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Vacinas eficazes contra a gripe: veja diferença entre imunizante do SUS e os tipos disponíveis na rede privada

Médicos afirmam que a vacina da gripe oferecida no SUS é eficaz e protege contra as cepas da influenza que mais causam hospitalização e óbito

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Foto: Breno Esaki/Agência Saúde
Rui Barbosa

Postos de saúde em todo o Brasil começaram a aplicar a vacina da gripe na segunda-feira (10) em pessoas que fazem parte de grupos prioritários. Na rede privada, a vacinação voltada para o público em geral começou ainda em março.

No Brasil, a vacina oferecida no Sistema Único de Saúde (SUS) é diferente da comercializada em clínicas particulares e em farmácias:

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  • No SUS, a vacina é trivalente e protege contra três cepas diferentes do vírus influenza, causador da gripe: duas do tipo A (H1N1 e H3N2) e uma do tipo B (chamada de Victoria);
  • Na rede privada, a vacina é tetravalente e protege contra quatro cepas do vírus: duas do tipo A (H1N1 e H3N2) e duas do tipo B (Victoria e Yamagata).
  • Neste ano, a rede privada passou a oferecer um novo imunizante tetravalente contra a gripe, destinado apenas para pessoas acima dos 60 anos.

Eficaz e gratuita: a vacina do SUS

Médicos infectologistas ouvidos pelo g1 afirmam que a vacina oferecida no SUS é eficaz e protege contra as cepas da influenza que mais causam hospitalização e óbito: o H1N1 (responsável por uma pandemia em 2009) e o H3N2 (que causou um ‘boom’ de infecções fora de época no final de 2021 e início de 2022).

“Do ponto de vista da saúde pública, uma proteção contra três cepas da influenza já é bastante”, disse Alexandre Naime, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI).

O imunizante comprado pelo Ministério da Saúde é produzido pelo Instituto Butantan que, todos os anos, faz uma atualização da vacina de acordo com os vírus que mais circularam no ano anterior, de acordo com a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS). A cada campanha, o laboratório entrega cerca de 80 milhões de doses ao governo federal.

↪️ Mas, em um primeiro momento, essa quantidade de vacinas é destinada apenas para grupos que possuem um maior risco de desenvolver formas graves da doença ou mais expostos ao vírus, como idosos, crianças de 6 meses a 5 anos, professores, e outros (veja abaixo).

🔄 Os que não se enquadram nessa lista precisam esperar o Ministério da Saúde liberar a vacinação para a população em geral, o que acontece quando sobram doses nos postos de saúde. Essa decisão é tomada sempre após o fim da campanha que, neste ano, vai até 31 de maio.

Quadrivalente, a vacina da rede privada

Na rede privada, as vacinas disponíveis, fabricadas por diferentes laboratórios, protegem contra quatro variações diferentes da influenza – uma a mais da dose oferecida no SUS. Por isso, é chamada de tetravalente ou quadrivalente. Assim como o imunizante da rede pública, elas também passam por atualizações anuais de acordo com a OMS.

Segundo o infectologista Renato Kfouri, presidente do Departamento de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), é preciso esperar o frio passar para saber quais tipos da influenza mais circularam por aqui na temporada.

“A recomendação das sociedades científicas é que você tome uma vacina com um espectro maior de proteção, pois você não sabe qual vírus vai circular neste inverno”, afirmou Kfouri.

Em nota técnica, publicada em março deste ano, a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) recomenda “o uso preferencial, sempre que possível, da vacina quadrivalente, pelo maior espectro de proteção. Na indisponibilidade do produto, a trivalente deve ser utilizada de maneira rotineira, especialmente nos grupos de maior risco para o desenvolvimento de formas graves”.

Todas as pessoas com mais de 6 meses de idade podem tomar a vacina tetravalente da gripe na rede privada. O custo da dose varia em cada localidade: pode ser encontrada por R$ 69 ou acima de R$ 100.

E a vacina para idosos?

Neste ano, a rede privada passou a oferecer uma nova vacina contra a gripe, que é indicada apenas para quem tem mais de 60 anos, público que tem uma resposta inferior à vacina pelas limitações do sistema imune.

  • Efluelda, fabricada pelo laboratório Sanofi, também é tetravalente, mas é chamada de alta dose por ser mais concentrada que a outra vacina, que possui a ‘dose padrão’;
  • Ela tem quatro vezes mais antígenos, o que possibilita uma resposta imune quatro vezes maior na população idosa, e uma eficácia 24% superior.

De acordo com Patrícia Vanderborght, doutora em biologia molecular e genética humana pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e responsável pelo setor de imunização do Richet Medicina Diagnóstico, estudos mostraram que o novo imunizante oferece a esse grupo um nível de proteção semelhante ao observado com vacinas de dose padrão aplicadas em adultos mais jovens.

“Isso com o mesmo perfil de segurança e com a mesma atualização anual de subtipos de influenza que a vacina sazonal”, disse Patrícia.

Segundo José Cerbino Neto, infectologista e pesquisador do Instituto Nacional de Infectologia (INI/Fiocruz) e do Instituto D’Or, dados mais recentes mostraram uma efetividade de 54% das vacinas contra influenza na população acima de 65 anos nos Estados Unidos e no Canadá, países que recentemente passaram pela alta temporada de circulação do vírus causador da gripe.

“Esses são os dados da última temporada no público-alvo da vacina tetravalente de alta dose. A efetividade aqui no Brasil vai depender do ‘match’ em relação ao vírus que vai circular”, disse Cerbino.

O valor da vacina da gripe específica para idosos é mais alto, variando de R$ 250,00 a R$ 300,00.

Grupos que podem tomar a vacina de graça na rede pública:

  • crianças de 6 meses a menores de 6 anos de idade (5 anos, 11 meses e 29 dias),
  • gestantes,
  • puérperas,
  • povos indígenas,
  • trabalhadores da saúde,
  • idosos com 60 anos e mais,
  • professores das escolas públicas e privadas,
  • pessoas com doenças crônicas não transmissíveis e outras condições clínicas especiais,
  • pessoas com deficiência permanente,
  • profissionais das forças de segurança e salvamento e das forças armadas,
  • caminhoneiros, trabalhadores de transporte coletivo rodoviário de passageiros urbano e de longo curso,
  • trabalhadores portuários,
  • funcionários do sistema prisional,
  • adolescentes e jovens de 12 a 21 anos de idade sob medidas socioeducativas
  • e toda a população privada de liberdade.

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