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Teste: BMW i7 é sedã elétrico que dirige sozinho, tem TV 8K e poltronas de primeira classe

Versão elétrica do Série 7 chega ao Brasil no ano que vem e deve custar cerca de R$ 1,2 milhão

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O ranking da revista Forbes mostra que há 2.668 bilionários no mundo atualmente. Somadas, essas pessoas têm fortuna estimada em US$ 12,7 trilhões. Com tanto dinheiro na conta, escolher quais carros comprar é fácil do ponto de vista financeiro. Mas decidir entre os modelos do segmento de ultraluxo é difícil. Se depender da BMW, o novo Série 7 vai deixar essa tarefa bem mais tranquila.

É bem provável que Elon Musk, dono da Tesla e líder da lista da Forbes, nem sequer considere o BMW como seu próximo carro. Mas ele certamente estará atento a uma das novidades da sétima geração do sedã executivo: a inédita versão elétrica, batizada de i7Autoesporte viajou até Palm Springs, na Califórnia, para conhecer o modelo.

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Visualmente, i7 e Série 7 são praticamente o mesmo carro. Na versão a combustão há difusores para as saídas de escape. No elétrico, não há aberturas exatamente por não existir escapamento. Fora isso, os dois carregam a nova – e controversa – assinatura de design da BMW. Os tradicionais faróis arredondados foram substituídos por peças divididas em dois andares. Na parte superior, DRL e luzes direcionais. Abaixo, o conjunto principal.

Roland Thomas, líder do projeto da família 7, explica que a decisão é mais do que meramente visual.

“Descobrimos que, quanto mais estreita a DRL, melhor é a efetividade da iluminação.”

As maçanetas integradas são outro exemplo de junção da forma com a função. Contudo, nem mesmo o mais hábil dos engenheiros consegue justificar a gigantesca (e iluminada) grade dianteira – fechada no i7. Ao menos a desproporção não fica tão evidente, já que o sedã executivo tem porte avantajado: são 5,39 metros de comprimento e 3,21 m de entre-eixos. O espaço interno, entretanto, é assunto para daqui a pouco.

Conjunto ótico é dividido em duas peças; acima, DRL — Foto: Divulgação
Conjunto ótico é dividido em duas peças; acima, DRL — Foto: Divulgação

Vegano

Antes, é preciso dizer que a BMW trabalhou para tornar a sétima geração do Série 7 efetivamente mais ecológica. É estranho dizer isso quando há versões com grandes motores V8 queimadores de gasolina. Mas a intenção da fabricante alemã é tornar todo o processo produtivo mais amigável.

Alguns exemplos: as emissões na produção de peças de plástico caíram 80%, Essas, por sinal, já são totalmente recicláveis. Metade do alumínio usado é reciclado. Por fim, quando o cliente opta pelo estofamento vegano Venganza, as emissões de CO2 são 85% inferiores na comparação com o material de origem animal.

“Nosso desejo é ter 100% do carro reciclável, mas há um longo caminho. Testamos muito o que pode ser feito e até onde podemos ir sem comprometer a qualidade”, disse Ilka Horstmeier, executiva membro do conselho de administração da empresa.

Bill Gates, outro executivo – e também parte daquela lista de bilionários da Forbes –, aprovaria a estratégia.

Já Jeff Bezos, dono da Amazon e quarta pessoa mais rica do mundo, ficará feliz ao saber que a BMW equipou o novo Série 7 com uma solução de sua empresa. A enorme tela de 31 polegadas com definição 8K traz o Amazon Fire TV, que engloba diversos serviços de streaming para que os ocupantes jamais fiquem entediados durante as viagens.

Tela de 31 polegadas do BMW i7 tem definição 8K — Foto: Divulgação
Tela de 31 polegadas do BMW i7 tem definição 8K — Foto: Divulgação

As imagens de altíssima qualidade contam com o suporte de um sistema de som não menos espetacular provido pela Bowers & Wilkins. O único problema é que o motorista perde praticamente toda a visão do retrovisor interno quando a tela é acionada. Mas o ricaço dono do i7 provavelmente não vai se importar com isso.

A telona é só um dos recursos high-tech do sedã alemão. Apesar de ser sensível ao toque, há outra forma de operar o sistema: duas superfícies táteis menores, de 5,5 polegadas cada, posicionadas nas portas traseiras. Elas comandam não apenas o sistema de entretenimento como ventilação, persianas, reclinação e massagem das poltronas traseiras. Falando nelas, a unidade avaliada por Autoesporte tinha um confortável e aconchegante estofamento de caxemira. Outra novidade é que o apoio das pernas agora é integrado ao assento, melhorando a ergonomia do conjunto.

Mas nem todos os bilionários se limitam a ocupar o banco traseiro. Alguns, como xeiques árabes, preferem estar ao volante. Os que fizerem isso no i7 vão se deparar com uma cabine tão moderna quanto a do banco traseiro. Antes mesmo do embarque, a abertura elétrica das portas ao comando de um botão é o cartão de visitas para a sofisticação.

