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Saúde

“Hormônio do sono”, melatonina pode piorar casos de inflamação intestinal

Dependendo do perfil da microbiota, o hormônio agrava enfermidades como doença de Crohn e retocolite ulcerativa

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FOTO: Towfiqu barbhuiya/Unsplash
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Artigo publicado na revista Microorganisms demonstra que a melatonina, a despeito de seu efeito antioxidante e regulador do sono, pode piorar a inflamação intestinal, dependendo do conjunto de bactérias que vivem no corpo humano, especialmente no intestino do hospedeiro – ou seja, da microbiota, antigamente chamada “flora intestinal”

A melatonina é conhecida popularmente como “hormônio do sono”. Tem sido bastante corriqueiro as pessoas, sem prescrição médica e de forma não diretamente acompanhada, fazerem uso de melatonina para dormir melhor. “O ‘x’ da questão é que todo mundo acha que é inócuo, que um hormônio como a melatonina não faz nada de mau, só melhora o sono, e o que estamos mostrando é que as pessoas têm de ficar atentas e alertas, porque uma suplementação hormonal pode melhorar o sono, mas pode piorar outra coisa”, diz Cristina Ribeiro de Barros Cardoso, professora de imunologia e neuroimunoendocrinologia da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FCFRP-USP).

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O laboratório de Cardoso trabalha com enfermidades inflamatórias intestinais, entre elas doença de Crohn e retocolite ulcerativa. São condições imunomediadas, ou seja, dependentes de uma resposta imunológica descontrolada que acaba causando destruição no trato gastrointestinal e efeitos clínicos muito fortes, como dores abdominais, diarreias constantes, sangramentos e muita fadiga. O tratamento depende da supressão ou inibição da imunidade. É preciso diminui-la para reduzir a inflamação excessiva que causa danos ao intestino. Além de corticoides e imunossupressores, há tratamentos com medicamentos imunobiológicos mais efetivos para casos moderados e graves, porém, de altíssimo custo e, por isso mesmo, de acesso mais difícil para a população, sendo fornecidos apenas em condições específicas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) ou por convênios particulares via ações judiciais.

“O que nosso laboratório tem feito é entender melhor essas doenças e propor novos tratamentos, mais acessíveis”, explica Cardoso, que é graduada em odontologia pela Universidade Federal de Uberlândia e doutora em imunologia básica e aplicada pela USP, com estágio pós-doutoral no Forsyth Institute, afiliado à Harvard School for Dental Medicine (Estados Unidos).

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