNDD), explica sobre algumas regras, movimentos, critérios de avaliação e pontuação.

Em Paris, a competição será separada em dois eventos: um masculino e outro feminino. Conhecidos por B-Boys (Break boys) ou B-Girls (Break girls), os atletas se enfrentarão em batalhas individuais, sempre que um estiver performando ou outro aguarda para poder responder ao movimentos, ao mesmo tempo em que são avaliados pelos árbitros. Ao todo serão 32 atletas, sendo 16 na categoria masculina e 16 na categoria feminina.

Quais as principais regras?

“O b-boy/b-girl deve apresentar sua performance de forma objetiva trazendo os conceitos da dança breaking, explorando sua criatividade, movimentos de assinatura e trazendo todo esse vocabulário de movimentação em cima da música, aonde os jurados vão avaliar uma entrada de cada competidor e gerando o relatório de pontos aonde definimos quem venceu a batalha”, explica Carlos.

Normalmente as batalhas são acompanhadas por músicas contendo batidas de baterias, especialmente hip-hop, funk e soul breakbeat, contudo existem diversas variedades muito mais amplas, que são escolhidas na hora pelo DJ ao longo de três rounds com duração de 60 segundos.

O que um atleta precisa apresentar?

“Além de cumprir os quesitos exigidos o b-boy/b-girl que faz a diferença é aquele que apresenta a “signature” que seria o movimento de criação própria, aonde somente ele no mundo faz ou é reconhecido por ele ser o primeiro a fazer, mesmo havendo quem faça hoje em dia, isso faz com que o dançarino mostre além do seu limite e gera uma surpresa na hora da batalha”, afirma.

Entre os principais movimentos do breaking olímpico, podemos destacar:

Power Move: quando os atletas impulsionam o seu corpo em uma rotação contínua, se equilibrando com as mãos, cotovelos, costas, ou até ombros.

Top Rock e Go Down: base de qualquer batalha de break, top rock é quando o breaker dança em pé, se preparando para go down – ou seja, para começar a dançar no chão.

Footwork: quando ele está no chão e apoia suas mãos dando suporte ao corpo, enquanto move seus pé e pernas.

Freeze: quando um breaker mantém seu corpo parado no lugar por alguns segundos, normalmente afastado do chão com apenas as mãos como apoio.

Como atingir uma boa pontuação e sair vitorioso?

“Através da sua performance, o atleta deve desempenhar bem em três categorias: qualidade física, qualidade artística e qualidade interpretativa. O b-boy/b-girl que trabalhar melhor sua dança dentro desses quesitos, trazendo limpeza, originalidade, criatividade e musicalidade de forma contínua ganha mais pontos que o adversário que somente realiza a execução, tem falhas ou não se conecta tão bem com a música”, explica.

O Brasil ainda disputa o torneio pré-olímpico em busca de suas vagas, a próxima e última etapa de classificação acontece no Olympic Qualifier Series (OQS) em Budapeste, de 20 a 23 de junho. Ao todo, serão 80 atletas disputando por 14 vagas, 7 masculinas e 7 femininas.

O Brasil é favorito na modalidade? O que vê como diferencial nos atletas brasileiros?

“O Brasil está há anos causando esse impacto no cenário mundial das competições, nos últimos anos em eventos não olímpicos, o Brasil tem conquistado muitos títulos e botando o terror por onde passa. Temos o diferencial que nosso país nos proporciona de diversas áreas culturais que exploramos dentro de nossas dança como capoeira , samba , danças nordestinas e etc, são coisas que nos agrega e nos faz ser diferente da maioria dos breakers do mundo. Desde a forma de se expressar até a energia que temos de ir buscar o troféu com “sangue no zoio”- como falamos”, diz o árbitro.

A entrada nos Jogos Olímpicos significa um marco muito importante para a cultura de rua, considerado um dos quatro elementos do hip hop, o breaking está fortemente ligado às periferias de todo o mundo, contudo a novidade gerou desconfiança na comunidade hip-hop onde a dança foi criada.

“No começo fomos um pouco resistentes ao processo, com a dúvida se nossa cultura que houve muita luta se tornaria um esporte e que perderia suas essências! Mas houve toda uma adaptação e diálogo para que no fim o breaking será o mesmo de sempre e será apresentado da sua mesma forma no cenário olímpico, assim favorecendo e expandindo a nossa arte”, conta Carlos.

Toda a competição de breaking acontece nos dias 9 e 10 de agosto. O local das provas será a imponente Place de la Concorde, o ponto central dos esportes urbanos durante os jogos, sediando também as competições de BMX Freestyle, skate e basquete 3×3.

Com informação TV Cultura.

Sicredi
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