Ali dentro, as saídas de ventilação foram escondidas no que a BMW chama de Interaction Bar, uma faixa iluminada que percorre toda a largura do painel e é interativa, como o próprio nome adianta. De acordo com o modo escolhido, uma combinação de cores é projetada. Ainda há outras duas telas. À esquerda, um monitor de 12,3 polegadas como quadro de instrumentos. Ao lado, a central multimídia ocupa uma superfície tátil ainda maior, com 14,9 polegadas.

Sedã executivo estreia versão elétrica

Folga para o motorista

Se o bilionário for chegado no metaverso, como Mark Zuckerberg, o i7 também oferece navegação com realidade aumentada. Com esse modo acionado, o motorista consegue visualizar na tela exatamente o que deve fazer por meio de setas virtuais criadas nas imagens das câmeras projetadas na tela. É uma pena que esse sistema ainda não esteja integrado às ferramentas mais usadas, como Google Maps e Waze.

Pena ainda maior é que os futuros donos de i7 no Brasil não poderão usufruir da condução semiautônoma de nível 3, como os californianos. O estado americano permite que veículos possam dirigir sozinhos em algumas condições.

Autoesporte testou a função em uma movimentada rodovia com velocidade de 65 milhas por hora (105 km/h). Com ela, o BMW é capaz de se manter dentro da faixa e a uma distância predeterminada do veículo que vai à frente. As mãos não precisam ficar no volante todo o tempo, mas o motorista deve manter a atenção no trânsito. Ao menor sinal de distração, o sistema é desativado. E tudo isso só é possível porque há um arsenal de 30 sensores, câmeras e radares espalhados pela carroceria – um dos radares consegue ler informações a até 300 metros de distância.

Apoio das pernas integrado ao assento aumenta o conforto no banco traseiro — Foto: Divulgação
Apoio das pernas integrado ao assento aumenta o conforto no banco traseiro — Foto: Divulgação

Usei o recurso por cerca de 5 km e não senti insegurança em nenhum momento – mesmo quando eu me aproximava de alguma curva mais acentuada ou o trânsito ficava mais pesado. Só não deixei a assistência ativa mais tempo porque queria conhecer o i7 à moda antiga. E o sedã de 2.715 kg não decepcionou.

Confesso que franzi a testa quando vi que o trajeto do test drive passava por diversos trechos de serra, sinuosos e estreitos. Afinal, com quase 2 metros de largura, é preciso redobrar o cuidado para não invadir a faixa alheia. Mas o i7 não deu a menor chance para que isso acontecesse, mesmo em velocidades menos baixas. Há uma profusão de recursos para tornar a direção mais precisa. O eixo traseiro direcional reduz o diâmetro de giro e ajuda nas curvas. Suspensão adaptativa e estabilização ativa de rolagem fazem com que o passeio seja ainda mais prazeroso e confortável.

Como mencionei antes, o i7 pesa mais de 2,7 toneladas. Mas tem potência e torque suficientes. São 544 cv e 76 kgfm, capazes de levar o sedã de zero a 100 km/h em apenas 4,7 segundos. É isso mesmo. Apesar de toda a vocação executiva, o desempenho é de carro esportivo.

Ah, eu já falei que o i7 é um carro elétrico? Dito isso, ele é capaz de rodar até 625 km com uma única carga do enorme pacote de baterias de 101,7 kWh. Em carregadores rápidos, são necessários apenas 34 minutos para ir de 10% a 80% de energia. O Brasil ainda deve receber uma versão híbrida leve, que combina um motor V8 4.4 a gasolina de 530 cv com um alternador mais robusto responsável por funções que não envolvem movimento das rodas.

Também foi possível experimentar essa configuração em um trajeto mais curto. E a suavidade do motor impressionou. É óbvio que a sensação que se tem e o silêncio a bordo não são os mesmos de quando se dirige um carro elétrico, mas o isolamento acústico é tão eficiente que, em alguns momentos, eu esqueci que o motor estava ligado.

Ao fim do dia, já de volta ao hotel, tive de devolver o i7 para o pessoal da frota de eventos da BMW. Automaticamente, foi como se vários zeros desaparecessem da minha conta bancária e eu tivesse que voltar à realidade da grande maioria dos brasileiros. Agora, se você é um dos 284 bilionários que vivem no Brasil e está lendo este texto, saiba que a nova família Série 7 desembarca por aqui em 2023.

Os preços não foram confirmados, mas o Série 7 a combustão deve custar perto de R$ 1 milhão. Já o i7 certamente estará na casa de R$ 1,2 milhão. Uma verdadeira pechincha para a galera desse seleto clube.

BMW i7

FICHA TÉCNICA
Motor: um em cada eixo, elétricos, síncronos
Câmbio: transmissão direta
Potência: 544 cv
Torque: 76 kgfm
Direção: elétrica
Suspensão: a ar, braços sobrepostos (diant.) e multilink (tras.)
Freios: discos ventilados
Pneus: 245/50 R19
Autonomia: 625 km (WLTP)
Bateria: 101,7 kWh
Peso: 2.715 kg
Multimídia: 14,9 polegadas, sensível ao toque
Porta-malas: 500 litros
DIMENSÕES
Comprimento: 5,39 m
Entre-eixos: 5,21 m
Largura: 1,95 m
Altura: 1,54 m

Fonte: Fabricante

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