Suárez tira golaço da cartola para salvar o Grêmio

O Grêmio segue sem vencer na Arena e aumentou a dívida do desempenho. No empate em 1 a 1 com o Cruzeiro, a equipe novamente mostrou dificuldades para acertar a marcação e construir no ataque. Mas a individualidade de Suárez salvou o Tricolor da derrota. O uruguaio precisou se desdobrar para garantir o empate no jogo de ida das oitavas da Copa do Brasil. Foi “uma ilha” e fez o que se esperava dele.

O duelo na noite desta quarta-feira mostrou o nível do centroavante em relação aos companheiros. Para o Grêmio sair da Arena com o empate, Luisito teve que ser onipresente em campo, buscar o jogo, criar oportunidades e “tirar da cartola” um chute de fora da área, de trivela, para deixar tudo igual.

Suárez teve que ser uma espécie de “faz tudo”, pois quem estava ao redor não colaborou – Vina e Cristaldo, especialmente. Durante o primeiro tempo, o time de Renato foi dominado pelos mineiros e chegou com mais perigo em apenas dois lances, ambos com finalizações do gringo.

O primeiro foi em uma meia-bicicleta do atacante em que a bola quase encobriu o goleiro, mas parou no travessão. Depois, em uma sobra de bola na cobrança de escanteio, Luisito pegou de primeira, em lance já característico, mas mandou para fora.

O rendimento ofensivo se resumiu em Luis Suárez. O termo “ilha” é, claro, uma figura de linguagem. Mas o desempenho do time gremista ainda precisa melhorar bastante para chegar ao nível do camisa 9.

A falta de recurso na saída de jogo foi um dos principais problemas. O Cruzeiro induziu a bola para Kannemann, que não tem a qualidade de como virtude, e o argentino repetia o chutão para frente. Não é algo novo. O próprio técnico Renato admitiu o problema.

Sem Pepê, que precisou deixar o gramado com apenas dez minutos de jogo, Carballo entrou e teve a incumbência de comandar a saída de bola. No entanto, o volante uruguaio não conseguiu suprir esse ponto da mesma forma.

As reações da torcida mostram que o rendimento da equipe não era satisfatório. Ainda na primeira etapa, algumas vaias começaram a ser ensaiadas. Aumentavam a cada passe para trás e ficaram ainda mais evidentes quando o árbitro apitou o fim do primeiro tempo e os jogadores foram para o vestiário.

Na volta do intervalo, o Grêmio seguiu, de certa forma, perdido e sem repertório para construir jogadas. Algumas modificações de Renato empurraram o time mais para frente, principalmente a saída de Vina e a ida de Bitello para a lateral, com a saída de Fábio.

Tanto que foi em uma chegada do meia improvisado que originou o gol de empate. Bitello tocou para Suárez aos 33 do segundo tempo, o uruguaio dominou fora da área e chutou de trivela para fazer um golaço no ângulo. Uma individualidade que justifica a alcunha de craque. Fez o que se espera: resolveu na dificuldade.

O gol de empate reacendeu a torcida e a Arena voltou a empurrar a equipe. O Grêmio voltou a ser mais insinuante e terminou a partida com a sensação de que deixou a disputa aberta para o jogo de volta.

– Com as dificuldades, conseguimos o gol de empate, tivemos oportunidades. Um jogo aberto, de grandes equipes. Está tudo em aberto, temos mais 90 minutos, não tem gol qualificado, a gente não precisa ganhar o jogo do Cruzeiro, tudo pode acontecer – analisou Renato.

Já são quatro jogos sem vencer, com três empates e uma derrota. No seu estádio, o Tricolor não sai com vitória desde a final do Gauchão, no dia 8 de abril. O resultado com o Cruzeiro mantém tudo igual para o confronto em Belo Horizonte. Empate na volta leva a decisão para os pênaltis. Quem ganhar, classifica.

No próximo domingo o Tricolor terá a oportunidade de voltar a ganhar em casa. Tem pela frente seu maior rival, Inter, mas em um momento pior após derrota para o América-MG na Copa do Brasil.

Grêmio e Inter se enfrentam no dia 21, pela sétima rodada do Campeonato Brasileiro. A bola rola na Arena, em Porto Alegre, a partir das 18h30. Já o confronto da volta contra o Cruzeiro acontece no dia 31 de maio, em Belo Horizonte.