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Testemunha afirma que grupo de indígenas estava em ritual sagrado quando foi atingido por tiros em Guaíra
Conflito envolvendo grupo terminou com 4 feridos. Ministério dos Povos Indígenas diz que área está em processo de regularização e trata caso como ataque ao povo Avá-Guarani
Uma mulher indígena que preferiu não ser identificada afirmou que o grupo de indígenas atingido por disparos de arma de fogo na noite de quarta-feira (10) realizava um ritual sagrado quando foi atingido em Guaíra, no oeste do estado.
“A gente ficou sem reação. Foi quando a mulher que estava na frente do nosso altar sagrado, ela já estava deitada esticada no chão, gritando, foi quando a gente teve essa noção de que foi o tiro”, disse a mulher.
De acordo com a Polícia Militar (PM), três indígenas foram baleados por “indivíduo não conhecido” e que após as agressões sofridas, um homem foi agredido e feito refém pelos indígenas, mas foi liberado na sequência. Todos os feridos receberam atendimento médico.
O depoimento da testemunha que presenciou o episódio foi divulgado pela Comissão Guarani Yvyrupa (CGY), organização indígena de coletivos do povo Guarani na luta pela terra. Ela afirmou que eles demoraram a entender que eram tiros e só perceberam quando viram as vítimas feridas.
O Ministério dos Povos Indígenas trata o caso como ataque ao povo Avá-Guarani e, a pedido da pasta, o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) autorizou a atuação da Força Nacional de Segurança Pública (FNSP) na região.
No relato, a indígena afirmou ainda que não foi possível identificar o possível autor dos disparos.
“Não conseguimos identificar também o autor do disparo, porque estávamos num local que não tinha nenhum ponto de luz, então era tudo escuro. O único que estava iluminando no momento era onde nós fizemos uma fogueira, os costumes, fizemos uma fogueira”.
Em nota divulgada sobre o caso, o Batalhão de Polícia de Fronteira (BPFron) diz que as equipes foram recebidas por grupos de indígenas armados com arcos e flechas, facões onde foram disparadas algumas flechas e pedras contra a equipe, mas que nenhum policial foi ferido.
A indígena, no entanto, afirma que nenhum indígena confrontou os policiais.