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Pesquisadores do litoral do Paraná fazem ‘Censo’ dos meros, peixes ameaçados de extinção que chegam a pesar 300 quilos

Equipes trabalham pelas águas do Oceano Atlântico; espécie é muito visada pela pesca esportiva, e a população teve declínio significativo nos últimos 20 anos, segundo os especialistas

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| Foto: Reprodução/RPC|
Velho Oeste

Pesquisadores que atuam no litoral do Paraná realizam um trabalho de contagem para ajudar na preservação de um peixe gigante, ameaçado de extinção: é a espécie mero, conhecida como ‘rei das pedras’.

Os estudiosos percorrem a costa do litoral do estado, avançando pelo Oceano Atlântico, para descobrir quantos animais vivem na região. A pesquisa é chamada de “Censo dos meros”.

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Em águas mais claras é possível ver a grandeza do peixe. O mero pode chegar a três metros de comprimento e pesar mais de 300 quilos. Ele é chamado de “rei das pedras” porque é grande, tem cor esverdeada e se camufla como uma rocha.

“O peixe tem pelo menos três vezes o peso médio de um brasileiro. Dá para notar a diferença quando o mergulhador se aproxima”, disse o oceanógrafo André Pereira Cattani.

Em meio ao mar aberto, para saber exatamente onde está o recife artificial, as equipes utilizam da tecnologia, com um sensor. Os pesquisadores se preparam e fazem o mergulho para se colocar frente a frente com o peixe.

“É uma espécie ameaçada de extinção, não só aqui no Paraná, no Brasil, mas, no planeta como um todo. É uma espécie que foi muito visada pela pesca esportiva, e a população teve um declínio significativo nos últimos 20 anos”, afirmou Cattani.

Saindo da costa de Pontal do Paraná, a equipe demora uma hora até encontrar o ponto certo e atracar a lancha. Todos os movimentos precisam ser calculados.

Depois de os pesquisadores mergulharem, começa uma busca pelas águas. Primeiro, eles identificam o recife e encontram os peixes pequenos, para, em seguida, encontrar um mero.

Banco de dados

O trabalho de contagem da espécie começou em novembro de 2021. Os pesquisadores capturam as imagens e medem o espaço para saber quais espécies formam o ecossistema. As informações vão para um “bloco de notas” subaquático.

“A partir de agora, chegando em terra, a gente planilha esses dados, alimenta o nosso banco de dados, para a gente gerar o nosso banco de dados e gerar informação”, contou Cattani.

Os pesquisadores acompanham a evolução dos meros há uma década. Em 2013, a RPC mostrou como foi a criação do recife artificial no litoral paranaense: blocos de concreto foram lançados na água para servir de moradia aos animais marinhos.

O objetivo foi ajudar a natureza a se recompor. Na água, os blocos de concreto viram uma espécie de abrigo para várias espécies marinhas.

Em 10 anos, a população de 64 espécies de peixes aumentou, inclusive o mero. Neste último “Censo”, os pesquisadores viram meros 100 vezes debaixo d’água.

“Resultados incríveis. Você encontra nesses recifes artificiais uma vida muito semelhante aos recifes naturais, os costões rochosos, das ilhas e tudo mais. Então, a gente fica muito feliz em saber que o resultado foi extremamente positivo para a conservação da biodiversidade”, disse Robin Loos, coordenador do Programa Rebimar.

Para que a biodiversidade e a população de meros continuem crescendo, os pesquisadores pretendem continuar com o trabalho na região.

“A gente sente na pele, no corpo, esse mergulho com o mero, muito legal”, concluiu Cattani.

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