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Atirador planejava massacre em Cambé desde 2021; leia a carta

Luan Augusto tinha 16 anos. Namorada dele também morreu. Assassino tem 21 anos e foi preso

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Foto: Arquivo pessoal
Velho Oeste

Uma menina foi morta no Colégio Estadual Helena Kolodyem, em Cambé, no norte do Paraná, na manhã desta segunda-feira (19), segundo o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).

Outra criança, um menino, foi atingido na cabeça e socorrido em estado grave e encaminhada ao Hospital Santa Casa de Misericórdia de Cambé.

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Segundo a Polícia Militar, um ex-aluno, 21 anos, foi até a direção da escola para solicitar documentos, quando fez os disparos. Na ação, ele baleou uma menina, que não resistiu aos ferimentos e morreu.

A idade das vítimas não havia sido divulgada até a última atualização desta reportagem.

Após os disparos, a polícia foi acionada e o atirador foi preso. Policiais militares, Corpo de Bombeiros e Samu estão no local.

Após o ataque, o governador Ratinho Junior (PSD) decretou luto oficial de três dias.

Morreu o estudante Luan Augusto, de 16 anos, no Hospital Universitário de Londrina (HU). Ele é a segunda vítima de disparos de arma de fogo feitos no Colégio Estadual Helena Kolody, em Cambé.

A morte de Luan foi confirmada pela família. Na segunda-feira (19), ele foi atingido com tiros na cabeça por um ex-aluno do mesmo colégio, de 21 anos, que entrou na instituição dizendo que solicitaria documentos. O assassino está preso.

Luan estava em estado grave no Hospital Universitário de Londrina (H.U), a 14 quilômetros de Cambé. Segundo o H.U, a morte aconteceu por volta de 3h15 da madrugada desta terça-feira (20).

A família de Luan informou que autorizou a doação dos órgãos do jovem.

Ainda na segunda-feira, o suspeito disse à polícia que escolheu as vítimas aleatoriamente. Segundo o delegado-chefe da 10ª Subdivisão Policial, Amarantino Ribeiro, o assassino fez pelo menos 16 disparos dentro do colégio. 

Alunos relatam terror

Uma adolescente que sobreviveu aos disparos no Colégio Estadual Professora Helena Kolody, em Cambé, norte do Paraná, disse que ela e um grupo de alunos foram ameaçados pelo atirador enquanto estavam escondidos dentro da sala dos professores. Assista acima.

“Ele falou assim: se não abrir essa porta, vai todo mundo morrer aqui dentro. E a gente tava trancado na sala dos professores. A gente tentou sair correndo, mas aí nisso ele apontou a arma pra mim e pra mais cinco amigas minhas e deu um tiro. Só que a gente conseguiu sair”, disse uma estudante em entrevista à RPC.

Outra aluna conta que estava no refeitório com as amigas quando ouviu disparos.

“Na hora a gente estava sentado no refeitório, eu e umas amigas. Na hora escutamos três tiros, tipo bombinha. Quando viramos, tinha um menino na fresta do portão. Aí a gente falou, não vamos fazer barulho e correr. Na hora que a gente viu, ele já tinha passado, por outro lado. Só via as faíscas do revolver saírem”, relatou.

No Brasil, houve 31 ataques com violência extrema a escolas em pouco mais de 20 anos (entre janeiro de 2002 e maio de 2023), segundo estudo da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Nesse período, 36 pessoas morreram, sendo:

  • 25 estudantes (15 meninas e 10 meninos);
  • quatro professoras;
  • uma coordenadora;
  • uma inspetora;
  • cinco atiradores (suicídio).

O balanço ainda não inclui o caso desta segunda-feira, em Cambé.

Repercussão

O governador do Paraná, Ratinho Junior (PSD), decretou luto de três dias no estado e lamentou o caso.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também lamentou o ataque.

“É urgente construirmos juntos um caminho para a paz nas escolas. Meus sentimentos e preces para a família e comunidade escolar.”

O ministro da Justiça, Flávio Dino, disse que o Brasil vive “a apologia à violência na palma das mãos dos jovens”.

A Prefeitura de Cambé divulgou uma nota oficial na qual manifestou solidariedade e se colocando à disposição dos pais dos alunos.

“Neste momento de imensa dor, nossos corações estão com as famílias das vítimas, que estão enfrentando uma perda irreparável. Oferecemos nosso mais sincero apoio e solidariedade, colocando à disposição todos os recursos e suporte necessários para auxiliá-las neste momento tão difícil.”

CARTA

A reportagem do 24H News obteve acesso ao conteúdo da carta, que está em análise pela polícia. No texto, o atirador vinha elencando há pelo menos dois anos os detalhes de como pretendia agir, e menciona inclusive a participação de outra pessoa, que teria o auxiliado no atentado.

Ele até mesmo escreve que sabia que poderia morrer, mas que “sua sede de vingança” era maior que o temor da morte.

A única saída que eu via era o atentado. Eu sabia que se eu fizesse isso, eles saberiam o quão sério era o bullying que eu estava sofrendo.

O criminoso foi preso pela polícia e, friamente, disse que pretendia cometer um massacre na escola, e que depois, cometeria suicídio. Ele não conseguiu tirar a própria vida porque a arma usada no atentado travou, e a polícia conseguiu prendê-lo.

Conforme o Delegado Amarantino Ribeiro, chefe da 10ª SDP de Londrina, revelou que o mesmo já respondia processo no Ministério Público por ter invadido uma escola de Rolândia armado com uma faca, no entanto, ele não era acompanhado pela polícia desde o episódio.

Sicredi
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